Recebi da nossa amiga Katia Becho um artigo – especial para a Folha de São Paulo – do jornalista Zeca Camargo, publicado dia 13/03/2013 e intitulado: Jornalista “gourmet” compara restaurantes e conclui que comer em SP custa caro demais.
Zeca Carmargo relata que um dia, diante de um comentário de amigo americano, percebeu que um jantar a 150 reais por pessoa é caro demais.
Após jantar normal no Brasil, pratos banais – steak tartare, risoto de bacalhau, peito de pato, medalhão bérnaise – o amigo americano teria dito: “Sabe o que aconteceria com um restaurante desses em Nova York? Fechava em uma semana!”. O amigo reclamava, claro, da relação custo-benefício. Quando um nova-iorquino paga 75 dólares para jantar fora a expectativa é de algo ligeiramente mais elaborado ( saboroso e criativo ) do que um magret de pato.
Em seguida Zeca Camargo cita a média de alguns bons restaurantes em Nova Yorque: 25 dólares no Acme, 14 dólares no Pok Pok NY. E em Paris: 24 euros por entrada + prato principal + sobremesa no L’Agrume. Claro, pratos saborosos e criativos.
O foco central do artigo do jornalista é pagar um valor alto por uma coleção de pratos genéricos. E é exatamente este o meu tema de discussão preferido.
Moro na França de maio até dezembro, o resto do ano no Brasil fugindo do inverno parisiense. Estou em uma posição onde a comparação entre restaurantes parisienses e brasileiros é automática. Não somente em relação aos preços, mas também na questão do serviço.
Fico surpresa com as notas dos restaurantes das cidades por onde circulo, Belo Horizonte, Rio e São Paulo. Passei a questionar amigos próximos, e grandes viajantes, sobre a questão. As respostas são idênticas: os restaurantes são caros demais, os preços não acompanham a qualidade e o serviço é inexistente.
Veja somente este exemplo: Itinéraires, pequeno restaurante do Quartier Latin citado pelo nosso Guia Gastronômico de Paris, acabou de ganhar sua primeira estrela no Guia Michelin. Quer saber quanto custa o almoço com entrada+prato+sobremesa no Itinéraires? Apenas 35 euros. Normalmente o menu com três pratos é copioso demais e o de dois pratos é mais solicitado. Neste caso, pagamos 29 euros por entrada+prato ou prato+sobremesa. Leia nosso artigo aqui.
Como diz Zeca Camargo: a culpa é nossa. A culpa está em quem aceita pagar caro pratos banais e sem relevo. Na ilusão de que comida cara é comida boa, o cliente passa o cartão mais como prova de que “pode gastar”.
Mas o assunto ainda não acabou. A mesma Katia Becho enviou outro artigo da Revista Carta Capital, assinado pelo jornalista Marcio Alemão, com o sugestivo título: Fique mais em casa. Em resumo: as pessoas começaram a fazer as contas! Ainda bem! Para que pagar uma grana alta e comer o que podemos fazer em casa?
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54 Comentários
Joao Carlos
O que e barato em nosso pais?? Hoje em dia, nem banana……Temos que ter em mente nao apenas o custo Brasil (e quando se fala em reforma tributaria, so se aumenta a carga), vejo que, alem dos brasileiros terem o “habito” de cobrar altas cotas de lucro na composicao de seus precos, permitimos bomo bons “macaquitos que somos” que companhias estrangeiras exacerbem em lucros liquidos que JAMAIS TERIAM EM SEUS PROPRIOS PAISES. Infelizmente, nosso pais jamais sera uma nacao……somos verdadeiros tigres de papel, mas na hora do “vamos ver”, olhamos para o lado, dissimulamos e saimos assoviando……
Elizabeth Moreira Lima
Eu já havia percebido isto… no bolso. E ainda: há uns 3 meses, no aeroporto de Guarulhos, ouvi uma moça americana escandalizada com o preço do cigarro e do fósforo. Qualquer coisa lá é absurdamente caro. Aliás, qualquer coisa no Brasil é absurdamente cara! Comer em casa: amo!
Natael
Concordo plenamente. Agora vou falar de uma exceção que vale a pena ser lembrada. O Flores Restaurante em BH por 51 reais você come pdatos bem elaborados e muito saborosos. A dica é ir de terça a quinta pois a casa é pequena (30 pessoas), e nesses dias não cobram rolha.
