A artista se chama Shadi Ghadirian e as obras foram intituladas: Comme d’habitude. O que poderíamos traduzir por Como sempre. Ou Como de hábito, uma sugestão da leitora Mada.
As fotos foram enviadas por Viviana, estudante de psicanálise e artes plásticas.
Não estou colocando lenha na fogueira. Achei a discussão sobre a proibição da burca (burqa) instrutiva e correta. Todos expressaram suas posições. O assunto é polêmico e não gostaria de estar no lugar dos políticos franceses atualmente. Mas, fazendo parte de uma geração que pensou a questão feminista a fundo, não posso concordar com a imposição desta roupa. Às vezes a arte expressa melhor do que qualquer palavra o sentimento humano. As fotos acima ilustram o que penso.
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23 Comentários
Elisandreia
Lina,
Hoje, em todos os jornais do Brasil, estão comentando a aprovação, pelo parlamento, do projeto de lei que proíbe o uso do véu integral, como o burka ou o niqab, em qualquer espaço público.
Para quem achou que o tema iria demorar a se resolver, foi até rápido demais!!
Laila
Tenho pra mim, que a cultura deles sempre foi assim, nós aqui no Brasil usamos biquini pq somos da cultura dos indios e nosso clima favorece muito isso, ja pensou alguem querer mudar isso?
la o sol é mto quente e as noites mto frias, isso é até uma proteçao a pele delas que por sinal é linda e limpa eu que conheço muitas mulheres la e usar burca vai com a cultura, nao tem o que discutir cada um na sua! Eu respeito super e na ideia deles, estao certos! agora acho uma palhaçada quererem mudar tudo.
Cláudia Oiticica
Mada,
o título original desse filme francês é Welcome, mas no Brasil ele passou nos cinemas no circuito normal como Bem-Vindo. A direção é de Philippe Loiret. Eu assisti ano passado na TV5 pouco tempo depois que estreou nos cinemas. Ele foi bastante comentado quando da participação de mostras de cinema na Europa e ganhou alguns prêmios.
Vi que o Kaá foi o escolhido pela Wallpaper. Abraços.
Mada
Marcello, seus argumentos são muito bons. De fato, essa relação com as ex-colônias tem implicações muito complexas.
Eu também vi e revi o Entre Muros, passou recentemente na rede Telecine. De fato, não dá para ver sem refletir. Os diálogos são muito bons.
Claudia,
Eu não estou sabendo desse filme Welcome, ele entrou no circuito brasileiro ou vc viu em mostras ?
Cláudia Oiticica
Sueli,
reparei sim e isso ainda torna o filme mais fascinante. Vi e revi. Um filme para refletir.
Eymard,
tenho certeza que você vai gostar de Welcome.
Sueli OVB
EYMARD
Conflitos pessoais são sempre maiores que qualquer conflito social, religioso, moral… Você não acha?
É difícil ver as pessoas individualmente e nos colocar no lugar delas. Nossos conceitos e formação sempre falam mais alto. O outro no espelho é sempre um reflexo de nós mesmos, não a imagem de si mesmo .
Sueli OVB
Vocês repararam nos créditos do Entre os Muros…? Os personagens são reais e o professor/ator é o autor do livro que deu origem ao filme.
Aquilo é a mais puríssima realidade e lidar com diferênças demanda muito mais que conhecimento, experiência, vontade…
Cada um daqueles estudantes é um micro cósmo e lidar com eles num mesmo contexto é complicado.
Amei o filme e ele ficou na minha cabeça por muito tempo.
Eymard
Claudia Oiticica e Marcello: entre muros – boa lembranca da Claudia (como sempre). Um filme para assistir, pensar, conversar sobre ele….para nos algumas dessas questoes sao distantes. Nao vivemos os mesmos conflitos culturais da europa. ‘E dificil se colocar na situacao cotidiana deles. Temos os nossos e nao sao poucos.
