Faço aqui um pequeno resumo, em tradução livre, de um texto publicado no site Hyperallergic. Trata-se de um veemente convite para visitarmos as Catacumbas de Paris.
Para aqueles que possuem um pouco de imaginação, a visita do monumento na praça Denfert Rochereau se torna um momento de reflexão sobre a total igualdade entre os seres humanos.
Catacumbas de Paris. Gemma i Jere no Flickr
Caminhando entre os seis milhões de esqueletos transferidos de outros cemitérios, desmontados e empilhados sistematicamente de acordo com a parte do corpo vivemos não somente um momento de reflexão sobre a vida, como também uma forte experiência estética. Longe de ser uma atração popular e macabra, este imenso ossuário ondulante representa um mergulho artístico.
Catacumbas de Paris. Jphilipg no Flickr
Indagado sobre quais obras de arte que devem ser conhecidas em Paris, sugiro, antes de qualquer opção, uma passagem pelas Catacumbas. Antes da coleção de arte moderna do Centre Pompidou, da Mona Lisa do Louvre ou da Notre Dame, aconselho um ritual de purificação idelógica através de um mergulho nestas colunas de ossos. O ritual deve ser completado, logo após, por uma longa e magnífica refeição gastronômica francesa. Assim estaremos preparados para entrarmos em contato com a Arte.
Catacumbas de Paris. Gemma i Jere no Flickr
Do ponto de vista artístico, as Catacumbas são visualmente atraentes e concetualmente interessantes.
A disposição lógica dos ossos cria uma unidade de formas e de cores. A ordem que domina os arranjos de crânios, tíbias e fêmures cria uma cadência musical barroca. Ora passamos por longos corredores de ossos monótonamente empilhados, ora circulamos entre arranjos criativos onde ossos diferentes criam movimentos das ondas.
Catacumbas de Paris. Ludwig Pacifici no Flickr
Do ponto de vista conceitual, as Catacumbas oferecem um contraponto às teorias das raças. Nos sentimos diante de uma imensa pintura que evoca não somente o caráter efêmero da vida como também o fato de sermos todos iguais. Os milhares ossos das Catacumbas representam os seres humanos sem as reduções de sexo, raça, idade, orientação sexual e côr da pele.
Santa Maria della Concezione dei Cappuccini Emanuele Longo no Flickr
Existem vários ossuários na Europa, o de Santa Maria della Concezione dei Cappuccini em Roma; o cemitério Fontanelle et Purgatorio ad Arco em Naples; San Bernardino alle Ossa em Milão. Ou a Capela dos Ossos.
Capela dos Ossos, Évora. Caratello no Flick
Mas nenhum deles oferece um passeio vertiginoso como o caminho dos ossos das Catacumbas de Paris.
Informações práticas
Catacumbas de Paris
Endereço: 1 avenue du Colonel Henri Rol-Tanguy, 75015.
Como chegar: metrô linhas 4 e 6, estação Denfert – Rochereau.
Funcionamento: aberto de terça à domingo das 10 às 17 horas.
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7 Comentários
Ohana
Muito obrigada Rodrigo, por suas dicas aqui e no outro post! 🙂
Comprando on line também se fica em filas para entrar? pelo que vimos a principal “queixa” é quanto ao tempo de espera na fila…
Ohana
Olá!!!
Teria algum horário com que sugerem para ter menos fila? Tipo, logo que abre? Iremos em dezembro… Vale a pena comprar pelo site os ingressos? Se consegue driblar a fila nesse caso? Grata 🙂
Rodrigo Lavalle
Ohana, apesar do preço bem mais alto que no local, vale a pena comprar o ingresso antecipado, dessa forma você garante o lugar. Clique aqui para comprar.
Luís
Olá! Estive nas catacumbas e vou dar o meu relato sobre as impressões que tive. Inicialmente, encaramos uma fila gigantesca que se estende pelo lado de fora, contornando o quarteirão, num frio de doer os ossos (com o perdão do trocadilho). Não há nenhum tipo de estrutura para amenizar o sofrimento da espera, que durou uma hora aproximadamente. Pagamos algo em torno de 15 euros por pessoa – não me recordo o valor exato. A caminhada é longa até chegar no ossário. O local é úmido, mal iluminado e o pior de tudo é a proibição de usar flash. Assim, a menos que você tenha uma boa máquina, suas fotos ficarão horríveis. O local é bem curioso e interessante, mas eu achei um pouco desagradável. Mas, ainda assim, tenho que admitir que mexe emocionalmente com todos. Ao final do passeio, notei que fiquei mais tempo na fila de espera do que na própria atração. Depois de alguns poucos minutos já há uma inquietação e, mesmo querendo ler todas as inscrições nas paredes, a vontade é de querer ir embora rápido. O local é sem estrutura e não há sequer banheiros para utilização, o que eu considerei um absurdo haja vista o valor que nos foi cobrado. A minha conclusão: valeu a visita para matar a minha curiosidade, já que foi a primeira vez que visitei as catacumbas. Porém, quando retornar a Paris, este local certamente não estará no meu roteiro. Em todos os locais que visitei, sempre saí com um sentimento bom de que valeu a pena – com exceção da subida na Torre Montparnasse, mas, sinceramente eu acho que o custo benefício das catacumbas não compensa e saí com a sensação de ter jogado meu dinheiro fora. Os organizadores ganham muito dinheiro e não oferecem nenhum tipo de estrutura, enriquecendo às custas dos turistas. Esta semana me despeço de Paris. Deixo aqui meus agradecimentos aos organizadores do blog que em muito me ajudaram no planejamento da minha viagem e a realização do meu sonho de conhecer Paris. O meu muito obrigado, Rodrigo Lavalle e Lina.
Mônica
Fui e iria de novo.
É uma experiência impressionante.
adriana dias
fui sozinha, num dia chuvoso, só 45 minutos na fila
senti falta de uma lanterna, para melhorar as fotos,
mas o passeio é ótimo
além dos ossos, a escavação do local e o trabalho dos mineiros também é impressionante
Nick
Nunca me interessei em visitar as Catacumbas, e não imaginava que esse local atraísse tantos visitantes. Na minha última passagem por Paris, ano passado, num domingo de manhã fui pegar o ônibus até Orly na Praça Denfert Rochereau e a fila para visitar as Catacumbas estava imensa, daí eu tive a certeza que na próxima vez vou conhecer o local.