Quando vejo, nas ruas de Paris, mulheres vestidas com as burqas sou invadida por um sentimento desagradável e difícil de ser definido. Sinto pena. Para mim, elas são infelizes. A pena se transforma rápido em impaciência diante de mulheres que se submetem a este nível de repressão. Como não posso deixar de levar em consideração dados estatísticos que mostram que 75% das mulheres escondidas debaixo deste véu preto são francesas e que elas se escondem por escolha livre e soberana, a impaciência vira perplexidade. Como uma mulher pode escolher livremente tal segregação social? Afinal chego à conclusão que esta escolha “livre” é o resultado de pressões de maridos religiosos radicais e volto a ficar com penas delas.
Início de janeiro os parlamentares franceses devem votar leis proibindo o uso das burqas. Uma tarefa difícil e inconfortável. Duas questões estão em jogo. A primeira: a interdição deve ser total ou parcial? A segunda : quais os argumentos contra o uso total ou parcial das burqas?
O uso total seria a proibição de sair de casa usando esta roupa. Parcial, a proibição de usá-la nas escolas, nos hospitais, nos serviços públicos. A proibição total é impraticável, visto que o controle é impossível. Mesmo cientes que a lei terá uma aplicação difícil, uma parte dos parlamentares são a favor da proibição total.
Os argumentos a serem discutidos são vários. O primeiro argumento é a própria proibição. Os cidadãos são livres na escolha e na prática de suas religiões. Imediatamente aparece o contra-argumento de que o uso da burqa não é uma exigência religiosa. Trata-se de práticas do Afeganistão impostas por grupos politicamente radicais.
O segundo argumento seria o da segurança pública. Os cidadãos e cidadãs não podem esconder o rosto e fugir aos controles da identidade.
O terceiro se apóia nos códigos sociais. Hoje eles determinam que sejam escondidas certas partes do corpo e que sejam exibidas outras. Talvez daqui a mil anos vamos esconder o rosto e exibir o sexo. Mas, atualmente, os códigos franceses determinam o contrário. Esconder um rosto é uma agressão ao outro pois significa que ele não é digno de vê-lo.
O quarto argumento vem sobretudo dos movimentos feministas e na minha opinião é o mais forte. O uso da burqa é um ataque a dignidade da mulher pois a corta totalmente da vida social.
Após acompanhar os debates na mídia, minha opinião vai, é claro, no sentido da proibição da burqa. Prevalece para mim o argumento que esta roupa é uma forma de exclusão da mulher das relações sociais. Quando leio que os parlamentares irão, provavelmente, negar a nacionalidade francesa às mulheres com véu, concordo plenamente. O uso desta roupa é uma prova da ausência de assimilação dos valores republicanos. A França levou um certo tempo e empregou muito esforço para liberar seus cidadãos do controle clerical. Considerar, hoje, dentro deste espaço social, a mulher como uma propaganda ambulante de uma religião é uma provocação a estas lutas passadas e à laicidade da sociedade francesa.
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67 Comentários
Isla radical
Os psicólogos deviam revisar e estudar a escravatura na antigüidade! Ao contrário do que se mostra nos filmes de Hollywood a escravatura foi um sistema de vida para muita gente. Os arqueólogos sempre falam que um escravo de uma maneira geral era caro e muito bem tratado! Quem é que pega um martelo e sai dentro de casa destruindo nossos escravos domésticos como geladeira televisao, torradeira fogao. Crassos que foi um dos maiores milionários em Roma pagou por um escravo 2 toneladas de prata! Ao contrário que se pensa muita gente pensa muitas pessoas pagavam suas dívidas com trabalho escravo e hoje em dia até as atrizes de Hollywood no Oscar e vestivais de premiacao vestem vestidos emprestados e joías tambémemprestadas ! Coitadas!
Porém acho certo o que o governo frances, holandes e Italiano querem fazer! No mundo islamico nenhum cristao é respeitado e seus líderes religiosos sao mortos ou tem que andar com escolta para viver nestes países! Existem uma imensa qunatidade de homosexuais agressivos nos países islamicos que atacam os homens ou os molestam! Nao conheco nenhum piloto de aviao que goste de fazer a linha do Norte da Africa por causa destes homosexuais agressivos!
O homem que fez caricaturas sobre o isla na dinamarca sobreviveu a um atentado terrorista para matá-lo por sorte pois a polícia chegou antes na casa dele e atirou no terrorista. E os atentados terroristas mesmo nos países mulcumanos! Especialmente no Irak e Paquistao sao horríveis! Tenho muita dúvida que o Isla vá muito longe com estes extremismos! Porém se eles nao tiverem satisfeitos em viver na Franca ou países europeus que nao permitem a identificacao facial de uma pessoa podem traqüilamente voltar para os países que tenham bastante mesquitas, minaretes e onde as mulheres adorem serem escravas! Quem obriga este pessoal a ficar na Europa. Eles nao conseguem ter boas posicoes na sociedade, sao os piores alunos dos colégios na maioria. O véu é simbolo de submissao e a posicao deles na sociedade européia também é inferior porém eles podem sobreviver e viver na Europa ! Um cristao no países que o mulcumano é a maioria tem risco de ser assassinado ou morrer!
Camila
Ainda vejo uma tremenda confusao dos nomes das roupas utilizadas pelas muculmanas.
Provavelmente as mulheres que foram vistas comprando Louis Vouitton estavam usando ABAYAS, roupas pretas que cobrem todo o corpo, com veu preto (sheyla) e talvez ate o niqab, que cobre o nariz e a boca. A proibicao que a Franca quer e da burqa (burca), peça única que tem só uma telinha no rosto, utilizada no Afeganistao. Nem 1% das muculmanas usa isso e eu acho pouco provavel que alguem ja tenha visto muitas delas.
Moro num pais muculmano e tenho o direito de andar do jeito que eu quiser, com as roupas que eu quiser, desde que eu esteja pronta para aceitar as consequencias…
Filósofo
O pensamento ocidental se considera de forma preconceituosa e autoritária superior. Sem se dar conta disso, nós, ocidentais, impomos uma lógica de pensamento incoerente com os valores de outras culturas. Fala-se muito de abrir-se para o outro, mas infelizmente nos tornamos incapazes disso. Esse tipo de discussão é muito complicada e me parece que proibir o uso da burca é um ato extremamente violento e preconceituoso. Os ditos valores da culture française são tão absurdos quanto a imposição de certos valores islâmicos. A discussão não pode e não deve sair desses ditos valores franceses repubicanos. Não vou expor todo meu argumento aqui, mas peguemos um elemento: a igualdade. Um dos maiores valores da república francesa postula a igualdade dos homens e supõe no fundo que todos os homens reeviam a um tipo único de homem (um ser racional universal). Mas o que significa essa racionalidade? Um dado modo de pensar que a europa inventou (que segundos muitos começou na grécia e terminou na alemanha). Mas a idéia de igualdade não passa de uma imposição de um tipo. Aqueles que não se adequam a esse tipo devem ser imediatamente inseridos no modelo proposto ou aniquilados. Não sem muito exagero, mas a radicalização desses universalismos sempre deu em holocaustos, ditaduras e imposições arbitrárias. Que possamos rever um pouco todas essas questões. E me parece que PROIBIR o uso da burca não é de forma alguma trabalhar por uma liberdade feminina. É ao contrário o retrocesso a modelos ditatoriais que se escondem em um discurso igualitário, mas no fundo preconceituoso. A igualdade como modelo da república francesa significa: o que não se adaptar à norma, ao igual, deve ser excluído. Não podemos esquecer isso e é preciso dar um passo em relação a essa naivité.