O Welcome, nao vi. Vou procurar
Cláudia Oiticica
É isso mesmo, Marcello, acho esse filme maravilhoso. Outro que também gostei muito e aborda esse lado político/social, só que do ponto de vista da imigração ilegal é o Bem-Vindo (Welcome).
Marcello Brito
Oi, Claudia,
Eu vi esse filme aqui no Brasil.
Fez um certo sucesso com criticas excelentes. Eu ai falar dele pq justamente é um filme que embora nao aponte caminhos claros, avalia varios lados e é um documento que aposta no entendimento mesmo que as vezes impossivel. É muito bom e li que ele utilizou nao atores o que deu mais veracidade ainda.
bjs.
Cláudia Oiticica
Marcello, todas as suas colocações são sempre muito bem fundamentadas e não acho que você foi brusco, apenas quis ir além, alertar sobre os desdobramentos futuros que uma uma lei extremista pode causar. Falo pelo lado da submissão, inaceitável. Como a Lina e você, também não queria estar na pele dos políticos franceses.
Um filme que me impressionou muito que aborda essas diferenças culturais que a França enfrenta foi “Entre os Muros da Escola”. Não fala da burca, especificamente, mas de um relacionamento conturbado entre as várias etnias numa sala de aula.
Marcello Brito
Eu talvez tenha sido brusco demais em minhas colocações e nem sou esse arauto dos bons modos e bons costumes que não cometa meus pecados diarios.
Também não sou um caçador de nazistas ou um esquerdista convicto , embora o tema 2 guerra me fascine demais.
Só acho essa lei muito complicada e que poderá trazer uma precedencia perigosa.
È evidente que como humanista que sou, não gosto nem concordo com a submissão da mulher e a quase anulação de seus direitos que o uso da burca possa refletir.
Mas acho que a principio é tudo perigoso e complicado demais e como falei la atras assusta o fato de principios parecidos, muito parecidos, terem sido usados la atras em situações que levaram ao banimento de principios basicos de democracia e lei e que acabaram por desembocar no horror.
vejam o caso na Suiça: proibição de minaretes e possibilidade de demolição das existentes.
Para mim é uma lei inaceitavel. Como falei, se fosse na espanha eles iam demolir o principal simbolo de Sevilha? A Giralda?
No caso frances que tem uma cultura extrema de democracia e nao interferencia do estado no foro intimo, não sei como será isso, ou melhor, acho que vai ser dificil e nao queria estar como a lina, na pele dos politicos dai.
De qualquer modo folheando o guia verde do michelin outro dia eu li lá: o prato mais popular em Paris ja a muitos anos é o cuscus marroquino e ai como fica?
Acho que muitos lados tem que ser avaliados.
Evidentemente que o lado da afirmação da mulher como uma igual é um certamente.
Mas como fica a França aceitar que o Sutão de Brunei dono do maurice e do Plaza athenée seja um bigamo? e ele o é.
Todos os paises Europeus aproveitaram as commodities de suas colonias para bancar as extravagancias de suas cortes e depois na reconstrução pos 2 guerra foi de novo a essa mão de obra que a europa recorreu.
É evidente que um problema ai se criava.
Eu sei que para mim que não mora na França é facilimo falar, mas sou filho de pais europeus e tenho cidadania europeia o que me dá um pouquinho mais de conforto ao emitir essas opiniões que seriam um pouco menos educadas se eu fosse um estrangeiro total arrogante. Não entendam como isso.
Só há da minha parte preocupação, porque talves ingenuamente acredite na possibilidade de um mundo possivel em harmonia com as diferenças pessoais, culturais e sociais aceitas.
É isso.
conexaoparis
Mada
Gostei muito. Já acrescentei. Vá ver.
conexaoparis
Eymard, Eymard.
Ainda vamos discutir este assunto. Não gostaria de estar na posição do legislador. Mas enquanto cidadã posso ter opiniões de maneira mais confortável.
Ana Fonseca
Lina,
Fui para Paris e consultei muito o seu guia… Fui a essa exposição e adorei…
Primeira vez à Europa e simplismente AMEI o Pompidou. Adorei suas dicas do guia tb.
