Paris: Museu da Cerâmica

Museu da Cerâmica de Sèvres

Durante muito tempo a cerâmica foi considerada como marginal, confinada na área de peças utilitárias. A exposição Ceramix prova o contrário.

Esta é a primeira exposição focada na relação entre arte e cerâmica do início do século 20 até hoje. Ela mostra cerâmicas originárias de coleções privadas e de museus internacionais: Victoria & Albert Museum, Londres, Museo Internazionale della Ceramica, Faenza, Petit Palais, Paris

A exposição ocupa dois endereços: o Museu da Cerâmica de Sèvres, cidade colada em Paris e acessível por metrô, e a galeria parisiense Maison Rouge.

Pequeno parêntese para explicar o museu de Sèvres. A Manufacture de Sèvres foi criada em 1740 por Louis XV. Hoje ela é uma indústria e um museu (leia aqui). Sèvres manteve a tradição de trabalhar com artistas e nomes famosos participaram e participam desta aventura. Entre eles Rodin, Picasso, Etore Sottsass, Giuseppe Penone, Calder.

A exposição apresentada em Sèvre está interessante pelo seu caráter heteróclito, uma mistura de peças contemporâneas e peças antigas que pertencem ao acervo do museu. A exposição e o acervo ocupam três andares e o percurso começa no terceiro e último andar.

Escultura de Fernand Léger

No final do século 19 a cerâmica se tornou escultura e revolucionou a forma de esculpir. Na França, Rodin e Gauguin foram os primeiros a tentarem a experiência. Em seguida ela foi utilizada pelos artistas da avant-garde como Picasso, Fernand Léger, Joan Miró…

Livros de Alechinsky

…e Pierre Alechinsky. O papel é o oposto da cerâmica, portanto estes livros possuem uma dimensão poética com suas páginas « duras » e « infolheáveis ».

Obra de Chieko Katsumata

Na história da cerâmica européia, a França a Itália são centros importantes de produção. Mas uma exposição internacional não poderia deixar de citar os grandes mestres japoneses. Alguns japoneses presentes na exposição trabalham em Paris. Chieko Katsumata faz parte deste grupo. Sua inspiração se encontra  nas cores e nas formas do mundo vegetal.

Vaso de Etore Sottsass

Percebemos, no correr da exposição, que a reinterpretação das duas formas clássicas da cerâmica, o vaso e a placa, é recorrente. Um exemplo, as peças geométricas de Ettore Sottsass.

Coleções antigas do museu

A exposição continua nos andares abaixo misturada ao maravilhoso acervo do Musée de la Ceramique.

Serviço encomendado por Louis XV

As obras contemporâneas se misturam aos vasos dos anos 1800, às peças encomendadas por Louis 15, às faianças dos anos 1700. Daí para frente nossa atenção fica presa entre contrastes surpreendentes.

Cerâmica japonesa

Impossível a monotonia temática quando passamos de um vaso Sèvres do século 18 a uma pantera negra japonesa do século 20, do artista Kôji Yatsui.

Delicadeza das porcelanas passadas

Quando passamos da delicadeza desta obra dos séculos passados…

Peça orgânica e erótica

…ao aspecto orgânico das peças japonesas contemporâneas.

Grandes vasos de Sèvres

Fiquei extasiada no Salão de Honra onde estão expostos os grandes vasos de Sèvres. Eles são magníficos.

Grande vaso Sèvres

Apesar de não ter um interesse especial pela cerâmica gostei muito da exposição. Mas o que vale realmente a pena é conhecer o Musée de la Céramique. Para os apaixonados pela cerâmica, saibam que é possível marcar visitas guiadas dos ateliers de fabricação. A Manufacture e seus ateliers se encontram atrás do museu.

Musée de la Céramique

É muito fácil chegar até lá: basta pegar o metrô linha 9 e descer na última estação, Pont de Sèvres. Procure no cais de desembarque a flecha Musée de la Ceramique. Quando estiver do lado de fora, verá do outro lado do rio Sena a Manufacture de Sèvres e o Musée de la Ceramique.

2 Place de la Manufacture 92310 Sèvres.

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