Texto de Evandro Barreto
“Arco do Triunfo” não é um romance que ficará na história. O autor, Erich Maria Remarque, lutou como soldado alemão na Primeira Guerra Mundial e saiu das trincheiras com material para escrever sua obra mais importante:”Nada de Novo na Frente Ocidental”, libelo contra o fanatismo patriótico dos dois lados, mas também uma grande narrativa.
O que me estimulou em “Arco do Triunfo” foi o registro de um período da vida parisiense relativamente pouco explorado, que se seguiu ao agito dos anos vinte e estendeu-se até a ocupação pelas tropas alemãs em 1940. Paris então era o ponto de convergência dos expatriados: russos fugindo de Stalin, anti-nazistas e judeus fugindo de Hitler, espanhóis fugindo de Franco, italianos de Mussolini, gente de toda parte tentando escapar de vários modelos de opressão ou da miséria pura e simples. Exatamente como hoje, os franceses se dividiam: solidários, indiferentes, xenófobos, exploradores da mão-de-obra clandestina.
A história começa na Pont de l’Alma e desdobra-se pela cidade, mais do que simples cenário, quase personagem. E para quem leu o livro sem ter vivido a época, é estimulante esbarrar ainda hoje em referências que apagam a passagem do tempo. A Vitória de Samotrácia e o sabor do calvados, a textura macia dos queijos normandos e o hotel George V, a vizinhança bem-comportada da Place des Ternes e a mesa de hors d’ouevre do Fouquet, a lucidez e o destempero, a coragem e a mesquinharia. Na essência, a Paris de sempre, que nos atrai e nos exige, nos fascina e nos ensina, que tudo acolhe e a tudo resiste.
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30 Comentários
eymard
Dodo, (risos) eu ja desconfiava que voce tinha vivido varias vidas!! Uma só nao seria suficiente para o estilo que o consagra! (rs) Para voce e sua Blonde igualmente um Feliz 2011.
Dodô
Helena, obrigado pelo açúcar e o afeto!
Doce ano novo para você e família.
LuciaC, merci a você, pois generosidade maior é a sua, nos comentários que faz.. Que você atravesse o próximo ano como quem atravessa o Arco do Triunfo.
Ana Paula, continue nos privilegiando com sua presença. Tenha um grande 2011.
Claudia, estou me sentindo orgulhoso de ter resenhado UM livro que você ainda não leu. Happy new year.
Sonia S, você gentil como sempre. tenho a certeza de que você terá um belíssimo ano, com Paris no enredo.
Eymard, a Beth fez uma pequenos confusão histórica. Antes do Helmut, quem eu encontrei no Fouquet (sem ela) não foi Adenauer, foi Bismark. Viva um 2011 cheio de trufas.
Lina, que a Conexão de todos nós traga ainda mais alegria, informação, convívio e intercâmbio nos anos que virão
SONIA S
Dodô,
Você conta o um pouco do livro que não li. Lindamente! E faz um amálgama perfeito entre o que Remarque narra e Paris, com suas peculiariedades e singularidades. Perfeito, mestre!
Um beijo para você e para a Beth.
Continuem namorando no blog e sempre.
São gostosos esses arrufos.
Beth
LuciaC
Bom saber que vc está conectada de novo!
Bjs.
Beth
Claudia
Eu acho a vida do Remarque mais divertida do que os seus livros, risos.
Além de escrever bem, ele tinha o maior bom gosto para escolher as muitas e belas mulheres…
Seu melhor livro (para mim) é “Nada de novo no front Ocidental”.
Bjs,
Claudia Oiticica
Beth e Dodô, vocês são o’timos, rs. Muita esto’ria para contar… Ainda nem comecei Os Embaixadores e la’ vem mais uma sugestão desse porte.
Dodô, não conhecia nada do autor. Uma falha a reparar,rs.
Abs.
Beth
Eymard
Essa estória foi engraçada!
Não é que o Helmutão estava sentado na mesa ao lado?
E de olho no Arco, risos.
ana paula
gente, que privilégio ler este blog!
Vcs todos são hors-concours!
Bisous
LuciaC
Leia-se trendsetter!
Por que não leio antes de remeter?
Sou muito estabanada. Desculpem.
LuciaC
Com talento expõe, apresenta um conhecimento de uma forma simples, objetiva e instigante. Generoso, entrega a informação embrulhada para presente.