Pela liberdade sim, portanto, mas que essa liberdade seja de fato e não uma idéia.
Marisa Muros
Questão de segurança! É por aí que vejo a questão…
O uso do crucifixo ( comum à todos os cristãos, não sòmente aos católicos…), do solidéu , dos cachinhos dos judeus ortodoxos,das roupas e turbantes coloridos das africanas, nada disso implica no anonimato de quem os usa! Já a burqa esconde completamente a pessoa,, e nos dias que correm, quando ataques terroristas se sucedem, é um disfarce ótimo para os fanáticos ( não necessáriamente os islâmicos, qualquer louco poderá se valer do anonimato que ela propicia…) , portanto, trata-se de questão de segurança!
Quanto aos infelizes que se deixam escravizar pela moda ou expõem seus corpos, muitas x horrorosos, já é outra história…
Segurança!
Julia F
Concordo plenamente com Marcelo Brito. Não entendemos como podem usar burca da mesma maneira que elas não devem entender como algumas mulheres da França mesmo, fazem topless na praia, ou como nós do Brasil, achamos super normal as mulheres sairem quase nuas no carnaval, ou ainda como nós permitimos que crianças se vistam como jovens adultas sensuais… Isso é simplesmente uma questão cultural e se vão proibir a burca que proibam tudo, todos os outros símbolos de todas as outras religiões. Sinceramente, nós, de fora, não temos como julgar uma cultura tão diferente e pelo que eu entendi, a maioria das mulheres que usam tal vestimenta, usam porque faz parte de sua individualidade como parte da religião a que pertencem. Usam porque querem e não dá para vir com argumentos do tipo: “Não sei como podem gostar disso…!” Repito: É, nós não sabemos mesmo, assim como elas não sabem como gostamos de vestir as roupas que usamos no nosso dia a dia.
Robson Sabóia
Parabéns, Lina.
Argumentos muito bem desenvolvidos. Sem falar no assunto, muito bem escolhido.
Estou no aeroporto de São Paulo, vindo de Paris.
Primeira vez que vi Paris com neve. Adorei, mas o frio…
Marta Ribeiro Gomes
Parece inacreditável ! Quem já não as viu na televisão, livros etc..
Quando temos a possibilidade de ver uma mulher de burqa de perto, esta ilusão de que isto não existe e está tão longe de nós, cai por terra.
Em Paris, dentro de uma loja de perfumes, pude ver em segundos, o momento que ela, lindamente maquiada (como eu nunca vi !!!), levantou sua burqa para cheirar o perfume que seu marido lhe mostrava. Pele linda, mulher jovem, maquiagam perfeita e traços delicados. Momento que nunca mais esquecerei. Opressão com toques de femininidade.
Marcia
DIEGO, lamento demais pela sua falta de gentileza, pela sua total falta de educação e savoir faire. Você, como todos nós, tem o direito inalienável (vide a Constituição do Brasil) de dizer o que pensa e ir e vir para onde quiser. É claro que se você disser alguma coisa muito imbecil e direcionada aos poderosos, com certeza sofrerá alguma penalidade, às claras ou não. Mas PELO AMOR DE DEUS, respeite o direito constitucional de expressão da forma como vc tb deve ser respeitado e seja mais educado, sem grosserias, afinal porquê? prá quê ?? A Lina de forma alguma desrespeitou quem quer que seja. Assino embaixo tudo o que a Erika disse. E pronto.
Françoise Reverdy
É mesmo um assunto complicado. Toca muitos pontos sensíveis. Tudo seria muito diferente não não estivéssemos em tempos de conflito religioso e político. Por isso, de todos os argumentos apresentados por você Lina, fica um, irrefutável: o da segurança pública. Em tempos de conflito, quando a gente quer a paz, a gente se alia aos que querem a paz, a gente faz acordos, a gente tempera.
Se a própria religião pede apenas a obrigatoriedade do uso do veu, por que a burca?
Vá lá saber quem está por detrás daquele pano escuro. Pode até ser um tarado, ou um bi, ou um trans? Ou um terrorista cansado da vida, ou um terrorista apaixonado pela causa? Ou ainda um ser humano desesperado com a indiferença, com a segregação, a humiliação, a opressão judaica. Desesperançado.
Sou pelo véu sim, pelo cricifixo, pelos cabelos enormes, pelos vegetarianos, pelos símbolos religiosos, pelos amuletos, pelo disco preto na cabeça dos judeus ortodoxos em dia santo, embora não use nada disso. São decisões pessoais.
Mas agora, em tempos de guerra, a burca me faz logo lembrar da morte, da dor, do luto. Só isso. A não ser que eu olhasse nos olhos das pessoas´.
É, os olhos: ainda tem essa portinha para a alma feminina.
Eu escancarada, elas (e todas as possibilidades que se escondem no escuro) quase trancadas. Um mistério ambulante. Uma exclusão ambulante. Sim, as burkas chamam a minha atenção, me fazem pensar, mas me fazem também sentir excluída, me amedrontam, me distanciam. A burka me aproxima, mas só com os pensamentos. Só com os pensamentos. Só com os pensamentos.
Rodrigo A
Oi Lina, adorei seu texto e concordo com a lei. Aliás, não precisam proibir a burca, só obrigar quem usa a fazer um buraco para se ver o rosto! 🙂
Sou adepto do: “Em Roma como os romanos, na França como os franceses”.
A lei não é nazista/facista/preconceituosa, pelo contrário – ao invés de segregar procura socializar mulheres muçulmanas isoladas pela burca.
Milena Kubota
O que eu acho importante comentar é que muitas mulheres não usam burqa porque querem e sim por imposição do próprio marido… a proibição da burqa pode causar um problema muito grande de violencia domestica, uma vez que os maridos consideraraõ suas mulheres impuras ou infieis por não usarem burqa…. Leiam o livro Infiel de Ayan Hirsi Ali, que explica bem direitinho essa opressão masculina…
Lucia
Mais uma vez,
Marcello,
voce volta a citar o ovo da serpente e ninguem percebe, ninguem se liga..
Amigos e eu conversamos, trocamos ideias, sobre o fato, (zeitgeist?), em maravilhosos breakfasts na serra.
Amigo e’ expert nao so’ em ovos de serpente…os mexidos trufados e baveuses sao fantasticos.
BIA
Eu nao sou a favor da Burca de forma alguma. Mas gostaria de resaltar dois argumentos que acho injustos. Se voce diz que elas sao propagandas ambulantes da religiao islamica, entao os judeus e os catolicos deveriam ser proibidos tambem de andarem com kippah e crucifixo. O segundo ponto e a questao da pena como sentimento; da mesma forma que voce sente pena delas, elas sentem pena de nós ocidentais que pregamos a liberdade mas na hora de irmos a praia de biquini, muitas mulheres se sentem envergonhadas pelo corpo e se submentem a cirurgias plasticas em busca da escravidao pela perfeicao que a nossa sociedade impõe.
