A rue de la Huchette tem apenas dois quarteirões, fechados para pedestres, no centro de Paris.
Nunca vou até lá – reação de quem mora na cidade e foge dos lugares “turísticos”.
Mas descobri que a Huchette é um caso a parte. Como para o design, quando um objeto voluntariamente de mal gosto troca de categoria e passa a ser catalogado como estética kitsch, esta rua foi além do turístico e se tornou um caso interessante. A Huchette, hoje, é kitsch.
Meu objetivo era fotografar os defeitos mas percebi que estava me divertindo e redescobrindo alguns endereços que não via há anos.
Em alguns metros encontramos pubs ingleses, restaurantes, creperies.
Sorveterias, casas de espetáculo, bares com Karaoké.
Um club de jazz famoso: Le Caveau de la Huchette. Leia mais clicando aqui.
Artistas de rua.
Um teatro, o Théâtre de la Huchette (veja o site oficial aqui), inaugurado logo após a segunda guerra mundial e que desde então oferece o mesmo programa. Todas as noite podemos ver duas peças de Ionesco: La Cantatrice Chauve e La Leçon. Já pensou? Mais de meio século de sala completa! Um fenômeno único de longevidade na história mundial do teatro.
Claro que é turístico, mas vi sobretudo jovens estudantes, bem franceses, nas pequenas mesas dos inúmeros endereços da rua, atraídos pelas opções variadas e os preços baixos.
Evito passar do tudo negativo ou tudo positivo ao dizer que não gostaria de morar na Huchette e pensaria duas vezes antes de reservar um quarto de hotel ou alugar um apartamento neste endereço. O barulho deve ser insuportável.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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38 Comentários
Palova
Vou ficar mais ou menos próximo e de bateu vontade de conhecer.. adoro estes lugares super movimentados!
jorge fortunato
Dificilmente ando por esses lados, mas vejo que perdi a oportunidade de conhecer o Theatre de la Huchete. Já anotado para a próxima viagem.
Marilia Pierre
eu me hospedei ao lado da Huchette, na rue le Saint Andre des Artes.
É gente, muita gente a noite toda, mas o hotel apesar de ser simples, tinha janelas anti-ruído, o que proveu noites tranquilas mesmo com o povo pegando fogo na rua.
O bom é que você fica com uma opção boêmia na porta, andar, passear, beber ou comer até as 3h30 sem perceber a hora passar.
Foi bom, gostei do lugar
Moisés
Como todas as aglomerações humanas, esta rua pode ser bem divertida quando o olhar está descansado, sem pressa. Passo sempre por ali quando vou da Notre Dame ou da shakespeare and Company para a Saint Germain. Nunca comi nos restaurantes de lá, mas sempre para na Amorino (prefiro à Berthillon) para um sorvete.
Lucia Pimentel
ela fica em qual arrodissement? seria o 6º?
Lina
Lucia
Não, já é o 75005.
Marcello Brito
Tenho muitos amigos que se hospedam na rua, exatamente no mesmo hotel do nosso guga antes da fama, que se não me falha a memoria chama-se hotel mont blanc. eles curtem e não abandonam o endereço agitado. fica a dica.
Adriana Pessoa
Um amigo comemorou seus 40 anos quebrando pratos nesse restaurante grego!! Ele conta que foi muito divertido. E também nosso Guga, em seu primeiro Roland Garros, de onde saiu campeão, se hospedou em um simples hotel dessa rua!
Evandro Barreto (Dodô)
Antes da fama e do congestionamento de turistas e kebabs, a rue dela Huchette já havia merecido um livro de Eliott Paul, traduzido em português como “Aquela rua em Paris”. Entre as particularidades do lugar, destaca-se uma transversal, a rua du Chat que Pêche, considerada a menor rua da cidade. No térreo do “Caveau”, o “Storyville” era o point dos saudosistas do jazz de raiz, com gravações em 78 rpm de clássicos de New Orleans, reunindo monstros sagrados como Jelly Roll Morton, Joe King Oliver, Bessie Smith e o então jovem Louis Armstrong. As duas peças em um ato de Ionesco,
“A Cantora Careca” e a “Lição” fora traduzidas e encenadas no Brasil por Luiz de Lima.
Luiz Oliveira
Acho a rua fantástica. Os restaurantes “turísticos” são muito bons, já quebrei muito prato no grego Meteora, um bom chopp no barulhento Zebar e bossa nova no Le Caveau (tinha uma cantora brasileira lá que cantava na happy-hour). Sem falar nos “gerentes” dos privés que puxavam clientes pra entrar nos clubs (tipo pague pra entrar e reze pra sair..rsrs)
Saudades da Rive Gauche…
Ana
Em Outubro hospedei-me na Rue de la Huchette e adorei! Muita gente, muita animação, mas com manhãs calmas e noites que terminam cedo (não me recordo em q piso fiquei, mas o barulho n foi problema para adormecer). Restaurantes com menus económicos e com qualidade, acesso fácil a pé a vários pontos de interesse e muitos transportes públicos. Recomendo a todos!