Maria Cecília Camargo.
Há algum tempo renunciamos aos restaurantes no Brasil. Moramos no Rio De Janeiro, mas passamos grande parte do ano, em Maimi. Os preços aqui estão exorbitantes. Sabem o que aconteceu? curtimos um bom vinho, aperitivos, elaboramos pratos perfeitos, chamamos amigos. Resultado: não troco restaurante pelo conforto e qualidade que tenho em casa. Passou a ser um grande prazer fazer nosso próprio jantar, escolher os ingredientes, arrumar uma linda mesa e chamar amigos para compartilhar.
clarice
Perfeito! Campanha para ficar em casa, fazer comidinhas gostosas e saudáveis e economizar para as férias em Paris! Voilá!
Joe Mendes
Pessoal
Chegou a hora de ir comer fora em vez de fazer compras… Venham comer no velho continente onde os preços dão par pagar o avião e ainda sobra um trocado… O Brasil está caríssimo para Europeu não sei quanto vocês ganham mas me parece um absurdo… Até minha empresa hoje publicou um anúncio para evitar viagens ao Brasil em 2014… Coisa nunca vista ….
Acelso
Se o cobrado é pago, existe quem paga, tudo bem!!!
E em Vitória-ES o cobrado é exorbitante, serviço fuleiro, garçons despreparados e cozinha “mais ou menos”.
Vilmara Azevedo
Lina, estive em Paris esse ano para um curso e vou a SP mensalmente. Essa última está cada vez mais cara. Não entendo pagar R$ 450,00 por um menu degustação por pessoa, como vi ofertado mês passado na Restaurante Week. Jantar bem sai pelo valor que o Zeca citou mesmo e olhe lá, se não for bem mais caro. Em Paris, bem como outras cidades europeias que já estive, sempre como muito bem, paguei um valor justo e o atendimento cordial. Moro em Natal e, por aqui, os preços estão fora a realidade também. Não sei qual a lógica que esses empresários usam. Porque, atrair e fidelizar clientes, certamente não é uma estratégia conhecida por eles.
Giselda Ferreira
Lina, infelizmente a maioria das pessoas no Brasil tem essa coisa de achar que o que é caro é o melhor e que para estar inserido na sociedade tem que pagar caro em tudo. Sabe aquela história? fulano ta podendo, comeu no restaurante X, comprou a Bolsa Y e tem o carro W. A vida no Brasil é cara e muitos brasileiros nao se dão conta disso.
Aline
Lina, me tire mais uma duvida.
Quando entrei no site dos restaurantes da Torre Eiffel me deparei com refeições que não consegui entender! Qual a diferença entre menu com 3 pratos e entrada+prato ou prato+sobremesa?
Lina
Aline
entrada+prato+sobremesa é o menu de 3 pratos; você pode escolher também dois pratos: entrada+prato ou prato+sobremesa.
Kelly
Parabéns pela página, estou tirando muitas duvidas! Sou graduada em hotelaria e trabalhei com A&B , mas isso não importa pois nao precisa ser profissional da área para saber que aqui em Brasília é EXATAMENTE como vc descreveu…as pessoas pagam caro por uma comida simples, atendimento péssimo! Do butiquim
jorge fortunato
Não gosto muito de fazer comparações, até porque não tem muito como comparar. Primeiro porque não ganhamos em Euro, pelo menos eu. Meu salário é em Real. Simplesmente quando viajo estipulo gastar x por dia e ponto final. Em Paris, no ano passado paguei 10 Euros por um Confit de Canard num bistrô simples próximo à la Villete. Muito saboroso. Não muito diferente do Confit de Canard do Polidor que pagaria em torno de 20 Euros. Aqui no Brasil e, principalmente, no Rio o que está acontecendo é absurdo. Restaurantes como o Lamas, onde se pagava em torno de R$ 40 por filet a Oswaldo Aranha, agora pagamos R$ 86. E paga quem quer, eu não.
Jane Curiosa
Sophia
Redondo! É isso.
Eu também invento na cozinha.E quando me disponho a ir a algum lugar tido como “o melhor”,vou por desejar provar/conhecer o melhor.Não basta apenas ser diferente.Tem que ser competente.No mínimo muito melhor do que eu(quase medíocre) consigo fazer.