Nós mulheres ocidentais para sermos bem aceitas precisamos ser lindas, magras, bem vestidas, inteligentes, depiladas, de mao feita, cabelo liso, soriso perfeito,e jovem é claro, se não somos descriminadas pelos homens e até pelas proprias mulheres. Voce acha que só pq voce aceita isso tudo no seu dia a dia voce nao esta semdo reprimida???
Acho que cada cultura tem a sua forma de reprimir e recriminar, e o que aceitamos como sendo o normal, muitas vezes é chocante para pessoas de outra cultura.
Hide
Complementando:
me parece que as pessoas tem preconceitos às coisas bastante diferentes e não resistem à tentação de expressar emotivamente.
Proibir o uso da burca… isso é preconceito ou racismo, a França se realmente proibir o uso da burca, estará contradizendo no princípio da Liberdade Igualdade e Fraternidade.
Imaginem, se te proibirem de comer feijão preto na europa, por exemplo.
Combater opressão é mais que legítimo, é obrigação. Mas proibir a burca é tiro de um cego.
Hide
Temos que separar algumas coisas, opressão é uma coisa, outra coisa é vestimenta, adornos, etc.
A opressão é desumano e tem que ser combatido.
Agora, proibir o uso de qualquer vestimenta ou adornos (claro que tem que ter bom senso, andar de calcinha na rua é, normalmente, ofensivo, esconder totalmente o rosto pode facilitar o crime, etc).
Mas proibir o uso da burca que não esconde o rosto totalmente é cassar o direito individual.
Associar sistemáticamente burca à religião ou opressão é doença, pode ter outras razões.
A questão religiosa ? É outro direito do homem.
Marcello Brito
Apenas para terminar:
1- O que se discute aqui são Leis francesas sobre Francesas. Que vc defenda a liberdade nas nações mulçumanas é mais do que lovavel. Mas vamos continuar com ela aqui em terras da igualdade e fraternidade.
2- Respeito seus argumentos mas nao posso deixar de apontar que eles são exatamente iguais aos utilizados pelos nazistas na alemanha para o banimento dos povos judeus. Se vc ler a escalada de leis que foram sendo promulgadas contra os Judeus mesmo antes da ascensão de Hitler ao poder vai se espantar pois elas nao diferem em nada dos argumentos apresentado pelos politicos franceses e avalisados em seu texto.
Primeiro se identifica a pratica cultural de um povo como sendo não republicana, depois se impede a essa povo de utilizar suas vestimentas tradicionais, depois se demole simbolos religiosos….
Essa estoria eu ja vi.
E sabemos como termina.
O Horror…O Horror…
Marcello Brito
Zé Luiz,
Seus Argumentos são fortes mas são generalistas e reduzem toda a sociedade Islã à opressores e terroristas o que não é acima de tudo, verdadeiro e honesto.
O mundo Islã não é uma unica nação, nem um unico modo de vida, nem uma unica religião.
Há matizes profundas entre os povos Médio Orientais assim como no mundo ocidental cristão
Eu poderia dar mil exemplos, mas cito apenas um: Os recentes movimentos sociais no Irã, mostram um povo em compasso com o tempo presente de liberdade, livre arbitrio e querer contemporaneo, exatamente como vimos na frança de 68 liderada por todas aquelas figuras exemplares que amamos adorar.
O governo do Irã ou os Radicais do Iemen ou os tiranos de Cabul ou os fanáticos da Al quaeda não são o espelho dos povos mulçumanos assim como a alemanha nazista não era o mundo Ocidental.
Mas nao preciso retroagir tanto no tempo: O Chile de Pinochet ou a Cuba de Fidel, a Espanha de Franco ou a Venezuela de Chavés não são o mundo ocidental cristão reduzido num micro-cosmos.
O mundo mulçumano de fato nao produziu uma Simone de Beauvoir, um Sartre, ou Camus, um Lacan ou um Foucault.
Mas ele produziu alguem muito mais importante, genial e maior que todas essas figuras estelares que voce citou e que só tem comparação como nomes como Platão, Aristoteles ou Kant
Ele nos deu Averröes que é a figura chave do pensamento entre a idade antiga e o Renascimento.
Zé, vc pode democraticamente abominar a cultura islamica, mas infelizmente vou ter que te informar que voce vive hoje sobre uma cultura ocidental traduzida por um Mouro Islamico genial.
Mas uma vez vou repertir aqui: na alta idade média todo o pensamento ocidental antigo havia sido destruido e varrido da face da terra pelas trevas da idade média.
Mas ele nao havia sido destruido na cultura moura islamica e Platão e Aristoteles e Pitagoras e toda a cultura precedente ocidental eram estudadas, relidas e traduzidas desde sempre pelos mouros.
Quando os Mouros invandem a Espanha, o pensamento genial de Averröes se estabelece em Córdoba e ali ele recebe filosofos e pensadores de toda a Europa que vão em busca desse homem mouro e islamico que detem a chave do pensamento perdido de um Platão ou um Aristoteles.
Isadora
Impecável a forma como você argumentou quanto à proibição do uso da burca na França, Lina. Concordo com você, mas mesmo que esse não fosse o caso, ainda assim acharia que argumentou de forma correta.
olivia Vidal
É realmente difícil escrever sobre isso. Quando a questão é “proibir” algum hábito, costume, tradição ou ato religioso, me sinto desprotegida pessoalmente. Explico por que. Meu povo foi massacrado por Hitler. 95% dele dizimado da Europa. Servíamos apenas como empregados nos cargos de confiança, cargos que exigiam honestidade ou confidencialidade. Por outro lado, a base para nossa honestidade, ou seja, nossas crenças eram abominadas pelo Nazismo. Seu líder chegou a declarar que seríamos “exterminados da Terra um por um”. Realmente ele quase conseguiu. No final do regime nazista éramos apenas pouquíssimos e todos presos. O mais triste é que a maioria das pessoas nem mesmo sabe que tais pessoas passaram por isso. Não sou judia. Apenas divido com os judeus a tristeza de ter suas crenças, hábitos e costumes violados. Sou uma Testemunha de Jeová e temo que isso se repita nos dias modernos. Judeus, Testemunhas de Jeová, mulçumanos, ateus ou qualquer outra pessoa não pode ser reprimido.
A questão da burca é controversa mesmo. Não duvido que algumas dessas mulheres sejam forçadas a usar a vestimenta, mas acima de tudo, acredito que a maioria delas o faz por convicção, amor e respeito às suas crenças.
Proibir seria o mesmo que tirar sua liberdade e direito de exercer a religiosidade seja da forma que for.
Mesmo estando em outro país isso precisa ser mantido. A liberdade na França e em outros países democráticos é linda! Tal liberdade tem de ser global. Poder ir e vir onde bem entender no mundo todo.
Tenho tanto pra falar sobre esse assunto que aqui não caberia.
Concordo com quem disse que é um assunto para se tratar cara a cara e, de preferência, em um café em Paris. Aaaaaa Seria maravilhoso!
Simplesmente ADORO esse site e as pessoas que o freqüentam. Comento pouco, mas leio absolutamente tudo e é a liberdade de se dizer, pensar, ler, ir, vir que me fazem deixar esse blog aberto constantemente em meu computador.
