No artigo desse mês, a brasileira Ana Carolina Dani, sommelière da Cave Legrand, conta um pouco sobre a região de Bordeaux e suas 5 principais sub-regiões.

Aproveitar a viagem à França para comprar bons vinhos franceses é um excelente negócio. Ao viajar para o exterior, o brasileiro tem direito a levar de volta para o Brasil até 12 litros de bebidas alcoólicas, o que dá 16 garrafas de vinho de 750ml.

Porém, escolher qual vinho comprar pode ser uma tarefa estressante. Com tantas opções disponíveis surgem dúvidas e incertezas. Para ajudar nossos leitores, iremos publicar a cada mês, em parceria com a Cave Legrand,  uma lista de 12 vinhos com excelente custo/benefício.

Por Ana Carolina Dani, sommelière das Caves Legrand

Village de Saint Emilion

Village de Saint Emilion na região de Bordeaux

Com 119 mil hectares em vinhas plantadas, Bordeaux é maior região produtora de vinhos AOC (de denominação de origem) da França. Muitos dos crus produzidos na região estão entre os mais célebres do mundo. Mas se Bordeaux faz os melhores vinhos do planeta, também produz alguns dos piores. Na hora de comprar, a simples denominação de origem “Bordeaux” não é um selo exclusivo de qualidade.

Por isso, para tentar orientar os viajantes e turistas apressados, a cave Legrand propõe esse mês uma seleção de 12 vinhos de Bordeaux com excelente custo/benefício. Alguns dos vinhos que apresentamos aqui são produzidos por célebres e consagrados châteaux como Montrose, Croix de Labrie e Pichon Comtesse. Outros, como Sociando Mallet, Potensac ou Ormes de Pez se destacam fora do circuito dos chamados “crus classés” como referências em “apelações” como Médoc, Haut Médoc e Côtes de Blaye.

A seleção Legrand

Les grands classiques:

  • Château Croix de Labrie, AOC Saint-Emilion Grand Cru, 2007 = 73,20€
  • Château Montrose, AOC Saint-Estèphe, La Dame de Montrose, 2010 = 70,00€
  • Château Le Bon Pasteur, AOC Pomerol, 2008 = 66,00€
  • Château Pichon Comtesse Longueville de Lalande, AOC Pauillac, Réserve de la Comtesse, 2010 = 65,00€
  • Château Sociando Mallet, AOC Haut Médoc, 2011 = 42,00€

Les petits crus de terroir:

  • Château Bel Air la Royère, AOC Côtes de Blaye, 2008 = 28,00€
  • Château Potensac, AOC Médoc, 2012 = 22,00€
  • Château Sénéjac, AOC Haut-Médoc, 2010 = 19,00€
  • Château Auney l’Hermitage, AOC Graves, 2012 = 11,80€

Brancos e licorosos:

  • Château Rieussec, R de Rieussec, AOC Bordeaux Blanc, 2011 = 18,00€
  • Château Talbot, Caillou Blanc de Talbot, AOC Bordeaux Blanc, 2012 = 29,00€
  • Château Rieussec, AOC Sauternes, 2006 = 53,20€

As safras em Bordeaux

Em Bordeaux, tanto na região do Médoc, quanto em Pomerol e Saint-Emilion as safras 2005, 2009 e 2010 são consideradas excepcionais e estão entre as melhores das últimas décadas. Já 2008, 2006 e 2007 são safras menos grandiosas, mas têm a vantagem de estarem, hoje, mais prontas para beber. Por isso, é importante compreender que cada ano tem suas características e os vinhos devem ser consumidos nesse contexto. Uma safra grandiosa precisa de mais tempo para ser “domada”. Safras menos grandiosas, podem ser consumidas mais cedo.

Bordeaux tem 5 grandes sub-regiões, que se situam do lado direito e esquerdo do estuário do rio Gironde.

As margens esquerda do Gironde temos duas grandes sub-regiões:

  • Médoc: onde estão “apelações” célébres como Pauillac, Margaux, Saint-Julien ou Saint-Estèphe;
  • Graves: onde são feitos os famosos “Sauternes” e vinhos da “apelação” Pessac-Léognan.

O solo predominante é calcário, chamados Graves (pedras de seixo de rio, cascalhos) e os vinhos são elaborados com maioria da uva Cabernet Sauvignon, dando origem a crus bem estruturados, com personalidade tânica forte, por vezes austeros e adstringentes quando jovens.

Já do lado direito do Gironde temos, principalmente:

  • Saint Emilion e seus satélites;
  • Pomerol;
  • E os chamados vinhedos de encostas, como Côtes de Blaye e Côtes de Bourg.