Um abraço,
Ana
eymard
Lina, Lina: voce gosta de uma polemica. Mas isso e formidavel! Sao temas muito atuais e que precisam ser aprofundados. Ha muitos olhares e perspectivas sobre essa mesma questao. Gostaria de continuar debatendo essa questao com mais tempo para pensar sobre ela…Marcello Brito coloca uns questionamentos importantes (em termos, digamos, de politica de estado). Concordo com a questao feminista que esta por tras. Mas tenho muitas duvidas sobre a interferencia do estado nesta questao….preciso pensar melhor; ler mais sobre esse assunto. Mas, certamente, ‘e um assunto que me instiga!
Jorge Fortunato
Sem sombra de dúvida é uma exposição questionadora. Aliás, esta é uma das funções da Arte. A rotina, não só da mulher muçulmana como também da ocidental. De uma forma ou de outra todas estão presas a alguma coisa.
Mada
Lina,
Se vc me permite, eu traduziria o título da exposição para :
como de hábito
justamente para dar o duplo sentido que existe tanto em português quanto em francês ao radical da palavra hábito. Teria o sentido do sempre e o sentido da vestimenta do monge.
A expressão o “hábito faz o monge” (” l’habit fait le pêtre “) dá muito o que pensar também e talvez a autora tivesse essa intenção dupla com titulo.
Gostei muito do post! Concordo com vc e Claudia Oiticica.
Leandro Ramos
Perfeito Lina !! Excelente post. Concordo com vc e tb com a JULIANA !
Cláudia Oiticica
Arte, liberdade…tudo tão subjetivo, polêmicas sem fim. Penso exatamente como você, Lina.
Juliana
Acredito que vale lembrar que Shadi Ghadiriam é muçulmana, nascida no Irã.
Li que com esta exposição ela quis trazer a repetição rotineira que cada mulher muçulmana se encontra obrigada a fazer e para que cada muçulmana esta destinada a viver.
Sueli OVB, foi a mesma Juliana (eu) que escrevi ambos comentários no post da proibição da burca (burqa – as duas maneiras são corretas). Talvez no segundo post um pouco mais aberta aos comentários e opiniões dos blogueiros do CP.
Depois dos diversos comentários do post anterior, confesso que balancei um pouco com minha firme opinião. Respeito a de todos, inclusive respeito as diferentes formas de acreditar em Deus (ou outro ser) e de expressar sua religião.
Mas, o fato é que realmente não sabemos o que passa na cabeça destas mulheres. Se são reprimidas, realizadas ou infelizes. E minha visão ocidental não permite acreditar que se perguntássemos a elas, e o sentimento fosse contrário ao que a religião manda, elas falariam honestamente.
Minha visão ocidental também não consegue perceber como uma forma de expressão da cultura e religião mutilar mulheres e tratá-las pior que animais domésticos, pois é a crença. Também não consigo aceitar ataques suicidas, onde morre quem atacou e mais 50 pessoas (homens, mulheres e crianças) para defender uma causa ou uma ideia.
Como foi falado no post anterior, não é possível generalizar. Mas, vejo ações assim como extremistas, lideradas por visões extremistas.
E, não acho que um extremista, independente de qual religião seja, possa viver na sociedade em harmonia.
Giovanna
Cara Lina,
A arte também tem função questionadora. A discussão nos faz pensar e repensar. Falamos, ouvimos… aprendemos.
O argumento que você colocou rendeu de uma forma muita positiva, não somente aqui no blog, pois repassamos a discussão em nossas conversas com amigos e família, queres coisa melhor que isso?
Isso é liberdade de expressão, é democracia, é vida!
eidia
Como você disse LIna, situação difícil estão os políticos. Já que propuseram agora vão ter que colocar um fim nessa novela. Não é tão simples, simplesmente vetar. A burca pode ser um fio do novelo.
eidia
http://www.oquevivipelomundo.blogspot.com