Um enorme abraço a todos e continuemos assim…compartilhando opiniões sejam iguais ou diferentes!
Se quiserem mais informações fidedignas sobre o Holocausto e as Testemunhas de Jeová, aqui vão alguns sites que recomendo.
http://www.jw-media.org/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A2ngulo_roxo
http://www.watchtower.org/
http://www.jw.org/
zeluiz
Quem quiser ter uma idéia de como o mundo muçulmano trata as mulheres, leia urgentemente o livro ” Infiel – de Ayaan Hirsi Ali – a história de uma mulher que desafiou o Islã” .
Negra, somali, muçulmana, fugiu de um casamento arranjado, virou refugiada na Holanda, deputada do Parlamento Holandês, fez um filme em 2004, chamado “Submissão” sobre a opressão das muçulmanas, junto com o cineasta Theo Van Gogh, que por isso, foi assassinado em Amsterdam por um fundamentalista radical, que deixou sobre o corpo dele um aviso de que Ayaan seria a próxima vítima. Hoje ela vive escondida, protegida, jurada de morte.
Depois de ler esse depoimento devastador , nós ocidentais precisamos rever muito dos nossos conceitos de até onde aqueles que querem destruir nosso modo ocidental de vida podem ter a liberdade de fazer isso sobre as nossas barbas, usando de nossas leis da democracia.
Concordo com o Marcello quando diz ser inacreditável que essa lei possa ser aprovada na França, a terra da liberdade.
Mas também acho que num país muçulmano jamais existiria uma Simone de Beauvoir, um Sartre, ou Camus, um Lacan, um Foucault para defender quem ousasse contestar o poder.
Para a nossa democracia ocidental essa lei pode ser o o ovo da serpente.
Na minha opinião, a serpente já está vivíssima em outra região…
Jorge Fortunato
Dando sentido: Aqui no Brasil e, principalmente, no Rio de Janeiro, o número de muçulmanos não é tão grande. apesar disso, já vi uma senhora vestida com uma burca, ao lado do marido, caminhava aqui perto de casa. Estava um calor, enfim.
Jorge Fortunato
Pessoalmente não gosto da burca nem do véu, mas entendo e respeito quem usa, afinal deve ter lá os seus motivos. Aqui no Brasil e, principalmente, o número de muçulmanos não é tão grande. apesar disso, já vi uma senhora vestida com uma burca, ao lado do marido, caminhava aqui perto de casa. Estava um calor, enfim.
Na França essa discussão envoilée já dura muito tempo. Acho a lei invasiva. Ora, um Estado laico não deveria ligar para questões religiosas. e, se a França é aterra da liberté, egalité, fraternité, deixem as burcas, véus em paz. Que cada um possa praticar sua religiosidade da maneira que bem entender. Daqui a pouco será que vão reclamar das vesetes lindas e dos turbantes das africanas???
Telma
Olá Lina,
pela primeira vez venho comentar um dos seus post, embora tenha me tornado uma “devoradora” do site desde que o conheci a alguns meses.
Inicialmente parabenizo o seu texto como muitos aqui já o fizeram, mas quanto as conclusões finais tenho considerações diferentes das aqui até então expostas.
Desconsiderando a discussão acerca da liberdade, ricamente e exaustivamente comentada, observei que uma das razões apresentadas para a proibição é a dificuldade de identificação; nesse ponto específico, venho lembrar discussões relacionadas aos, já comuns no Brasil, crimes cometidos por motociclistas que usam o capacete – equipamento de proteção exigido por lei – como “acessório ao crime”.
Em face do exposto, não é “cômico” o contraditório da situação? Me parece que a controvérsia adquire um novo ângulo.
Felipe
Um indio ao lhe ver sente pena de voce estar vestida e acha que é “imposicao”.
O mesmo com a burca. Essas mulheres se sentem nuas e expostas sem ela.
Gustavo - Viajar e Pensar
Quando fui a Paris, me marcou num restaurante onde os maridos almoçavam com as crianças e as mulheres de burqa ficavam ao redor servindo ou no canto. Quando todos a acabaram a refeição elas comeram com a mão mesmo e correndo, somente levandando o véu sobre a boca, e depois saíram atrás deles, que não esperaram. Talvez alguns hábitos deles sobre as mulheres são muito piores do que o uso da burqa, não se a burqa é a grande questão.
Infelizmente acho radical proibi-las de usar a burqa também porém nunca havia pensado pelo lado da segurança.
Bom devagar nunca é ruim.
Ainda bem que aqui tá calor, praia e biquinis.
Fui!!!!!
eidia
Lina querida, só pra nós, burca.
bjos bjos e não pense que tô colando no seu pé. Quem tá do lado de cá é que vê…rssssss.
inté
eidia
http://www.oquevivipelomundo.blogspot.com
Eymard
Que inveja da Beth circulando por Saint Germain….(risos). Estou sem condicoes de fazer comentarios mais apurados. Mas consigo ler os posts e acompanho de longe….
No caso das Burcas, concordo com o Marcello Brito e outros que aqui se manifestaram. O tema ‘e extremamente delicado e nao podemos fazer abordagens superficiais. Podemos dar a nossa impressao. Isso tdos nos temos direito. Uma lei que proiba o uso da burca realmente me incomoda tanto quanto a que proibe o uso do lenco nas escolas. Nao se altera uma cultura com lei. As mulheres fizeram a sua “revolucao” sexual. As leis vieram depois….Gostaria de voltar ao assunto depois pois ha angulos inexplorados nesta historia.
Como a Claudia Oiticica, quando viajamos para Paris no verao (junho/julho) tambem encontramos muitas mulheres com burcas e comprando aos montes nas lojas mais caras de Paris. Beth diz que nao as encontrou ainda…mas ja deu tempo de encontrar a Danusa Leao (risos). Sera que a Danusa ainda se hospeda no Welcome, em St. Germain???
(hoje fizemos uma linda viagem de trem literalmente no meio da neve….nao era Paris, mas valeu muito a pena).
sailorzito
Relativamente às crenças, cada um tem as suas e todos acham que a sua é que a certa, a verdadeira e a do vizinho a errada, a falsa. Convém não esquecer que a espécie humana é só uma, independentemente da cor da pele, dos olhos ou do cabelo. Antes do surgimento do homem na Terra, não havia fronteiras, isso foi invenção sua. As crenças também foi ele que inventou, para se proteger, para tentar explicar aquilo que não entendia. E liberdade de pensamento é um direito que lhe assiste. E o pensamento e as crenças, para além das orações, também se exprimem através dos trajes, dos acessórios, etc. Os Estados, pricipalmente aqueles que se dizem laicos não têm o direito de interferir nessa dimensão humana, se isso não atentar contra os direitos dos outros cidadãos. A verdade é que actualmente no “Mundo Ocidental” assiste-se a uma tentaviva de quartar a expansão da cultura musulmana.
PS: para que não haja dúvidas, quero apenas dizer que eu sou europeu e fui criado no seio dos valores da religião cristã. Hoje, sou laico.
