Texto de Eymard Loguércio.
Duas belas edições da Cosac Naify – editora brasileira – para os amantes da boa leitura, de fotografia, das artes e de Paris.
Primeiro o livro do Henry James, Os embaixadores.
Fui seduzido pela resenha : “Louis Lambert Strether é um circunspecto americano de meia idade que viaja à europa com uma missão: resgatar Chadwick, o filho desencaminhado de Mrs. Newsome. O jovem Chadwick deve voltar a Woollett, Massachusetts, para assumir os negócios da família. Nessa empreitada, entretanto, é Strether que quase acaba se perdendo, primeiro em Londres, depois em Paris, seduzido pelo glamour e pela sofisticação do mundo europeu.
O autor define o assunto do livro com a seguinte passagem: “Viva tudo o que puder; é um erro não fazê-lo. Nem importa tanto o que fizer de particular desde que leve a vida que escolher. […] O que perdemos, perdemos; não se engane. […] Viva.”
Não me arrependi! Um livro elegante, gostoso de ler. O contraponto do novo com o velho mundo na virada do século. Uma Paris que já não existe e que ainda está lá. Uma América que já não existe e ainda está lá. Lição de vida absolutamente atemporal!
As fotografias de Doisneau são clássicas e certamente já nos deparamos com elas ao logo da nossa vida. Danusa Leão escreveu sobre o livro: “Do primeiro amor ninguém se esquece, da primeira dor também não: e da primeira viagem em Paris? Pois as três coisas aconteceram comigo ao mesmo tempo, e foi bom demais. Pensei nisso ao ver o livro de Robert Doisneau, que me fez reviver uma parte da minha vida e ser feliz, sofrer, lembrar de lugares de que havia esquecido”. ( blog da Cosac Naify )
E finalizou dizendo que ao terminar de ver (rever) as fotos, ficou com uma urgência de Paris. Todos nós ficamos! Mas os livros nos permitem, ao menos, prendê-los! Conservá-los, egoisticamente, perto de nós. Transporta-nos e nos enraíza ao mesmo tempo. Dois livros para quem, como eu, adorando Paris não a tem ao alcance das mãos!
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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28 Comentários
Montenegro
Ausente por meses, cheguei neste post movido pela instigante curiosidade trazida pelo post do Dodô sobre “Arco do Triunfo”.
E aqui encontro leitura para 2011 inteiro. O ano nem virou, mas já começou maravilhoso, imantando Paris de modo inexpugnável. As obras indicadas são obrigatórias.
Mestre Eymard, vamos torcer para que as lides forenses nos permitam devorar o máximo desse manancial ao longo do ano vindouro… ainda mais porque, no meu caso, terei de administrar a urgência de Paris até 2012!
Grazy
Lina, vc já leu O Segredo do Anel.
A história se passa na França, mais também tem muitas passagens em Paris, vale a pela ler e depois correr para o google pesquisar as muitas imagens nos locais que a escritora cita no livro.
conexaoparis
Grazy
Não li este livro. Vou pesquisar.
ronaldo basttos
Quando era criança costumava ler Arsene Lupin e suas aventuras por Paris. Li toda a obra do Maurice Leblanc.
Era apaixonado por Paris e pela França e não sabia. Enfim, adulto, compro OS EMBAIXADORES e já coloco na minha lista de leitura junto com Asas da Pomba que já possuía.
ronaldo basttos
Quando era criança costuma ler Arsene Lupin e suas aventurars por Paris. Li toda a obra sobre este ladrão. Era apaixonado por Paris e pela França e não sabia. Enfim, adulto, compro OS EMBAIXADORES e já coloco na minha lista de leitura junto com Asas da Pomba que já possuía.
Marcello Brito
Passo uns dias fora do Rio e na volta é tanto post interessante!
Eymard,
Mais uma vez parabens!
Lendo o post, vi que Patricia Highsmith usou o mesmo argumento inicial de Henry James para muitas decadas depois escrever O sol por Testemunha ( The Talent Mr Ripley) que teve duas maravilhosas versões para o cinema. Ela só trocou os paises. Em vez de França e Inglaterra, Italia. Mas o argumento inicial, o que detona a ação dramatica é exatamente a mesma coisa.
Bela dica, vou procurar para ler.
Madá
Eymard,
que combinação maravilhosa, juntando o texto instigante com fotos que se tornaram clássicas. Você descreveu muito bem o sentimento que nos persegue. Acho que todos nos identificamos com essa urgência de Paris. Outra definição perfeita!
Aquele post, com a lista de livros, que vc bem lembrou, foi pura diversão.
Lina, sua sugestão é muito boa. Atendendo em parte à sua sugestão, sugiro que a Claudia Oiticica escreva sobre “A elegância do ouriço”. Posso ajudar, mas não tenho a qualidade de texto adequada e posso não dar o crédito que o livro merece.
Dodô, suas caras fugazes só aumentam essa urgência. Muito bom percorrê-las.
Edu e Eymard, quero investir nessas ações enquanto é tempo …