O livro La Magie du 45e Parallèle, escrito por Oliver Bernard, que dirige o domaine de Chevalier, em Bordeaux, e Thirry Dussart, jornalista, defende a seguinte tese: todos os vinhedos situados ao longo da linha fictícia do 45˚ paralelo produzem um vinho equilibrado. Trata-se de uma faixa mágica, com todo o potencial necessário para a realização dos grandes vinhos.
Esta teoria foi elaborada ao longo de muitos anos de degustações, viagens e pesquisas. O 45˚ paralelo é um ideal geográfico com um equilíbrio climático onde não faz nem muito frio, nem muito calor, exatamente entre o polo e o equador. Os vinhedos encontram nesta localização condições quase perfeitas. É em torno desta linha que se concentram os vinhos crus prestigiosos. À medida que os vinhedos se distanciam deste paralelo, os grands crus perdem em densidade.
Claro que esta tese possui seus limites e exceções. Mas, garante o autor, desde que nos afastamos deste paralelo fica mais difícil elaborar bons vinhos. Esta teoria é válida para o conjunto dos vinhedos mundiais: na Europa, na China e na América Latina. Este paralelo passa por Bordeaux, pela Bourgogne, pela Argentina, pelo Chile, pelo sul de Lyon, entre Milão e Turin, e se prolonga na Crimeia e na Caucásia. Uma variação de 4 ou 5 graus em torno do paralelo é aceitável – são o caso da Champagne e do vale do Douro.
Olivier Bernard convidou 26 pessoas, viticultores, sommeliers, chefs, masters of wine e professores para se expressarem, no livro, sobre a teoria. Alguns concordaram, outros nem tanto.
La Magie du 45e parallèle, Olivier Bernard, Thierry Dussard, éditions Féret, 158 p., 19,50 €
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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5 Comentários
Adriana
Fiz o roteiro gastronômico em julho e adorei. Agora, finalmente postei no meu blog. Curtam tbm! http://driquediz.com.br/a-paris-que-poucos-conhecem/
Neftalí
Maurício, tem toda a razão. No Chile os vales produtores de vinho estão entre os paralelos 30° e 37° Sul. No 45° só tem ovelha e muito frio.
Neftalí
Oi Evandro. Não leve tão ao pé da letra, o autor se refere ao paralelo 45° Norte e 45° Sul, obviamente…
Maurício Christovão
Dodô matou a cobra e mostrou o mapa. Os paralelos têm esse nome por serem paralelos ao Equador.Um paralelo não pode atravessar os dois Hemisférios. Além disso, no Hemisfério Sul as regiões vinícolas estão mais próximas ao paralelo 30°.
Evandro Barreto (Dodô)
Não aconselho leitores e degustadores a procurarem no mapa um paralelo que atravesse, simultaneamente, a França e o Chile, cantando o samba do geógrafo doido. O autor, ou o resenhista, esqueceu-se de explicar que a contagem de latitudes progride nos dois sentidos: começa do zero na linha do equador e avança simetricamente em direção ao polo norte e ao polo sul. É recomendável ler o livro com o mapa mundi aberto ao lado.