Sophia
Maria das Graças, que tal novos amigos? Risos.
Sophia
Conexão Paris, obrigada por pegar no ponto nevrálgico para mim em relação aos restaurantes: não admito pagar caro por algo que eu mesma poderia ter feito melhor em casa.
Risoto, por exemplo, é um prato que não me aventuro mais: é um prato básico, mas Piselli, Gero e vários outros têm um risoto bem mais ou menos pelo preço que cobram. Invariavelmente, o meu é melhor.
Mas o post esqueceu de um aspecto importante: a maior parte das pessoas não tem uma “educação gastronômica”. Não se sabe diferenciar um prato bom de um prato medíocre. Clientela medíocre, chefs medíocres, pratos medíocres, preços estratosféricos.
Aproveitando, endereço-me a Rita Branco: minha melhor refeição deste ano até agora fiz no DOC do chef Rui Paula em dezembro. Menu espetacular, serviço excelente, ambiente agradabilíssimo. E isso porque estive em Paris depois e comi em alguns estrelados e outros vários sugeridos aqui pelo CP. O DOC superou a todos.
Jane Curiosa
Ai,ai,ai,ai.
Comer bem:
-Comer bastante
-Comer barato
-Comer coisas caras
-Comer coisas boas(aquilo de que se gosta-para alguns vale feijão com goiabada,fazer o quê?)
Pergunta:
Comer em lugares caros garante uma comida palatável? Depende do grau de exigência e sofisticação do paladar de quem come. Acontece que às vezes a comida nem é lá essas coisas,podendo ter sido preparada com ingredientes “finos” e caros,mas…o chef é daqueles que pensa que ser chef é só saber fazer comida.E isso,infelizmente,é o que a média aceita.Aí,come-se simplesmente embalado pelo ambiente e o melhor de tudo,para ver e ser visto.Paga-se para isso.E caro.Para alguns outros,que não desejam nada mais do que algo sublime para satisfazer o paladar diferenciado que desenvolveu ao longo da vida,resta a pesquisa,acertos erros.São poucos.E irão pagar mais caro ainda?Não necessariamente.
Esses buscam templos de boa comida;e ela,a comida dos deuses, pode estar em um lugarzinho simples,ao comando de alguém realmente inspirado e criativo.Eles existem.E quem ama comer para também alimentar a alma,vasculha, aprende e também paga caro,o que é terreno,mas esse, ao menos, sabe fazer valer o que gasta,incluindo aí o tempo.
Thais
Queria poder reclamar SÓ dos restaurantes…tá tudo tão caro que ultimamente tenho feito tudo em casa: troquei o restaurante pela reunião de amigos em casa(a cada encontro vamos em uma casa diferente e todos levam um prato legal), salão (aprendi a fazer tudo sozinha em casa), cinema (só se for mostras com filmes baratos/de graça ou espero para alugar), roupas (só compro em brechós, liquidações)e etc. Viajar dentro do Brasil está fora de questão, além dos preços altos, não temos muita segurança.
O salário que ganhávamos no ano passado já não dá pra fazer muita coisa…Amo meu país, mas tá cada vez mais difícil sobreviver por aqui. 🙁
Katia
Lina,
Nelson Rodrigues falou que os brasileiros tem complexo de vira-lata, baixa auto-estima. Mas, talvez, um “complexo de Weimaraner” seja ainda pior. Esses tem a auto-estima tão anabolizada pelo dinheiro que empinam o nariz e pagam o que for preciso para se ‘diferenciar’. Tomara que a gente amadureça e vire gente rápido.
Maria das Graças
zeluiz, o difícil é convencer os amigos a comer em casa. Têm verdadeira ojeriza a tudo que se refere à cozinha e lhes falta paciência para acompanhar o ritual de por a mesa, comer com calma e depois organizar o ambiente.
Eduardo
Resposta a Ana ,
Acho que voce nem imagina a carga de impostos e tva que è cobrada na França . isso nunca foi motivo para os preços exorbitantes cobrados no Brasil
Eduardo
No estado de Sao paulo as pessoas pagam o pedagio mais caro do mundo a quase vinte anos,em apenas uma ocasiao quando da abertura da praça de pedagio para chegar em alfhaville,fui participar de uma manifestaçao contra.Resultado:ouvi atè de meus amigos as seguintes frases,assim è melhor, pobre nao compra carro e diminui o transito.ou eu posso pagar ,quem nao pode que va de onibus,etc
Sem se dar conta è uma sociedade fascista,reacionaria.
