A lista do Buzz Feed das situações que deixam os parisienses nervosos ou amendrontados está divertida.
Morando aqui há mais de 30 anos, confirmo tudo.
Alguns exemplos:
. vivenciar o inferno das plataformas de embarque do metrô nos dias de greve; (nestes dias vou somente até onde minhas pernas me levam)
. visitar a torre Eiffel com parentes e amigos de passagem por Paris; (abro exceção para os netos queridos)
. enfrentar as calçadas do boulevard Haussmann, perto das Galerias Lafayette, antes do Natal e das liquidações; (me recuso, situação sem negociações)
. pegar os corredores entre as estações Châtelet e Châtelet Les Halles, até já escremos artigo sobre, com alguns conselhos, leia aqui; (se inevitável, torço para encontrar bons músicos)
. se aproximar dos pombos de Paris (explicação: além do prejuízo financeiro com os estragos provocados pelos excrementos nas fachadas, eles são todos doentes e estropiados)
. viver na rive droite (margem direita do Sena) e ser obrigada a ir na rive gauche (margem esquerda) e vice versa; (questão de identidade, de afetividade, somos um ou outro. Claro que nós e a cidade mudamos, eu já fui, anos atrás, rive gauche. Ano passado (acho) atravessei a ponte Alexandre III para ver de perto este habitante da rive gauche)
. esbarrar com os ratos e os mendigos que vivem no metrô; (primeira reação, revolta com o comentário, segunda, constatação da dificuldade de dividir um banco do metrô com alguém que está há anos sem um banho)
. ter medo de ser empurrada por um louco e morrer esmagada pelo metrô; (verídico, raro ver pessoas esperando o metrô na beirada da plataforma. Ficamos sempre encostados nos muros, para evitar a tragédia que não é rara.)
Foi LuciaC que gentilmente me enviou a lista que pode ser vista aqui.
58 Comentários
Jacqueline
Como é que alguém que se intitula un parisien escreve neste blog em inglês? É sabido que aqui todos amam o francês e a imensa maioria fala esse idioma. Bom, ele não é un parisien, pois revela que em 3 anos em Paris não viu ou ouviu sobre um acidente. Explicado: He must be an englishman or an american boy using their own language. Really? Parisiense de coração como nós, então. Está bem. Mas é que me irrita quando empresas francesas usam o inglês. Imobiliárias costumam fazê-lo. Cadê o orgulho do francês com seu idioma, o qual tanto nos torturou, nós alunas, diante de nossos professores franceses da aliança e do consulado?
Mauricio Christovao
Não ficar próximo à borda da estação do metrô é um bom conselho em qualquer lugar do mundo…
Sophia
Paulo R. Filomeno, excelente ponto!
Claudia
Estive em Paris duas vezes e na segunda, nem eu , que nao sou parisiense, quis subir a Torre Eiffel. Ninguém merece ficar horas naquela fila! Outra coisa que tira o parisiense do sério: experiente ficar do lado esquerdo da escada rolante. Vc será atropelado!
Anderson Pereira
Eu tomaria a liberdade (e desde já peço licença aos queridos leitores), para incluir algo que me irrita muito e que não deve afligir os nativos: ser abordado para os golpes do anel, da necessidade de ir até um beco para ajudar um asiático que finge não falar bem o português para depois ser assaltado e outros golpes corriqueiros que ficaram comuns em Paris. E por fim, ter que pegar um taxi em Paris. Só pego em caso de “morte”. É o pior atendimento do mundo. Não vou generalizar, mas tem muito trapaceiro.
Paulo R. Filomeno
Eu copiei este texto, coincidentemente publicado hoje, no blog do Noblat, por achar que tinha bastante a ver com este post. Créditos da autora do texto são dados.
Danielle Legras
Antes de me mudar para a França, eu considerava o inverno como uma estação exótica e cheia de charme. A época do ano ideal para degustar certos pratos que seriam acompanhados de um excelente vinho, após um belo dia esquiando nas pistas alpinas.
A realidade, no entanto, costuma ser bem mais pragmática. A lareira da minha casa não funciona e esquiar em Paris é tão viável como fazer pesca submarina no rio Tietê.
O fato é que a minha relação com esta estação do ano é cheia de ambiguidades.