Aqui predominam solos de argila e os crus são elaborados com maioria de Merlot, dando origem a vinhos mais macios, com taninos mais sedosos que seus vizinhos do outro lado do Gironde.

Sobre os vinhos selecionados

Château Croix de Labrie, 2007

Croix de Labrie_Façade

Château Croix de Labrie

  • Appellation d’Origine Contrôlé (AOC): Saint-Emilion Grande Cru
  • Superfície: 2,2 hectares
  • Produção: 6 mil garrafas
  • Uva: 100% Merlot
  • Potencial de guarda: 15 anos
  • Intervalo ideal para degustação: entre 2015 e 2025

As vinhas desse Saint-Emilion Grand Cru cobrem pouco mais de 2 hectares no coração de Saint-Emilion. A produção é extremamente confidencial o que faz do Croix de Labrie um vinho raro. Um máximo de 4 mil garrafas são produzidas por ano. O restante da produção é divido entre os dois outros vinhos da vinícola. A colheita é manual e o cultivo das vinhas feito em “luta raisoné”, quer dizer que tratamentos químicos são usados apenas de maneira curativa, nunca preventiva. Os vinhos envelhecem 18 meses em barricas novas de carvalho, antes de serem comercializados. São vinhos ricos, densos e frutados, com textura macia e bom potencial de guarda.

Château Montrose, La Dame de Montrose, 2010

MontroseChateau

Château Montrose

  • Appellation d’Origine Contrôlé (AOC): Saint-Estèphe
  • Superfície: 95 ha
  • Produção anual: 160 mil garrafas (La Dame de Montrose)
  • Uvas: Merlot (principal), Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc
  • Potencial de guarda: 15-20 anos
  • Intervalo ideal para degustação: 2017-2025

Segundo vinho do célébre Château Montrose (2º cru classé na classificação do Médoc de 1855), a Dame de Montrose é elaborada com o mesmo rigor e a partir das mesmas vinhas utilizadas para a produção do vinho principal. O envelhecimento é feito durante 12 meses em barricas de carvalho, sendo 30% novas. A safra 2010 é uma grande safra em Bordeaux, dando origem a vinhos maduros e de grande densidade. La Dame de Montrose 2010 é um vinho denso e rico, com taninos imponentes, porém com de textura aveludada, de grande amplitude e persistência. Uma das grandes safras do château.

Château Pichon Comtesse Longueville de Lalande, Réserve de la Comtesse

Pichon Comtesse_Chateau

O célebre Chateau Pichon Comtesse

  • Appellation d’Origine Contrôlé (AOC): Pauillac
  • Produção anual: 72 mil garrafas (Reserve de la Comtesse)
  • Uvas: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Petit Verdot
  • Ano: 2010
  • Potencial de guarda: 15 anos
  • Intervalo ideal para degustação: 2018-2025

A Reserve de la Comtesse é o segundo vinho do château Pichon Comtesse (2º cru classé em 1855), que foi criado em 1850 a partir da divisão do então château Pichon Longueville. Elaborado na apelação “Pauillac” é, com frequência, comparado aos crus de Saint-Julien, pela elegância e potencial aromático. A safra de 2010 é considerada pelo próprio château como a maior das últimas décadas. Ė um valor seguro e um dos “segundos” mais reputados da “rive gauche”, como são chamados os vinhos produzidos à margen esquerda do estuário do rio Gironde, na região do Médoc.

Château Le Bon Pasteur, 2008

  • Appellation d’Origine Contrôlé (AOC): Pomerol
  • Superfície: 7 hectares
  • Uvas: 80% Merlot, 20% Cabernet Franc
  • Potencial de guarda: + de 15 anos
  • Intervalo ideal para degustação: 2018-2025

O château, que pertencia à família do célebre enólogo francês Michel Rolland, foi vendido a um grupo de investimentos chinês em 2013. Entretanto, os enólogos Michel e Dany Rolland continuam acompanhando de perto a vinificação dos crus do château. Foi justamente aqui que Michel Rolland colocou em prática alguma das técnicas e receitas que fizeram dele um sucesso mundial, entre elas a colheita das uvas muito maduras, rendimentos limitados e a vinificação integral em barricas. A técnica consiste em preencher os tonéis com as uvas inteiras, sem serem prensadas, e em girá-los regularmente. A maceração é longa e pode durar entre 40 e 60 dias, sendo 25 a 30 dias sob a forma estática, ou seja, sem movimento das barricas. A safra de 2008 é considerada uma safra muito boa pelo château. O vinho apresenta um nariz complexo de creme de cassis, com toques florais. A textura é suave e aveludada, com taninos bem maduros. Grande persistência. Sedutor mesmo jovem, o vinho tem admirável potencial de envelhecimento, desenvolvendo belos aromas trufados depois de uns 10 anos de guarda.