Jane Curiosa
Essa receita é mais velha do que andar de trás pra frente,mas…
Ao ler os comentários,notei que muitos aventam a hipótese de cozinhar em casa,seja para economizar,seja para não desrespeitar a lei seca.
Assim,fui buscar uma receita fácil que todos possam tentar fazer em suas casas e para seus amigos.
Frango com whisky
-01 garrafa de whisky – do bom, claro!
– 01 frango de aproximadamente 02 quilos
– Sal e pimenta a gosto,raspas de laranja
– 350 ml de azeite de oliva extra virgem
– 500 g de bacon em fatias
-Uma porção de nozes descascadas
Modo de preparar:
– Pré-aqueça o forno por aproximadamente 10 minutos.
–Beba um gole do whisky.
– Pegue o frango e massageie bem com o azeite.
– Beba um gole do whisky.
– Envolva o frango no bacon e tempere-o com o sal e a pimenta.
Sirva-se de uma boa dose (caprichada) de whisky enquanto aguarda o frango “pegar o tempero”.
– Coloque o frango em uma assadeira grande.
-Axuste o terbostato na marca 3 e espere uns binti binutos e ponha pra assassinar o pato,digo,assssar a ave.
-Sirva-se de mais duas doses saradas de whisky e coma mais algumas nozes.
Controle a asssadura do frango. Enquanto essspeeeraa,sirva-se de uoootraaa dose de whisky e tente vicar zentado na gadeira,PRR!
– Deeeiixaaa o filho da@#!?do pato no vorno por umas 4 horas.Depois tente tirar o vrango do vorno,porque da primeira tentadiva dãaao deu.
Mande mais uma boa dose de whisky pra dentro…de você,é claro, e… cuidado,garaio!derrubôoo o pobre do vrango no chão.
– Pegue o vrango que gaiu no jão da cozinha,limpe com o pano de brato e ponha ele numa
pandeja ou qualquer outra borra, bois avinal, você nem gosssta muito de marreco mesmo.
zeluiz
Ótima matéria. Trabalho numa grande multi em SP. Nossos colegas parisienses, americanos, alemães, sul-coreanos, japoneses, em visita à cidade a trabalho, ficam escandalizados com os preços que pagamos em tudo. Por que vocês aceitam isso? é a pergunta recorrente. Ficam intrigados com o pagamento dos “manobristas” rsrsrs. A resposta, no caso dos restaurantes paulistanos, pretensiosos e caríssimos, é a matéria do Márcio Alemão: vamos cozinhar e reunir os amigos em casa. Comeremos melhor e muito mais barato. Saúde para o bolso e para a alma.
Mauricio Christovão
O Brasil está caro. Comida, imóveis, carros, serviços…Acho que não ganho pra isso…
Lili
Lina e pitaqueiros,
Vcs me indicam algum restaurante próximo ao arco do triunfo pra jantar no domingo de páscoa e que não seja muito caro? Queria algo que custasse menos de 100 euros, já com a bebida inclusa, para um casal. Alguma dica? Vi que o atelier do joel roubochon da champs elysses tem um menu a 37 euros. Esse preço também é válido para o jantar??
Agradeço desde já a ajuda de todos.
Lina
Lili
Vá ao Atelier. O preço é o mesmo para o jantar. Excelente pedida.
Gustavo - Viajar e Pensar
O Brasil está no momento “Novo Rico” paga caro e arrota isso, esse é o problema. Gosta de falar que pagpou caro mesmo e não questiona.
Tem local caro somente para excluir socialmente clientes, e mesmo assim continua sendo frequentado.
Aqui em Florianópolis, onde na praia um bar cobra R$8 a cerveja Long Neck e na frente dele o Ambulante vende por R44 a mesma cerveja, e muitos ainda pagam a do bar, para aparecer, bater fotos e etc.
Viva a curtura (de curto) Nacional
Marcos
Cláudia Maria,
no D.O.M. você pagaria, por baixo, 2 vezes mais, sem o vinho.
José Rodrigues
Apenas uma correção, o tal jantar da matéria saiu 150 reais e não euros daí o comentário do que se espera por 75 dólares em NY.