Com a credibilidade que se faz merecedor, estabelece padrões, cria elos e reciprocidade. Um trensetter de respeito!
Só pode ser DODÔ !
Li o post, via telefone no shopping.
A hora é esta! Corri para a Travessa.
Fui informada que a edição da Coleção L&PM Pocket está esgotada.
Ou não tinham “Nada de Novo no Front” no momento.
Estoque: ziltch! Zero.
Encontrei o livro para vender no site da editora:
http://www.lpm-editores.com.br/site/default.asp?Template=..%2Flivros2Flayout_buscaprodutos.asp&FiltroStr=Erich+Maria+Remarque&FiltroCampo=Autores&I1.x=41&I1.y=11
Li-o por obrigação na época de colégio.
Por certo só agora Erich Maria Remarque me foi apresentado.
Merci Dodô!
Mara
Dodô… Dodeau…
Seus escritos são sempre ótimos, em qualquer canto em que eles estejam, inteligentes, informativos e de humor refinado, sou “fã de carteirinha”, viu Beth?
Abr
eymard
Beth: ao tempo de Adenauer Dodo, ainda era um pre-adolescente e voce uma garotinha de trancinhas! (rs). Mas quer dizer que voces testemunharam o quanto a Democracia Crista Alema admirava o “arco do triunfo” e o movimento da Champs-elysee?(rs)
eymard
Helena, no caso de ediçoes em portugues, realmente, estao esgotadas (só mesmo em sebo ou via internet); mas ha ediçao mais recente em alemao ou em ingles. No seu caso dá até para arriscar a lingua mae (rs).
Quanto aos “Embaixadores”, é certo que a filhota anda lendo o Conexao escondido (rs) Grande abraço achocolatado para voces.
Helena Bauerlein
Gente !!!
Maravilhosos : post, foto, comentários. Tudo perfeito.
Parabéns querido Dodô !
Tb tive o ímpeto de sair correndo comprar o livro. Senti um alívio qdo Eymard disse que não existe( ” Ah ! se não tem não posso tê-lo).
Eduarada dá as dicas onde encontrá-lo.
Bom, por ora, vou me contentar com Os Embaixadores, que ganhei da filhota, de Natal ( não sei como ela advinhou meu desejo ! Rss).
Mas O Arco entrou na fila. Ainda mais com essa recomendação.
E vcs dois, Beth e dodô , deixem de namorar no Blog !
Estão nos deixando encabulados …
Beth
Dodô!!!
Isso foi na 1a. vez que nós sentamos JUNTOS na varanda do Fouquet!
E o Köhl ainda era o 1o Ministro.
Mais um pouco vc vai lembrar de quando sentou lá com o Adenauer…
Risos e beijos
Dodô
Montenegro, a Eduarda, alguns comentários acima, indicou um caminho para se chegar ao Arco do Triunfo, sem passar pelas avenidas projetadas pelo Hassmann. Boa viagem.
Beth, na última vez que nós dois sentamos na varanda do Fouquet, o alemão na mesa ao lado era outro: o ex-primeiro ministro Helmut Köhl.
Beth
Dodô
Essa sua relação com o Ravic eu já conheço há muitos anos, risos.
E a varanda do Fouquet…
Bjs.
Montenegro
Dodô, com sua habitual elegância sutil, nos faz mais do que um convite, é uma exortação a devorar a obra. E a Jacqueline matou a pau com a bibliografia. Obrigado aos dois e a todos. Às livrarias!
Dodô
Mara,muito bom você ter gostado.
Valeria V., que cresçam as nossa pilhas de livros lidos e passaportes usados.
Dodô
Amigas e amigos,
Obrigado pela acolhida. Serei breve nas réplicas para não abusar destee espaço precioso.
Eymard, a foto foi uma grande contribuição da Lina, E registra um tempo tão remoto que ainda deixavam escritor fumar no restaurante.
Eduarda, você transformou um post despretensioso num espetáculo audiovisual incrível, com as fotos do Fernando e a trilha do Gilson.
Não bastasse, ainda deu o caminho para quem quiser achar o livro e enalteceu meu papo de “bouquiniste”. O que mais eu poderia desejar para fechar bem este ano?
Merci beacoup et bonne anée!
Madá, a rota Barcelona-Paris é o caminho de Santiago da criatividade.
