Sempre admirei o tecido das parisienses de origem africana. Acho que ninguém fica indiferente diante das cores e das estampas que sobressaem no cenário cinza de Paris.
Qual não foi minha surpresa ao ler no jornal Le Monde a história destes maravilhosos tecidos fabricados… na Holanda. A marca de chama Vlisco e a indústria holandesa fornece há mais de um século aos inúmeros países africanos. Criada em 1846, Vlisco influenciou o gosto vestimentário da África central e ocidental e, por sua vez, se deixou influenciar pelas mulheres e estilistas destas regiões.
O tecido se chama wax e sua fabricação, 100% algodão, pede 22 etapas diferentes. Ele não é vendido ao metro. Compra-se a peça de 6 metros, como na foto acima. Seu preço começa em 65 euros a peça. O super-wax, a gama superior, custa mais caro.
No século XIX, a empresa fabricava tecidos visando o mercado colonial, hoje a Indonésia. Antes do Canal de Suez, os barcos holandeses, a caminho da colônia asiática, navegavam ao longo da costa da África fazendo escalas para reabastecimento. E foi assim que estes tecidos se aclimataram na região. A partir de 1930, Vlisco passou a produzir somente para os países africanos.
No 18ème distrito de Paris encontramos lojas que vendem o wax. Fomos conferir e passamos algumas horas descobrindo pequenas lojas de tecidos, mercados vendendo mandiocas e minúsculos ateliers de confecção.
As lojas de tecidos vendem o verdadeiro wax da Vlisco e cópias fabricadas na África ou na China com preços bem mais baratos.
A Kumasi Market é uma loja bem organizada e com bela escolha de tecidos originais e cópias.
Na minúscula Mariame Boutique a mãe vende tecidos e a filha ataca a confecção. Nesta, o acolhimento foi mais sorridente e amável.
Nesta tarde, estava acompanhada por Rita, a fotógrafa do Conexão Paris. Gentilmente ela foi a minha guia do bairro, pois em uma destas lojas Rita encomendou seu vestido de noiva. Este vestido virou fonte de inspiração para um artigo publicado pelo CP. Leia aqui. E se precisar de uma fotógrafa em Paris, leia a proposta da Rita aqui.
Kumasi Market: 39 bis rue Doudeauville, 75018. Metrô Château Rouge.
Mariame Boutique: 35 rue Poissonnier, 75018. Metrô Château Rouge.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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30 Comentários
maria do carmelo gomes de menezes alves de souza
nao sigo moda, faço a minha…desde adolescente que me identifiquei com as estampas africanas, sempre as usei….em saias, batas, kaftas…e tudo mais emque eu possa usufruir dessa bela arte.
nao é facil, aqui em Recife, Pernambuco, Brasil…conseguir comprar.
caso possas me enviem enderecos, nao só aqui, mais, em outras capitais do brasil, em que eu possa comprar via internet!!!!!
grata, lela menezes
Rodrigo Lavalle
Maria, não sei onde no Brasil esses tecidos são vendidos e nem se eles são vendidos aí. Você pode comprá-los no site oficial da fábrica (http://www.vlisco.com/), eles entregam no Brasil.
Abraços.
Maria das Graças
Lindos, lindos! Dão às mulheres africanas um porte altivo e elegante. Mesmo no dia-a-dia vemos nas reportagens da TV5 as mulheres em seus afazeres domésticos usando vestidos e turbantes com essas belas estampas.
Adriana lodi Carsalade
Sou louca por essas estampas africanas.
Existe algum representante no Brasil?
Rodrigo Lavalle
Adriana, você pode comprar os tecidos no site oficial (http://www.vlisco.com/), eles entregam no Brasil.
Abraços.
Cristina
Eu quero muito fazer uma saia desse tecido!
Carolina Tuloner
Lindos.
Rita
Eu sou mesmo fa! Tenho vestidos, bolsas, toalhas de mesa, coberturas de sofa, … e cada vez que vejo um novo padrão colorido fico logo com vontade de correr para a maquina de costura! E esta visita com a Lina pelas lojas do distrito 18 deixou-me com ainda mais agua na boca! Vivement l’Afrique!
ROSEANE DE OLIVEIRA
TECIDOS LINDÍSSIMOS !
ana paula moreira wiemer
cool
Mauricio Christovão
Que história interessante! Esses tecidos, de cores tão fortes e variadas são usados em diversos países da África. É bom saber onde encontrá-los em Paris.
IRMA DELIA TEIXEIRA RAMOS .
Prezadas!!
Muito boa a matéria!!! Belíssimos tecidos,estampas fantásticas.
Att,Irma Teixeira