Mesmo aqui em São Paulo um jantar de 400 reais é uma coisa pouco comum, claro imagino que se tratando por pessoa e não o casal rs.
Também acho graça da expressão moeda forte quando o euro é 2,60, 2,70 e o dólar 2, 2,10.
Já li outras matérias sobre o assunto e é hilário ver as explicações dos donos.
Além de todas as citadas acima ainda tem o fato de que compram muita matéria prima cara que é jogada fora pois nem sempre os clientes pedem aquele produto e ele precisa estar sempre fresco.
Tem também a questão do preço do aluguel, ponto rs.
A melhor, que poucos confessam, alguns metem a faca logo porque sabem que o lugar não vai se firmar, vai fechar quando sair de moda, deixar de ser novidade e então querem lucrar o máximo possível enquanto der.
Por último é bem o que a matéria disse, tem gente que acha o máximo pagar caro, se sente porque gasta 200 ou 300 em um jantar mais ou menos.
Por outro lado, isso me faz pensar, tem muita gente ganhando muito dinheiro nessa terra porque estes lugares ridículos ficam lotados.
Lina
José Rodrigues
Obrigada, fiz a correção.
Marcos
Vale destacar, no mesmo caderno da mesma edição da Folha, a matéria “Maravilhosa, mas a que preço?”, assinada pelo André Barcinski, na qual o jornalista relata algumas aventuras gastronômicas superfaturadas no Rio de Janeiro, como, por exemplo, o desjejum em uma “bakery” (sim, aparentemente não temos mais padarias, mas “bakeries”. Santa cafonice, Batman!) em Copacabana por módicos R$ 70,00.
Lembrei, assim, de um não tão recente almoço no Laguiole, charmoso restaurante com decoração caprichadíssima, em funcionamento no MAM Rio há alguns anos, frequentado, em sua maioria, por homens e mulheres de negócio bem vestidos (cujos modos à mesa eram inversamente proporcionais ao preço das suas fatiotas). A conta alcançou a desmedida cifra de mais de R$ 150,00 por pessoa. A comida era boa e o serviço, nota 10, mas não me venham com coisas manjadas, como ovo “poché” trufado ou releituras bem pouco inspiradas de clássicos nacionais como o picadinho de carne, a preços escorchantes.
Eddie
Carga tributária, altas margens de lucro, “moeda forte”, custo Brasil. Sem dúvida, estes ingredientes (entre outros) são contabilizados e fazem parte da composição de preços nos menus brasileiros. Aqui pagamos mais caro por praticamente tudo e isso não é nenhuma novidade mas nem por isso devemos generalizar dessa forma. Quer dizer que todo restaurante brasileiro oferece cardápios e comidas medíocres, como foi dito aí embaixo? Quer dizer que um menu de 35 euros é garantia de qualidade (uma pergunta dentro da outra: 35 euros para um brasileiro é muito diferente de 100 reais)? É esse o valor que se paga nos estrelados em Paris ou NY? Quer dizer que restaurante em NY é sinônimo de qualidade e preço baixo? Quer dizer que é possível fazer o Real valer mais em Paris do que no Brasil, mesmo com o Euro valendo mais que 2,5 vezes o nosso dinheiro??? Taí algo que eu realmente gostaria de aprender.
Será que a opinião do coleguinha americano do tal Zeca Camargo (aliás, quem é Zeca Camargo?) não está sendo supervalorizada, mais até que os preços praticados pelos restaurantes em Terra de Vera Cruz?
Faz tempo que Nelson Rodrigues criou uma expressão para definir este tipo de comportamento e até hoje ela continua perfeita e atual.
Claudia Maria
Nos outros países, os restaurantes também pagam impostos e têm regras trabalhistas ate piores que a nossa, então isso não é desculpa. Estive em Lima no Peru em fevereiro. Fui num restaurante, o Astrid y Gaston, na lista dos 50 melhores do mundo, no jantar: entrada, prato principal, sobremesa, cafezinho, aperitivo na entrada, vinho na refeição, água mineral. Custo: 75 euros por
pessoa. É caro, sim, exorbitante? Pela qualidade da comida e pelo serviço super atencioso, não. Em SP certamente pagaria o dobro.
