Como vivem os parisienses? Como são as casas das pessoas que vivem em Paris? Em parceria com a Air France, lançamos o Chez Moi, uma série de posts e vídeos em que iremos apresentar a casa do parisiense – e mostrar as principais diferenças entre o morar brasileiro e o francês.
O morar francês se difere drasticamente do brasileiro, sobretudo em Paris, uma cidade com prédios antigos, muitas vezes centenários.
Os prédios de Paris – maioria foi construída antes de 1914 (foto: Stefano Ember / Shutterstock)
Para se ter uma ideia:
- 14% dos prédios parisienses foram construídos antes de 1850;
- 60% dos edifícios são anteriores a 1914;
- apenas 24% foram edificado depois de 1968;
- 4% são posteriores ao ano 2 mil.
Ou seja, morar em Paris é viver em prédio velhos, muitas vezes projetados em uma era pré-industrial. Isso significa:
- Prédios sem elevadores ou, na melhor das hipóteses, com elevadores mínimos (máximo de 2 pessoas) encaixados no vão da escada.
Escadaria de uma antigo edifício parisiense. Os elevadores são adaptados para serem encaixados nos vãos das escadas (foto: Huang Zheng / Shutterstock)
- Prédios sem garagem. Os corajosos que optam por ter carro em Paris devem procurar o estacionamento público mais próximo à sua casa ou rezar diariamente para encontrar uma vaga na rua.
- Prédios sem áreas de lazer.
- Apartamentos com plantas fora do comum que foram sendo adaptadas ao longo dos anos. Sem área de serviço. Sem suítes. Muitas vezes, sem chuveiro (apenas banheira com chuveirinho). E em alguns casos com o box ou banheira DENTRO da cozinha.
Preços altos, apartamentos pequenos
Além disso, morar no centro de Paris é um luxo acessível a poucos – o metro quadrado vale, em média, 9.300 euros. A saída para muitos é morar em apartamentos pequenos, às vezes com não mais do que 20m². Para se ter uma ideia, o aluguel de um apartamento de 30 m² custa em média 1.040 euros.
Fachada de prédio de estilo haussmaniano em Paris, construído entre o fim do século 19 e o início do 20 (foto: Ken Felepchuk / Shutterstock)
E quanto mais central é a região, maior é o valor do metro quadrado, que pode chegar a 12 mil euros. E são justamente os bairros mais centrais que concentram o maior número de prédios construídos antes do século 20. Ou seja, morar em prédios antigos (com todas as suas limitações) pode ser a quintessência do luxo.
A cara do dono
Grande ou pequeno, novo ou velho, uma coisa a maioria deles tem em comum – o apartamento do parisiense é a cara do dono.
A decoração é feita por conta própria – seguir as últimas tendências do salão de design de Milão não faz parte da cultura do parisiense padrão. Uma luminária garimpada no mercado das pulgas, uma mesa herdada da avó, um tapete comprado na promoção da loja da esquina e assim a casa vai se formando à imagem e semelhança de quem ali habita.
Além disso, são as próprias pessoas que arrumam e limpam a casa. Ou seja, o nível de limpeza e de organização também é um reflexo da personalidade do dono.
As casas das pessoas que moram em Paris podem ser muito diferentes das casas brasileiras. Podem ser bagunçadas, com padrões de limpeza às vezes diferentes dos nossos, apartamentos minúsculos ou com plantas fora do comum. Não é raro quem chega por aqui se assustar. Mas aos poucos descobrimos que são casas cheias de personalidade e charme.
Sejam bem-vindos ao Chez Moi, a casa do parisiense.
O Chez Moi é uma série especial sobre a casa francesa, produzida pelo Conexão Paris, em parceria com a Air France.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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52 Comentários
Simone Ulian
Amei o post! Esperando o próximo! Parabéns, Conexaoparis! Sucesso
Rodrigo Lavalle
Simone, obrigado!
Cristiane Pereira
Adorei o post e a ideia da série. Gosto muito desses artigos relacionados aos hábitos, costumes, estilo de vida e jeito de ser dos parisienses e franceses .