Sobretudo quando os dias são cinzentos, chuvosos e gelados. Nesses momentos, imagino um Novo Mundo onde o outono e o inverno foram banidos definitivamente do nosso calendário.
(Felizmente a natureza é sábia e não leva em conta minha megalomania).
Se esses dias glaciais despertam tais sentimentos, ouso pensar que eu não sou a única. Constato que o lendário mau humor do parisiense atinge picos mais elevados que o Everest.
Durante uma entrevista dada no Late Show de David Letterman, a atriz americana Scarlett Johansson, – que se mudou pra cá recentemente – criticou com muito bom humor a grosseria típica dos parisienses. Ela explica que os habitantes foram maravilhosos, até se darem conta que ela tinha vindo pra ficar. A partir daí, eles teriam se tornado oficialmente indelicados e rabugentos.
Longe de mim contradizer Johansson, mas decidi botar a cuca pra funcionar para salvar o que resta da reputação dessa cidade.
Eis meus argumentos :
Paris continua linda! Mas não me refiro à Paris dos cartões postais, divina e cinematográfica. Penso na Paris popular, aquela que não costuma interessar os turistas abastados. Ela pode ser suja, pobre e sinistra, mas os prédios hausmanniens (resultado de uma modernização da capital em 1852) não deixam a desejar. A arquitetura é romântica, imponente e nos revela uma cidade que um dia existiu. Os habitantes, provenientes de diferentes regiões do globo, são a alma do lugar.
Paris é uma cidade cara, mas justiça seja feita, existem opções pra todos os bolsos e uma programação cultural destinada aos mais duros. O acesso a alguns museus, teatros, concertos, e galerias, é possível e recomendável.
Paris não seria Paris sem suas boulangeries. Observar a vitrine de uma panificadora é quase um ritual. Os pães são requintados e artesanais. Baguetes crocantes, brioches de laranja, chouquettes, tortas de frutas silvestres, macarrons. A escolha é grande e o prazer imenso.
Os parques no verão. O parisiense passa tanto tempo aguardando o verão que, quando o Rei Sol aparece, ele é capaz de deixar o recato de lado. Ninguém se choca ao vê-lo tomar sol apenas com a roupa íntima. O objetivo é de sentir o sol na pele e carpe diem, ou como diziam Os Tribalistas, “pé em deus e fé na taba”!
E, por fim, o mais interessante em Paris é essa mistura de línguas, culturas, hábitos, atitudes, cores, e odores. Essa sensação única de que o mundo é vasto e o desejo sem fim.
Danielle Legras é jornalista e tem duas grandes paixões, seu métier e Paris. Há dez anos, decidiu unir o útil ao agradável.
Adriana Pessoa
Post super divertido….realidade com muito bom humor…
Angela
Com certeza este post não é de Paulista ou tao pouco brasileiro!!!!! Porque se fosse, tudo isso seria algo de insignificante comparado com o que acontece no Brasil, politicos ladroes, pobreza, miséria, novos ricos que se acham superiores pq têm umas quirelas a mais, saude e educaçao então nem se fala, e ainda tenho que ouvir essas bobagens sobre Paris se fosse assim tao ruim como vc fala os Champs Elysées , a Tour eiffel ….estariam sempre vazios kakaka e por conhecimento de causa Paris a cidade mais encantadora da Eurooa
Paulo R. Filomeno
maria célia – 29 janeiro, 2014 às 9:05 PM
Vá sem medo. Aproveite. Não é à toa que Paris é uma das cidades mais visitadas do mundo. O post diz respeito muito mais aos moradores do que aos turistas. Apenas tome os cuidados que você tomaria em qualquer lugar e use o bom senso; ambos são uma recomendação constante que o Conexão Paris faz a todos que pretendem ir lá.