Jacqueline
Pessoal eu dei a minha opiniao, obrigada pelas curtidas. Quando eu me refiro a culinaria regional, nao foco apenas em uma regiao obviamente, o nosso país é muito rico em cozinha regional, uma diversidade de pratos saborosos de cada parte do nosso Brasil, Michael Palin que o diga, ficou encantado por ter tido o prazer de descobrir. Eu mesma quando vou a Paris, fujo de nouvelle cuisine, prefiro saborear os pratos regionais franceses, conhecer cada regiao, diferenca de pratos e sabores. Eu nao comparo nenhum país com o outro no quesito culinário, porque simplesmente cada país tem a sua riqueza de pratos variados.
Luiz
Creio que o Brasil está passando por uma espécie de “bolha gastronômica”. Gastronomia está na moda, está em expansão, tem cada vez mais visibilidade nos veículos de comunicação, mais estrelas, e os restaurantes estão aproveitando este momento para faturar alto no curto prazo. Neste cenário chamar os amigos e ficar em casa fica muito atrativo.
Michele - PlanejandoaViagem
Se levarmos em conta que essa conta praticamentenão tinha bebidas incluída a comparação fica pior ainda. Mas tudo bem, com lei seca e sem opção de transporte público, beber para que?
Adriana Pessoa
Eu também faço automaticamente essa conversão e fico horrorizada com o alto custo dos restaurantes no Brasil. Custo de vida altíssimo.
Nilza Freire
Bem, para começar somos bitributados pelo IR e os impostos embutidos em qualquer produto. Depois, somos explorados de todos os lados em nosso lazer: no cinema e no teatro temos que pagar além do devido por causa do benefício da meia-entrada, e por aí vai. Eu só me alimento fora de casa e este hábito consome uns 30% do meu salário, isso porque escolho lugares honestos e de qualidade. A comida barata aqui existe, mas é de má qualidade. Em Paris o meu dinheiro rende muito mais, mesmo no jantar, que é mais caro do que o almoço. Posso afirmar sem medo de errar que o custo de vida lá é bem menor e as compensações são muito maiores. Agora, tenho uma teoria de que o luxo é tabelado mundialmente: no Brasil, França, Nova York ou Buenos Aires se pagará muito alto pelos artigos de luxo, pelo hotel cinco estrelas, pelos restaurantes do Michelin. Mas até nesta pretensa “tabela” o Brasil insiste em ocupar o primeiro lugar, muito triste…
Márcia Maria
Lina, estava exatamente falando sobre isso na última sexta-feira à noite, em casa, quando eu e Marido nos reunimos com o outro casal que irá conosco à Europa em abril. Questionávamos quanto iremos gastar no L´Atelier (reserva feita!), e nos demos conta de que, muito provavelmente, o valor da refeição lá será muito próximo do que gastamos aqui em Recife/PE, em restaurantes apenas razoáveis. Realmente nossa cidade está evoluindo muuuito no quesito alimentação, mas os preços estão exorbitantes, muito pouco diferentes do que se cobra em SP, por exemplo! Muito bons os textos, reflexão na medida!
Renata Farias
Concordo! Comer em Brasília é caríssimo. Quando vejo um restaurante com menu a 35 euros dou risada, porque se eu for comer aqui num restaurante “bom” entrada + prato + sobremesa vai ser no mínimo R$ 100 por pessoa…. Piada!
Maria
Alguns mencionam a moeda forte e os impostos, mas o problema é que no Brasil a margem de lucro é altíssima. O dono (do restaurante, salão de beleza e qualquer coisa) joga o preço lá no alto porque todo mundo paga, os negócios vivem cheios. Isso não tem nada a ver com moeda forte, tem a ver com lei da oferta e procura. Se eu resolvo vender uma folha de papel a cem reais e tem quem pague, por que eu iria baixar o preço?
Com essa predisposição do consumidor em bancar as altas taxas de lucro, para que gastar dinheiro e inovar no cardápio? Inovar no menu significa gastar dinheiro e reduzir o lucro.
Jacqueline, e se o amigo do Zeca estiver em Sampa por uma, duas semanas, ele tem que comer em restaurante regional todos os dias? Acho que não. Ele certamente irá buscar outras opções como todos nós. Não comemos no italiano em ny?
Beth Lima
Não só em São Paulo mas também no Rio, os restaurantes perderam a noção dos preços. Aliás, não só os restaurantes mas todo o comércio, até mesmo pequenos serviços. Os preços estão absurdos!