Beth
Amigos
Sinto muito sair do assunto, mas como estou em Paris no momento gostaria de colocar minhas novidades locais…
Minhas tres malas coontinuam desparecidas… Com – 7 C é realmente estarrecedor! Abaixo a TAM (que sumiu com as malas na conexão) e Viva a Air France que disse que entregará Duas delas até a meia noite…
Estou perambulando por Paris há 3 dias e NÃO vi nenhuma mulher de Burqa! Algumas árabes com pano na cabeça, 3 giganas, muitos turistas e a maioria, os parisienses normais…
Passei a tarde em Saint-germain, que está lindo com o resto de neve e muito frio! NÃO vi nenhuma mulher andando com aqueles horríveis sapatos salto 20 + plataforma 10 cm… A maioria estava usando botas de salto baixo, tipo montaria e muito elegantes. Em compensação, assisti a um desfile de casacos de peles verdadeiras como não via Há anos… Até Russian Sable! Mas tudo muito elegante e dicreto, como só as parisienses sabem fazer. Até estolinhas de pele gênero debutante da década de 50, por cima de casaco normal. risos. Fotografei algumas passantes, pois se tentar fotografar homem marido tem um piti, risos.
Claudinha
FUI no La Sociètè. Ruim de entrar, pois são 4 entradas, sendo que numa delas estava acontecendo uma conferência sobre desenvolvimento industrial, risos. O local é divino, funciona sem intervalo. Na entrada tem um bar para lá de simpático com um piano de cauda, e o restô é divino. Nada proibitivo e ainda ganhei um menú de presente. Maior categoria, frequentadores lindos e elegantérrimos…
Conto mais depois, pois estão me chamando para o jantar..
Bjos e até depois…
Sueli OVB
CRISTINA L
Em nome da liberdade o homem já cometeu horrores! E continua cometendo. Assim como em nome da paz, da honra, da religião, da pátria, da dignidade…
Como diz o DIDI DA LOTECA,” nada mais é que etnocentrismo”. E a isso eu juntaria INTOLERÂNCIA. O ser humano encontra sempre mais argumentos para mudar o outro que a si mesmo.
JULIANA(S)
Vocês precisam se distinguir. Pelo que percebi há duas.
Lucia
Belissimo texto, Lina.
Assunto polemico, controverso, exposto com sentimento e respeito.
Quanto ao ovo da serpente que Marcello bem identificou, os sintomas de seu encubamento sao tambem sentidos por nos no Brasil.
Alguem ja’ percebeu?
“A liberdade apenas aumenta as chances das coisas melhorarem.
Sem ela, não há chance alguma.”
(Albert Camus)
In haste
PS.
Que alegria, Beth!
Voce, Netinha, neve & cia em Paris.
E que encontros deliciosos e divertidos!
Como voce os relata bem.
Adorei!
Andrea Sipoli
Esse assunto está rendendo ótimas discussões. Acho muito bacana essa diversidade de opiniões. Por isso adoro este blog!
Na minha opinião ocidental uma burca me incomoda muito, mas também as mulheres semi-nuas no Carnaval também (aliás, elas me envergonham).
Sem dúvida essa é uma questão delicada.
Cristina L
Adicionando mais um elemento, vale considerar que as leis antisemitas alemãs (e o antisemitismo de vários outros países, inclusive Brasil e EUA, do qual ninguém se lembra atualmente, lindo…) só surgiram porque eram conceito “comum” entre o povo. O judeu era o alvo da vez, assim como agora o são (e já foram antes, nas Cruzadas) os muçilmanos.
É a mesmíssima coisa: vamos reprimir esse grupo de gente diferente e que me dá medo. Esse grupo que pensa de uma só forma.
Se os judeus (e os muçulmanos) fossem realmente uma “nação” homogênea, que pensasse sempre igual, que tivesse os mesmo objetivos, que se comportasse da mesma forma, talvez fizesse sentido. Mas cada judeu é um. E cada muçulmano é um também. Imaginar que francesas que usam a burca a usam pelos mesmos motivos que as afegãs… tsc tsc tsc… é supor que não há variabilidade humana.
Eu queria aqui contribuir com um trecho da Declaração de Arbroath, que os nobres escocesses mandaram ao Papa em apoio a Ricardo I:
“It is in truth not for glory, nor riches, nor honours that we are fighting, but for freedom — for that alone, which no honest man gives up but with life itself. “
Juliana
Concordo com quase todas opiniões. Por mais que seja contra o uso da burqa, sou a favor da liberdade de escolha e expressão.
Concordo com ANDRE LEME quando traz que não podemos saber se uma mulher de biquini é mais feliz que uma que veste burqa. A felicidade é pessoal e relativa. Entretanto, ANDRE, acho que em todos países do mundo existem mulheres oprimidas.
Vou trazer o caso do Brasil, onde foi criada a lei MARIA DA PENHA que defende o direito das mulheres agredidas. Esta semana estava em uma roda de chimarrão com amigas, duas delas advogadas, relatando que a lei está indo por água abaixo, pois mais de 80% dos casos são consegue ser aplicada.
Depois da barreira vencida, que é a mulher denunciar a agressão (quase 100% do seu companheiro), quando ela comparece na audiência para relatar o fato, 80% das mullheres desistem da denúncia. Motivos:
– Dependência financeira do companheiro;
– Medo de outro ato violento;
– Não ter outros familiares para apoiar/acolher.
(pode haver outros, não estou me lembrando)
Vejo isto como uma forma de opressão, e por mais que vivemos uma sociedade liberal, a mulher não toma ação para fazer diferente do que está imposto.
Das informaçoes que tenho de colegas muçalmanos que tivem e outros amigos que já conviveram com muçulmanos, trazem que estas mulheres não têm livre escolha do uso ou não, e não usufruem da liberdade no sentido literal da palavra que trazemos.
Concordo com a SUELI OVB quando diz que proibir é o mesmo que reprimir. Mas, obrigar o uso também é reprimir.
E para fechar, reforço as palavras da MARINA, quando traz que este blog é maravilhoso! É preciosa esta troca tão rica e inteligente.
Para todas as proibições, obrigações, leis, sanções deveriam ter discussões assim, preferencialmente envolvendo o público que será atingido por ela.
Carlos Henrique
Oi Lina,
Parabéns pelo texto muitíssimo bem escrito! Concordo com você em gênero, número e grau.
eidia
Nem entro em uma discussão aqui, porque pra mim é um assunto interessante pra ser discutido cara a cara. Difícil argumentar por escrito. Sentar com um bom café e falar sobre é bem interessante e este assunto já fez parte na minha roda de amigos. Ainda faz.
Só uma coisinha. Já morei em país musulmano por 6 anos. Jamais os pensamentos orientais vão bater com os ocidentais e vice-versa.
eidia
http://www.oquevivipelomundo.blogspot.com
Giovanna
Marcello Brito, você falou tudo.
Para nós ocidentais e criados dentro dos conceitos de liberdade é no mínimo estranho entender certos costumes de outros povos, principalmente dos povos do Oriente Médio. Realmente choca ver uma mulher de burca. Mas assim é a vida delas e elas nascem e crescem aprendendo esse comportamento como sendo o normal. Não acho que elas gostem de usar burca, longe disso.
Em certa viagem, estávamos em uma praça em Istanbul e nos deparamos com uma mulher de burca fazendo poses, o marido tirando várias fotos dela. Eu não entendi aquilo, na hora. Imagina só! tirar fotos, fazer poses, daquele jeito, com o rosto coberto, não dava nem para ver os olhos! Foi estranho presenciar aquela cena. E a impressão que dava é que ela parecia feliz.