E concordo com as leitoras que postaram antes de mim: é muito interessante como a gente se adapta rapidinho aos micro-espaços parisienses e fica aí feliz da vida! É uma vida muito mais prática, essa com menos espaço – ou espaço muito exíguo, às vezes – mas nem por isso menos interessante e confortável. Tudo são hábitos e costumes, não é mesmo? E volto de Paris sempre me perguntando por que é que preciso de ter tanta coisa (de tudo) em casa, pra que ter tanta roupa, sapato e bolsa, por que é que temos de arrumar a casa todo dia e ficar fiscalizando se tem poeira no móvel, por que é que desperdiçamos tanta comida (mesmo sem querer fazê-lo e sabendo como isso é horrível)… e aos poucos vou tentando ter, aqui em Belo Horizonte, uma vida um pouco mais parisiense, mais simples, mais despojada, com menos bens e pertences mas com muito mais simplicidade, alegria e felicidade, assim como quando estou em Paris!
Rodrigo Lavalle
Cristiane, exatamente, tudo são hábitos e costumes.
Ana C.
Que ideia genial!!! Parabéns, Conexão!!! Vou seguir para ficar ainda mais por dentro da vida parisiense!!!
Rodrigo Lavalle
Ana, obrigado!
Vera Erbisti
Muito interessante o artigo!
Gostaria de conhecer mais como vivem os franceses.
MARCOS ALMEIDA
Quando se vive sem medo nas ruas e há de tudo do lado de fora, o apartamento se transforma em um local de recolhimento. Mas fico curioso quanto às questões da modernidade: acesso à internet, TV a cabo, etc.
Muito interessante o artigo. Grande e pequeno é uma questão cultural.
Rodrigo Lavalle
Marcos, o acesso à internet e TV a cabo é normal.
vera
Adorei o post . A idéia é super bacana. Vou acompanhar com grande gosto. Quando vou a Paris fico em apart-hotel em Sain Germain. Mas tenho vontade de alugar um apartamento. Então vou aguardar os novos posts com grande ansiedade.
Rodrigo Lavalle
Vera, vale a pena alugar apartamento em Paris uma vez que seja, para ter a experiência. Veja as opções da À la Parisienne, clique aqui.
Madá
Muito bom esse artigo! Acho legal que eles deixam as cortinas abertas e podemos pegar certos detalhes da casa, flanando pelas avenidas à noite. Adoro essas escadas em caracol.
Fico preocupada com a questão das saídas, em caso de incêndio. Não vejo portas corta-fogo ou aquelas escadas externas.
Rodrigo Lavalle
Madá, pois é, não existe saída de incêndio nos prédios antigos, nem caixas de escadas isoladas por porta corta-fogo.
Patrícia
Muito bom o artigo, como sempre! Quando ficamos uma temporada em Paris, alugamos um apê pelo AirBnB, tipo loft no 11eme. O apê era de um músico, então a decoração era o máximo, com muitos discos e uma vitrola. Nos divertimos muito. Detalhes dessa arquitetura parisiense: o quarto + sale de bain (novinha, toda reformada) eram no andar de cima e o toilette era no andar de baixo (na cozinha!). Descer a escada caracol meio dormindo depois de algum vinho era uma aventura, hehe.
Rodrigo Lavalle
Patrícia, temos um artigo que fala sobre o vaso separado da sale de bain, clique aqui para ler.
Vivian Camargo
É incrível como a gente se adapta a um estilo tão diferente do nosso em termos de tamanho! Em Paris costumo ficar num studio minúsculo qu’à atende bem às minhas necessidades de turista me deixa abismada com o aproveitamento tão inteligente do espaço. A decoração com a cara do dono é realmente um charme a mais, adoro!
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Rodrigo Lavalle
Vivian, o aproveitamento de cada centímetro quadrado é impressionante e muito inteligente.
Natalia Santos
Moro em São Paulo em uma casa grande, com quintal, área gourmet.. o normal aqui no Brasil.
Fui passar uma temporada em Paris em um algo de 22m no 7 arrondissement.
No começo achava muito pequeno, mas depois percebi que tinha tudo que precisava. Morro de saudades da minha vista pra Rua, das comprinhas no mercadinho Bio, e das escadas em caracol do meu prédio.
Paris pra mim é o lugar mais incrível do mundo.
Rodrigo Lavalle
Natalia, sim, vamos nos adaptando às novas realidades.