Alguns amigos estrangeiros que visitam a cidade ficam impressionados com os abusos praticados por aqui.
Beatriz
Gente!!!!! Vamos prestar atenção aos sinais!
Vamos aproveitar o momento e viajar muito, ir a restaurantes estrelados na Europa por preços baixos, o mesmo em NY!!!
Nossa moeda está muito forte portanto os preços são altos.
Vamos aproveitar a crise deles e visitar os museus, fazer os cursos que eles oferecem, passear muito por estes países que estão sim em dificuldades.
Lembrem-se o dinheiro muda de mãos. As coisas mudam rápido e mais dia menos dia a Europa se fortalecerá novamente (torço por eles) e os preços voltarão a ser tao altos como antes. Lembram?
Darci
Certamente ficar em casa está muito mais seguro, além do preço cobrado não ser justo, ainda corremos o risco dos arrastões. Lamentável!
gustavo
O blog do joao ratao, especializado em vinhos, fala da falencia dos restaurantes de sp. Afora alguns casos isolados, a coi sa vai mal para o setor. Lina parabens pela citacao do blog ontem no Manhanttan Connection.
Jacqueline
Lina, desculpa vou desviar o foco do post, me admira que um jornalista como o Zeca Camargo escreva um artigo assim, como se tivesse descoberto algo novo. Primeiramente errou, ele como o representante do nosso país levar um americano para comer steak tartare, risoto de bacalhau, peito de pato, medalhão bérnaise, com certeza o jornalista sabe os lugares caros ou nao e dá a impressao de que a intencao dele para com o amigo foi querer causar boa impressao mas gerou o contrário. Segundo, com bons restaurantes de culinária regional , levar um estrangeiro para provar steak tartare no Brasil? Mais sensato levá-lo em uma boa churrascaria, mesmo concordando que os precos rodízio subiram absurdamente nos últimos anos, a conta final nao seria 150 euros por pessoa obviamente. E depois da experiencia registrar um tema que nós brasileiros sabemos, é algo cultural e cabe ao bolso de cada um e decisao de ir ou nao em restaurantes que nao convém, realmente me surpreende vindo de alguém viajado como o jornalista. Bisous
Maria das Graças
No meu modo de ver taxa de câmbio, encargos trabalhistas e impostos não explicam e nem justificam o preço cobrado pelos restaurantes no Brasil. Penso que enquanto tiver quem pague um absurdo por uma comida medíocre vai continuar assim.
Eu não frequento restaurantes porque gosto de comer bem e cozinhar para mim é um verdadeiro prazer.
Nick
Eu acho que nada justifica os preços cobrados em São Paulo, por alguns restaurantes. A coisa beira a insanidade, e como disse a Renata, as pessoas ainda batem palma para esses chefs televisivos e midiáticos.
Rita Branco
Aqui no Porto em Portugal, os brasileiros também fazem esta mesma observação. Acham super barato comer em Portugal, sempre com refeições com, entradas, vinho e sobremesa, saem muito mais em conta do que no Brasil.
Ricardo
Concordo que no Brasil pagamos demais por muito pouco. Só lembro que a comparação com outros países tem que ser cautelosa para considerar a taxa de câmbio. Como se nota pelo famoso índice Bic Mac (ou o Ibisômetro do Ricardo Freire), o real está sobrevalorizado, tudo aqui está caro para o estrangeiro, não só a comida.
João Carlos de Miranda Neto
Entrada +prato+sobremesa +vinho digno deste nome..no Le Troquet , L ´epi dupin,e outros semelhantes ,para o casal R$ 300,00 a 330,00.
Compare com o Bazzar ,Alloro,Iraja,Nam Thai etc.
Relação custo /beneficio , na carta de vinhos…1 para 3 x o preço de Paris
Renata A. Winkler
Culpa nossa que aceitamos serviços ruins, cardápios medíocres e ainda batemos palmas a chefs arrogantes e despreparados. Viva o Brasil.
Ana
Esqueceu que no Brasil, os pobres trabalhadores dos restaurantes possuem salario, cheio de impostos descontados? E os ingredientes, mesmo sendo locais, possuem um alto valor tambem? Náo é uma matéria no jornal que irá mudar o país… Mas quem reclama pode sim, aprender a cozinhar 🙂
Nos EUA, eles vivem das altas “tips”.