Jacqueline, acho que nem Marlene Dietrich nem Paulette Goddard (que ele também amou) conheciam tão bem a obra do cidadão.
Helio Jr, excelente lembrança. Acho que até virou filme.
José Mauricio,
O curioso é que, enquanto escrevia, me veio à mente a cena da estação, com Bogart esperando uma Ingrid que não veio.
Boas festas a toda a turma da CP.
Jose Mauricio
Um dos meus filmes prediletos, “Casablanca”, se passa em grande parte na Paris do entre Guerras. Estou com Bogart e Bergman: “Sempre teremos Paris”
HELIO JR
Dodô,
Ótimos texto e dica!
Lembrei-me de um livro top 20 das listas dos melhores há alguns anos, “Vinho e Guerra”. Os autores relatavam a saga das famílias de vinicultores franceses durante a segunda guerra mundial e suas manobras para esconder seu maior tesouro: o vinho. Narra também o dia-a-dia da Paris ocupada e sua libertação. Boa leitura!
Eduarda
Madá:
Créditos da música: Gilson Peranzzetta.Parece que ele a compôs especialmente para o amigo fotógrafo por nessa apresentação de fotos.
abç!
Me parece que com a habilidade que tem, Dodô vende o livro que quiser…
Jacqueline
Li, com fervor, toda a obra de Erich Maria Remarque. Com ele aprendi a importância de sair do sério de vez em quando, largar a rotina, os cálculos, a sensatez, e festejar em meio ao cáos, que seja, a vida. Interessante é o seu livro que se ambienta na sonhada América, escrito com o autor já vivendo nos Estados Unidos, com seus personagens movendo-se livres e longe do terror hitleriano, é monótono, sem causar frisson, desinteressante. Como disse meu professor: a felicidade não dá literatura. Aconselho desse autor: Centelha de Vida (passado nos campos de concentração e é eletrizante), Náufragos (lindo, poético, cheio de mensagens de vida), Amar e Morrer (virou filme e é belo e triste). Com o mesmo e sempre presente tema há ainda: Três Camaradas, Uma Noite em Lisboa, Regressando da Guerra, O Céu Não Tem Favoritos. Existe a edição em português, sim, do livro Arco do Triunfo. Eu li há muitos anos.
Madá
Dodô, fascinante a sua abordagem para o Arco do Triunfo.
Concordo com Eymard, dá vontade de sair correndo para comprar o livro.
Eu também não vivi a época, mas fui transportada, quando assisti, em 2002, a magnífica exposição: Paris – Barcelone – De Gaudi a Miró, nas Galeries nationales, Grand Palais. Essa exposição explorava Paris como “o ponto de convergência” de grandes artistas catalães. A curadoria foi perfeita e o catálogo dessa exposição fica em local de destaque em nossa casa.
Eduarda, gostei das imagens do flaneur, mas não vi os créditos da música, de fato linda.
Eduarda
Imagens belíssimas de Paris feitas por Fernando Rabelo com música de 1ª:
http://www.youtube.com/watch?v=hi2Au1Bzd1I
Valéria V.
Oi Lina!
Oi Dodo!
Texto delicioso e ainda mais nos apresentando um livro que pelas preliminares é uma maravilha. Que maldade, minha pilha vem crescendo…Meus dias deveriam ter horas extras.
Um 2011 de muitos livros e viagens para todos nós! (que dupla afinal viajamos nos/com os dois)
Mara
Lina, o convite à leitura do “Arco do Triunfo” foi feito com primor!
Eymard, mais uma vez, você tem razão.
Eduarda, você foi ótima, “rápida no gatilho”, obrigada.
Abr
Eduarda
Eymard,
Na estante Virtual tem vários exemplares ( veja ao final da pg do link abaixo).
http://www.estantevirtual.com.br/q/Arco-do-Triunfo
Aproveito para deixar os votos de uma boa passagem de ano a todos os amigos virtuais do Conexão Paris !
eymard
Dodo: beleza de texto e apresentaçao. Da vontade sair correndo para a primeira livraria do bairro. O problema é que nao sei se existe ediçao em portugues (brasileiro). Por uma rápida pesquisa no site da Livraria cultura somente encontrei em portugues de Portugal (esgotado) ou em Alemao, frances ou ingles.
Bela foto, hein?!