Paulo R. Filomeno
A falta de referências ou de comparações provoca, para aqueles que vivem num lugar como Paris, uma lista como esta, com 23 (!!!) itens. Vou preparar uma similar de SP, já que tenho condições de comparar com outras cidades do mundo. Talvez minha lista tenha 3243 itens, por aí. É curioso isso. Já vi aqui no CP um post em que alguns parisienses reclamavam da “decadência da Champs-Elysées”, para o qual comentei que todo dia passo por um lugar “lindo” a caminho do meu trabalho, na perifa de SP, lugar que apelidei – adivinhem de que? Champs-Elysées, é claro. Mas é assim mesmo. Se chove todo dia champagne, vou reclamar quando chover água com gás. Infelizmente aqui no pedaço, só chove água ácida e dá cada enchente…
maria célia
Boa noite
Pretendo ir a Paris em maio, é meu grande sonho conhecer esta cidade, que imagino maravilhosa, mas lendo um post deste, fico pensando: será que meu sonho vai virar pesadelo? São tantos pontos negativos, deixando-nos assustadas e temerosas.
eymard
Muito bom. E os intermináveis corredores vazios de algumas estaçoes a noite? Sinistro. A lista exagera, claro, nos hábitos e medos. Uma caricatura da cidade, seus personagens e habitos.
Un Parisien
Comparing Paris with Sao Paulo or Rio de Janeiro, Paris is so much safer. You actually have the choice to use buses OR the very extensive metro, whereas in Brazil, except for only 77KM of Metro in Sampa and only one line in Rio, you don’t have much of a choice, you need to use the very old, racey buses, which may or may not arrive at the indicated times off-peak hours. Even better, get onto one of the free bikes for the first half hours and enjoy the unique beauty of the city on the surface! There is also Autolib, electric, shared cars, a concept yet to be spotted anywhere in the Americas… I love Europe for the fact that you don’t need a car. Even better in the countries outside of France, where there are many more cycling paths available. In 3 years in Paris, I’ve never seen or heard of an accident, so maybe I was just lucky and there are always things to improve. Concerning the beggars: Yes, they are here and the French society actually lets them alive and live somewhere and don’t secretly burn or officially deport them as they seem to do in Brazil.
Lana Cristina
Quando estive em Paris fiquei sempre encostada na parede e só saia dela quando a porta já estava aberta…
Entrei em pânico quando vi sobre os empurrões no Metrô e o mais absurdo é saber que não são raros os casos…
Amo Paris, amo os parisienses e devo isso em parte a esse site, dicas sempre excelentes…
Regino
Mais un detalhe vai ter erros de português pouco importa aqui voce pode andar aqulquer hora sem problema eu ando muito de bicicleta e a pè sei onde ir ver os lugares pitorescos que muinta gente nao ve sou guia aqui dai ver Paris a noite é uma outra experiençia tem caminhadas muito interessante pra fazer aqui tem um mundo de Arte .
Regino
Moro aqui tem muinto tempo conheço Paris melhor que os parisiesse aqui nao tem violeçia como no Brasil si voce precisar de ajuda a poliçia vai te dar a informaçao procurada vai olhar no mapa pra facilitar diga Bonjours em todos lugares frances aprecia a educaçao basta saber chegar Eu amo Paris vou morrer In Paris!
Sonia Aparecida Zanquini Cabral
Estive em Paris apenas uma vez, e desejo retornar, então gostaria de receber suas informações.
Na época que ai estive, não achei diferente de São Paulo, pelo contrário, amei Paris.
obrigada
sonia
Rodrigo Lavalle
Sonia, qual informação você gostaria?
Abraços.
Mara
Nossa! Espanto total com “ser empurrada”. Da próxima vez, eu ficarei atenta e distante da plataforma…
Fatima
Realmente os os corredores entre as estações Châtelet e Châtelet Les Halle são de matar!!!!
Kariny
É de fato algumas destas irritações não só aos viventes nesta bela cidade como a nós que estamos a passeio.
Bianca
Acho que a grande maioria que visita Paris não simpatiza com essas situações.
Herbert
Ri muito lendo o post kkkkkk é bem assim mesmo!
Anna
Alias, diga-se de passagem, por morar aqui hà quase 15 anos, estou achando mais facil fazer uma lista do que não deixa os parisienses nervosos e estressados…
Ariane
Também verifiquei a lista completa direto no link que vcs postaram. Dei muita risada…
Vale conferir!!
Anna
Tem outras otimas na lista da buzz feed. Atravessar o “Perif” é uma delas.
Parisiense que é parisiense não vai mesmo. Por morar na “banlieue” (quelle horreur!) eu confirmo, é mais facil convencer meus amigos parisienses em passar as férias em São Paulo do que vir a um jantar em St Germain en Laye.