Vocês já viram nas fachadas de imóveis franceses pinturas simulando janelas?

Este acima se encontra na rue Saint Honoré, esquina com rue des Prouvaires, na região Les Halles.

Falsas janelas

Falsas janelas. Foto: Tangopaso (Own work)/GFDL

Às vezes painéis inteiros quase nos enganam, de tão reais, com suas janelas abertas ou fechadas, cortinas, gatos na balaustrada.

Falsas janelas, ao lado do Centre Pompidou

Falsas janelas, ao lado do Centre Pompidou

Não se trata de uma moda, mas consequência de uma lei antiga, promulgada em 1798 e suprimida somente em 1926.

Neste período, um imposto sobre portas e janelas estabelecia que o valor pago pelos proprietários era em função do número de janelas do imóvel.

Falsa janela. Crédito Kátia Becho

Falsa janela. Crédito Kátia Becho

Ele foi combatido durante anos por provocar a insalubridade dos alojamentos mal arejados.

Falsa janela, créditos Kátia Becho. Cidade Touques

Falsa janela, créditos Kátia Becho. Cidade Touques

Logo que o imposto foi promulgado, numerosos foram os proprietários que fecharam suas inúmeras aberturas ou passaram a construir fachadas com falsas janelas.

Um dos grandes críticos deste imposto foi o escritor francês Victor Hugo. No livro Os Miseráveis, seu personagem Monsenhor Myriel denuncia…”as habitações dos camponeses que possuem somente uma abertura, a porta. Isto por causa desta medida que se chama imposto das portas e janelas. Coloquem famílias pobres, mulheres idosas, crianças, nestas habitações e teremos febres e doenças. Deus dá ar aos homens, a lei o vende”.

A história da França através das suas fachadas.


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