Agora imaginem, se essa proibição acontecer, essas mulheres não poderão nem mais sair de casa! Ou vocês acham que maridos, pais, irmãos autoritários e com fortes conceitos extremistas deixarão essas mulheres passear ou sair à rua sem seus trajes?
Acabei de ler um livro do um escritor egípcio Naguib Mahfouz – Entre dois Palácios – que conta a saga de uma família de um comerciante egípcio a partir do início do Sec XX. É uma leitura interessente, trilogia do Cairo, e faz você refletir e compreender um pouco melhor sobre a situação da mulher, do homem, da família na cultura deles.
Marcello Brito
Fico preocupado pq pessoalmente acho um retrocesso nas liberdades civis na qual a França desde a revolução sempre foi abre-alas.
Fico preocupado pq na superficie pode ter uma camada compreensivel mas nas entranhas a lei é o que é: teoria nazista de superioridade cultural e racial e proposta de segregação
Eu particularmente achava que esse tipo de coisa ja tinha sido enterrada por Levi-Strauss e pela luta dos direitos civis nos 60/70.
Eu fico chocado que a patria que abraçou Gertrude Stein aprove essa lei.
No mais é acreditar que… nao passará…
Sueli OVB
MARCELLO BRITO
Você está realmente MUITO incomodado e preocupado!
Sempre que alguém IMPÕE regras e comportamentos, alguém se SUBJUGARÁ.
Acho que ainda me incomodo mais com a mulher objeto.
Abraço
Sueli OVB
MARINA BERTOLUCCI
Acho que estávamos em sintonia e escrevendo nosso comentário ao mesmo tempo. Palavras bem parecidas e sentimentos comuns.
Quando o meu comentário entrou, o seu acabara de ser postado.
Abraços
Marcello Brito
Um pouco de humor…
Eu me sinto desconfortavel quando vejo Donatella Versace porque ali vejo absolutamete cristalizado a opressão imposta pela sociedade do espetaculo…Mas cada um é livre para fazer de seu corpo sua vida.
Sueli OVB
Em primeiro lugar gostaria de dizer que esse tipo de discusão é para lá de complexa. Coisa para juristas, teólogos, sociólogos, antropólogos, psicólogos e tantos outros ólogos. Que não é o meu caso.
Comungo com o estarrecimento que LINA e tantas outras mulheres ou homens sentem diantes dessas mulheres. Já chorei dentro das Galeries Lafayete quando uma delas passou por mim portando não só a burga, mas o que me pareceu uma focinheira, deve ser o mesmo que a Cláudia Oiticica viu. Aquilo não cabia em mim, parecia o cúmulo da repressão. Será??????????????????
Mas também me sinto horrorizada quando vejo mulheres se submeterem a ser como pedaços-de-carne-pendurados-em-gancho- do-açougue. Exploração total e com a conivência delas. Fico chocada. Será que elas se importam????????????????
Segundo, penso que PROIBIR seja o mesmo que REPRIMIR. E aí estou de pleno acordo com o MARCELLO BRITO, que tem uma atitude irretocável ante a questão. Disse tudo e, mais uma vez, lamento não ter a sua verve. Acho que a coisa vai exatamente para o plano que ele aborda, e ele está bastante incomodado, se a coisa for realmente aprovada.
O ser humano tem uma dificuldade muito grande em aceitar o diferente. Nós também somos diferentes e queremos ser respeitados com nossos visons, nossos biquinis, nossas saias curtas, nossos decotes…
Uma vez alguém perguntou a um oriental porquê ele colocava uma travessa de arroz no túmulo de seu irmão, se ele não o comeria? Ao que ele respondeu: Pela mesma razão que você coloca flores para quem não lhes sentirá o perfume.
Detesto qualquer tipo de obrigação, radicalização e repressão. Cada uma das pessoas deveria ser livre para fazer suas escolhas, mesmo que amanhã venham a se arrepender delas. Mas terá errado por livre arbítrio.
Concorco também com o DIEGO, ALBERTO CAVALCANTE, LÍDIA LIMA, ANA FERNANDES, ANDRÉ LEME, VANESSA FERNANDES, BRUNO BENZINA,DIDI DA LOTECA, MIRELLE e todos aqueles que venham a defender o respeito e a liberdade de escolha.
Abraços a todos.
Marina Bertolucci
Como já reiteradamente exposto nos posts anteriores, a questão é complexa.
Acredito que a proibição à burcas se refere muito mais à questão islâmica e dos terroristas que ali, eventualmente, estão inseridos do que à questão de proteção às mulheres.
Quando morei fora do Brasil, conheci muitos islâmicos e sei que a cultura deles é muito diferente da nossa, mas não deixava de respeitá-los por isso.
Sim, sinto-me extremamente desconfortável quando vejo uma mulher de burca, do mesmo jeito que me sinto quando vejo as funkeiras se requebrando por aí.
Depois de 11 de setembro de 2001, o mundo nunca mais lidou com a religião islâmica do mesmo jeito.
Assim, acredito que a França, apoiando os EUA como apóia, tem mais motivos preconceituosos do que feministas para proibir as burcas.
Por fim, este blog é maravilhoso! Opiniões sempre inteligentes e informações preciosas.
Marina
Marcello Brito
O que eu gostaria de mais uma vez deixar claro é o perigo dessa lei e a etica nazista que a sustenta. Porque é uma etica do preconceito, do racismo, da crença na superioridade racial e cultural e da negação das diferenças.
Não se iludam, os argumentos que sustentam essa lei são exatamente os mesmos que:
– Na alemanha nazista impuseram a segregação e a tentativa posterior de eliminação dos Judeus.
– Na inglaterra vitoriana encarceraram Oscar Wilde e patrocinaram a perseguição e tentativa de banimento dos homossexuais
– Nos EUA dos anos 50 aplicaram a segregação racial negra da sociedade comum.
Mais uma vez nao se iludam, pois conheci muitas pessoas que hoje se sentiriam chocadas com negros freguentando o Copacabana Palace e comprando na Luis Vuitton.
Vamos nos atentar para o perigo do ovo da serpente embutido nessa lei infame.
Vanessa S.
Olá Lina!
O assunto é realmente polêmico e eu mesma não estou certa de que proibir seja a solução mas, sua opinião foi muito bem colocada e adimiro sua clareza!
Parabéns pelo blog e por manter sempre um ótimo nível de informações.
Vanessa Fernandes
Temas relacionadas com a cultura de cada país é dificil. Cada um de nós temos uma opinião positiva ou negativa. E deveria ser só assim. Agora implementar leis para proibir o uso…é um pouco drástico. Como já foi aqui referido. Muitas mulheres gostam. Sentem-se protegidas.
Se gosto de ver as Burqas? Não. Mas respeito a sua cultura.
Se a França quiser implementar a tal lei, deveria defender as mulheres que querem deixar de usar a burqa.
mirelle
Concordo com o Marcello Brito em todos os sentidos, tirou os argumentos da minha boca e tenho pouco a acrescentar. Quero apenas deixar claro que não é um pensamento machista, ja que eu divido com ele as mesmas impressões.
Cláudia Oiticica
Corrigindo acima… Sei que o assunto é complexo.