Château Sociando Mallet, 2011

SociandoMalletChais

Armazenamento no Château Sociando Mallet

  • Appellation d’Origine Contrôlé (AOC): Haut-Médoc
  • Superfície: 85 hectares
  • Uvas: Cabernet Sauvignon (principal), Merlot, Cabernet Franc
  • Potencial de guarda: 20-25 anos
  • Intervalo ideal para degustação: 2021 – 2034

Grande propriedade que, supreendentemente, não faz parte de nenhuma classificação dos crus de Bordeaux. Os vinhos de Sociando Mallet têm grande potencial de guarda e quando jovens podem parecer austeros, com toques vegetais. Precisam de uns 10 anos de envelhecimento, antes de serem degustados. Entretanto, estão entre os melhores crus “non classés” du Médoc.

Les Ormes de Pez, 2011

  • Appellation d’Origine Contrôlé (AOC): Saint-Estèphe
  • Superfíci: 35 ha
  • Uvas: Cabernet Sauvignons (54 %) Merlots (37 %), Cabernet Franc (7 %) Petits-Verdot (2 %).
  • Envelhecimento: 15 meses em barricas de carvalho francês, sendo 45% de madeira nova
  • Potencia de guarda: 10 a 15 anos
  • Intervalo ideal para degustação: 2016-2020

O nome desse château se deve aos belos ulmeiros, arvores típicas que povoavam os jardins da propriedade no passado. Ormes de Pez pertence à família Cazes, também proprietária do reputado château Lynch Bages, em Pauillac. Ė um vinho rico, amplo e sedutor, feito para ser degustado rapidamente.

Château Potensac, 2012

  • Appellation d’Origine Contrôlé (AOC): Médoc
  • Uvas: Cabernet Sauvignon 39%, Merlot 40%, Cabernet Franc 18%, Petit Verdot 3%
  • Superfície: 84 hectares
  • Produção anual: 300 mil garrafas
  • Potencial de guarda: 10 anos
  • Período ideal de degustação: Pronto para beber

A vinícola pertence a família Delon, proprietária também do renomado Château Léoville las Cases, segundo cru classé du Médoc. A propriedade tem 84 hectares e está situada nas parcelas mais qualitativas do município de Ordonnac. O sub-solo é calcário, recoberto por camadas de argila com forte proporçao de “graves” (pedregulhos). O calcário presente nessa região é bem próximo ao que se encontra na apelação Saint-Estèphe. Potensac é considerado hoje um dos melhores custo/benefício da apelação “Médoc”. Seu estilo mescla generosidade e precisão. O nariz é intenso e aromático. O paladar rico e elegante, com notas de especiarias e taninos densos.

Château Bel Air la Royère, 2008

Bel Air la Royère_Merlot

As uvas merlot do Château Bel Air la Royère

  • AOC (Denominação de Origem): Côtes de Blaye
  • Uvas: Malbec, Merlot
  • Solo: argilo-calcário
  • Degustação e estilo: Nariz intenso, aromático, com notas “minerais” de grafite, frutas maduras e nuances de couro e humus. O Paladar é denso, com grande concentração, taninos vigorosos e presença bem equilibrada da madeira. Exelcente custo benefício.
  • Potencial de guarda: 10 a 15 anos
  • Período ideal para degustação: 2015-2020

A propriedade, adquirida pela família Chevrier-Loriaud em 1992, está situada no município de Cars, na região de Côtes de Blaye. O Château tem a particularidade de usar forte proporção de Malbec no corte, o que confere a seus vinhos um estilo bastante particular.

Château Auney l’Hermitage, 2012

  • Appellation d’Origine Controlée (AOC): Graves
  • Uvas: 60% Merlot, 30% Cabernet Sauvignon, 5% Cabernet Franc, 5% Malbec
  • Envelhecimento: 15 meses em barricas de carvalho francês
  • Degustação e estilo: Bordeaux simples, agradável e bem feito, para se beber ainda jovem. Corpo médio, com notas de frutas vermelhas e toques condimentados. Madeira bem integrada. Boa persistência.
  • Potencial de guarda: Entre 5 e 8 anos
  • Período ideal para degustação : 2013-2017

E ainda… o delicioso licoroso de Rieussec, o clássico branco do château Talbot ou fresco e leve branco seco do château de Rieussec.


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