Didi da Loteca
A antropologia já identificou esse sentimento de perplexidade que nós ocidentes temos diante do uso da burqa, nada mais é que etnocentrismo.
Cláudia Oiticica
A polêmica está grande e cada um tem o direito de expor o seu ponto de vista. Sei que é o assunto complexo, mas na verdade,sempre me incomodei com a presença dessas mulheres de burca e me chamou a atenção no ano passado a quantidade delas em Paris, tanto nas ruas, como nas lojas,inclusive nas de grifes famosas e comprando muito.Não sei se por causa do periódo de férias, mas tinha mais do que o que estava habituada a ver em viagens e o que me deixou realmente chocada foi um grupo de mulheres que além da burca, estava com uma espécie de armadura de ferro vazada na cabeça, como aquelas que os cavalos usam. Minha filha ficou indignada com a cena.Não tenho a mínima idéia de onde elas eram e nunca tinha visto isso antes.
Essa estória de dizer que elas gostam de se vestir assim, não me convence.Já li em várias fontes que os países que instituem o uso obrigatório da burca são os maiores mercados de consumo de luxo. Se elas estão tão felizes com a padronização de suas roupas, por que compram tanto? Se podem usar essa roupas em casa, por que não sair com elas?
Conheço uma francesa socióloga que já trabalhou em alguns países de religião muçulmana e ela contou que quando voltava para Paris, no avião só tinha mulheres de burca, mas quando esse aterissava em solo francês, várias delas tiravam as burcas, comemorando satisfeitas a liberdade, pelo menos, temporária. Isso é vida?
Lidia Lima
Oi Lina!
Respeito a sua opinião, mas vou tentar te mostrar um outro lado. Muitas mulheres muçulmanas acreditam que o nosso tipo de vestimenta é uma agressão às mulheres, já que nos deixa vulneráveis a observações, comentários e até mesmo estupros e assédio sexual. A burca serve como uma proteção para que elas se sintam mais seguras. Existem algumas mulheres muçulmanas que realmente não gostam dessa “obrigação” (coloco entre aspas porque como você mesmo disse, a burca não é uma obrigação, e sim apenas que se cubra os cabelos e o corpo), mas acredito que a maioria das francesas que usam a burca o fazem de livre e espontânea vontade. Faça uma pesquisa, pergunte-as sobre isso.
Um outro ponto é que a burca não é usada só no Afeganistão, ela está presente em todos os países com população muçulmana, a diferença é que no Afeganistão esse era o único traje permitido para sair às ruas.
Será que nós não estamos sendo etnocêntricos ao criticar o uso da burca? E a liberdade de culto? E de cultura?
Tenta encarar de uma outra forma…por uma outra perspectiva. Tente ver por outros olhos esse fato.
No meu caso, eu acredito que esse ato do governo francês é uma forma de opressão. As mulheres não serão mais livres para usar a roupa que quiserem. E talvez isso às obrigue até a ficarem reclusas em suas casas, se não quiserem mostrar seus rostos.
Deixo o endereço de um blog que eu acompanho para mostrar a visão de algumas mulheres muçulmanas
http://muculmanas.blogspot.com/2008/12/islam-cura-pra-humanidade.html
Adoro o seu blog e o visito diariamente! Obrigada por tudo!
Marcello Brito
Se essa lei passar vai ser um retrocesso tremendo num país de tradição tão liberal.
Nesse momento sinto falta de Camus, de Sartre, de Beauvoir, de Foucault e evidentemente de Levi-Strauss que se tivesse vivo reduziria a pó essa tentativa de reintrodução de um ideario ideológico nazista na França.
André Leme
Lina,
Primeiramente cumprimento-a pelo site/blog. Excelente nível. Impossível não visitá-lo rotineiramente.
Permita-me discordar de você. A burca é utilizada pelos muçulmanos mais radicais, notadamente do Afeganistão e Paquistão. Não imagino que um francesa, de nascimento ou residente, se sinta “obrigada” a usá-la, ao contrário, penso que aquelas que a adotam, o fazem voluntariamente, por firme convicção religiosa, e um país democrático não pode coibir tal opção, sob pena negar o basilar princ[ípio da democracia: a liberdade.
Mal comparando, seria cabível uma lei que obrigasse, no Brasil, as protestantes (mais conservadoras) a cortar o cabelo? Não creio.
Acredito, sim, que no Afeganistão as mulheres são oprimidas. Na França, um dos berços da democracia moderna, não. E não nos esqueçamos que a felicidade é um conceito bastante pessoal. Uma mulher com a biquini é mais infeliz do que uma com uma burca? Não conseguiria dizer. Apenas penso que todos devem ser livres para fazer opções, religiosas ou não.
Mais uma vez parabéns à Lina e abraços a todos que fazem deste espaço uma verdadeira confraria cultural.
bruno benzina
cara Rejane Pinochet,
se essas mulheres usam burqa por vontade propria e não ferem a liberdade alheia, que usem! e qualquer lei que bata de frente com isso é paternalista. se essas mulheres usam por pressao de uma terceira pessoa, essa terceira pessoa esta ferindo a liberdade alheia e ja existe lei pra criminalizar esse tipo de atitude.
os muçulmanos passam um mês por ano de jejum por vontade propria, pq as mulheres não poderiam querer elas mesmas se reprimirem socialmente?
em suma, essas mulheres não são mentecaptas e cobrem como quiserem o rosto ou a bunda.
evite kebabs, eles entopem as artérias..
Diego
Ola,
Nao sei se vc entendeu, Erika, mas a questao nao sao as grifes e sim achar no “diferente”, algo bizarro e opressor, eh nescessario antes que se coloque uma opiniao, tentar entender um pouco sobre o assunto, no caso, a cultura desse povo, seus trajes, seus costumes. E nao opinar segundo nossos costumes, nossa cultura, nosso povo. Isso eh um preconceito imundo.
Rejane, se me permite, gostaria de corrigir uma frase sua, com todo respeito “Nós “seres humanos” precisamos conviver socialmente, trocar idéias, piadas, assuntos sérios, receitas, resenhas literárias, etc, como fazemos aqui no blog.”. Os indios faziam nus, nos com pouca roupa, e elas completamente cobertas.
Andrea Sipoli
Bravo!!! Nossa Lina, até arrepiei!! rs
bisou
Marcello Brito
Eu sou totalmente contra a proibição parcial ou total por um motivo simples:
A França é uma democracia e um estado laico e deveria respeitar o direito basico em toda a democracia e estado laico que é o exercicio de qualquer tipo de religião. Ou o uso de qualquer tipo de roupa.
Qualquer pessoa de bom senso sabe que republicanamente o que se interdita hoje em dia é o atentado ao pudor. Ou seja, normalmente nao é bem visto que pessoas façam footing no Campos Elisios, nús. Mas já na Cote D Azur pode.
Se a questão é segurança deveriam proibir também chapeus enterrados nos rostos, oculos escuros, lenços, bigodes , maquiagens e afinal todo Punk que se preze.
Se a questão é propaganda vamos proibir as pessoas de usarem crucifixos pendurados no pescoço e bater perna por ai e baixar um decreto proibindo as igrejas catolicas, a Madeleine e Notre dame de badalar seus sinos. Vamos proibir que se use preto num velorio e num periodo de luto, costume eminentemente catolico.
Vamos proibir os judeus de usarem o pequeno adereço na cabeça.
Ainda no quesito propaganda acho que se torna então absolutamente pertinente a posterior proibição do uso de qualquer tipo de roupa de grife que ostente a marca visivel ou por associação. A etica por tras dos usos de marcas de grife ou apetrechos religiosos é a mesma.
Quanto a opressão das mulheres, a frança deve a partir da implementação dessa lei absurda e facista, essa é a minha opinião, rasgar o legado de Simone de Beauvoir, que ao passar por um casamento em frente à Madeleine gritou: Libertem a noiva!!! Eu não preciso conversar com o grande psicanalista Joel Birman para saber que ainda hoje grande parte das mulheres ocidentais ainda não conseguiram se ver livrar do julgo de seus maridos.
Essa lei é um retrocesso às trevas do facismo e do nazismo.
Vai na mesma mão da estarrecedora proibição na suiça dos minaretes.
E assim mais uma vez o iluminismo vai destruir mais uma Giralda. Já imaginaram se os mouros tivessem invadido à Suiça e nao a espanha, a maravilha secular da Giralda em Sevilha estaria sendo demolida.
É estarrecedor.
Acho que as pessoas se esquecem mas devemos aos Mouros na espanha todo o conhecimento da antiquidade, de Platão à Arsitoteles, portanto todo o legado de conhecimento da evolução da sociedade ocidental
Todo o legado da antiguidade helenica classica havia desaparecido nas trevas da idade media. Foram os Mouros que trouxeram novamente a tona e a Nós as belezas de Platão e de Aristoteles. Sem eles, nao seriamos hoje quem somos.
Ana Fernandes
Bom dia Lina
Achei interessante o teu comentário de hoje e compartilho da opinião do leitor Alberto Cavalcante. Penso que quando se trata dessa questão da burca, os governos, os parlamentares, a mídia, enfim, grande parte da sociedade expressa opinião, mas falta a das mulheres que usam burca. Será que são oprimidas, como nós imaginamos? Ou elas realmente querem usá-la? Qual a posição delas? Ao não escutá-las, a sociedade também age de forma opressora com essas mulheres.
Erika
Diego,
você acha que essas mulheres que usam burqa não usam grifes (já que você pareceu ser contra, mesmo não sendo um argumento válido no tocante à questão tratada no post)? Quantas vezes as vi em Paris com suas bolsas Louis Vuitton?Acho que as pessoas quando migram para um país, devem respeitá-lo e não tentar impor sua cultura a todo custo. Não é a sociedade que deve se adaptar a esses grupos. A Lina apenas expressou uma opinião franca, se você não concorda com ela, critique-a com educação, não ironicamente. Não estamos acostumados aqui a esse tipo de tom.
Rejane
Diego,
A burca é a opressão de uma forma brutal, ela tira o direito das mulheres de conviver entre si, mas não essa convivência materialista que você imagina que seja a única que exista entre as mulheres.
Eu não me preocupo com marcas, se as compro é, às vezes, muito raramente, porque a liquidação era muito boa ou o material era fantástico. Se outras compram e gostam de comprar é o direito delas e não podemos tirar o direito de cada um ser o que quer ser, desde que não maltrate o próximo.
Estou lhe dizendo isto para você começar a entender a alma feminina. Nós mulheres precisamos conviver socialmente, trocar idéias, piadas, assuntos sérios, receitas, resenhas literárias, etc, como fazemos aqui no blog.
Eu tive o privilégio de ter um pai com alma feminina e quatro irmãos que herdaram essa qualidade, aí aprendi a conviver com os homens de igual para igual. Aqui no blog encontrei também homens assim, com delicadeza de alma.
As mulheres de burca convivem apenas com outras mulheres de burca e não podem se relacionar socialmente com homens, apenas seus pais e maridos.
Você acha que pessoas com um universo tão estreito são felizes?
Abraços a todos
Rejane
Patrícia Venturini
Ótimo post, também acompanhei este assunto na mídia e sou totalmente a favor desta proibição. Os argumentos são consistentes e, afinal, estamos no século XXI, não?
Alberto Cavalcante
No quesito segurança pública acredito que seria necessário encontrar uma solução para a identificação visual dos rostos. A opinião do Diego é pertinente qdo ele diz que estamos acostumados a usar marcas de grife e padronizar um estilo de roupas que o mundo capitalista impõe. Acredito que a proibição não seja a melhor maneira de resolver esse caso. Com relação a exclusão da mulher, não sei de que forma elas se veem usando a burqa, p/ algumas pode incomodar p/ outras não. A impressão q dá é q incomoda muito mais quem vê de fora. Não acredito q seja uma propaganda religiosa e sim uma opção religiosa, se for esse o caso acredito que deva ser respeitada.
Jackson Martins
Lina, artigo simplesmente irretocável. Parabéns pela forma franca e objetiva como retratou esse tema tão controverso. Compartilho do mesmo sentimento e opinião.
Liberté, Egalité, Fraternité – pour toujours !
Um grande abraço.
Luiza
Oi Lina,
também concordo com a sua visão, que é a mesma adotada pelo governo francês e vem sendo constantemente debatida na midia aqui. O unico porém é que muitas dessas mulheres querem usar a burqua, pois para elas é um simbolo de sua identidade, elas não querem se tornar francesas e para elas este é um instrumento de afirmação do seu ser. Complicado chegar à um consenso quando trata-se de afirmações identitarias…
bjs
luiza
http://www.oguiadeparis.blogspot.com
Diego
Puro preconceito, de fato eh tudo muito lindo o que voce escreveu ai, teoricamente… Lindo e preconceituoso, talvez algumas dessas francesas que usam burcas tenha tbm pena de voce e outras que vivem atras de grife, glamour, mini-saias, por favor abra sua cabeca, um blog tao interessante como esse. Imagine o que seria de voce, se te proibissem de usar suas roupinhas de marca, sua blusa decotada, e seu oculos DG
Juliana
Lina, concordo em gênero, número e grau contigo.
Além de ferir os anos de luta do país, vai de contra a luta mundial das mulheres em busca de um reconhecimento do seu papel na sociedade. A busca, na minha opinião, ignora este papel e participação das mulheres na comunidade.
Ainda, acredito que crenças religiosas devem ser respeitadas. Portanto, se você vive em um país diferente do seu, com crenças diferentes, terá que se adaptar aos costumes deste. Se nós vivessemos no Afeganistão, provavelmente não poderíamos vestir as roupas comuns que temos no nosso guarda-roupa.
Compartilho do teu sentimento de pena e ainda tenho uma certa indignação, por sempre procurar fazer meu papel, me posicionar e buscar meu lugar e de tantas outras mulheres na sociedade, e ver que a mulher que usa burca não faz o mesmo. E faz pior, não só se abstém, diz que não é importante.
Para culminar com tudo isto, é questao de segurança pública, pois a não identificação do cidadão pode ser um risco. De fato, não sabemos quem pode estar ‘escondido’ (desculpem, não achei outra palavra) ali.
marianna
Lina
Adorei !
Seu post novamente deu um show de conhecimento e análise crítica que para mim é díficil ter algo a acrescentar.
Marianna