Por Evandro Barreto do Comensais
Toda viagem internacional de lazer começa com um sonho e se materializa a partir de escolhas subjetivas e circunstâncias objetivas. Se é a primeira vez, há que decidir, entre a bússola e o relógio: visitar o máximo de países e cidades ou ficar mais tempo em menos lugares para conhece-los melhor? Não existe resposta única, logo não existe certo ou errado. Portanto, o melhor é escutar o próprio coração e começar a gozar as delícias de planejar o passeio.
Hoje em dia, existem inúmeras fontes de informação sobre cada palmo do planeta. Blogs, sites, agências de turismo, programas de TV, publicações especializadas, redes sociais e amigos experientes estão aí para ajudá-lo a traçar o roteiro mais compatível com o tempo que você tem, com o dinheiro que está disposto a gastar e com seus principais interesses. Paisagens, eventos, costumes, compras, cultura, gastronomia, aventura, esporte, referências sentimentais… você é quem decide, de preferência sem angústias, porque turismo não é missão, é diversão.
Igualmente importante é ter plena consciência de que até aquilo que eventualmente der errado pode ter um lado bom. Seja para valorizar ainda mais o que vai dar certo, seja para saber o que evitar na viagem seguinte. Sim, porque uma das conquistas da primeira viagem é fazer você voltar para casa pensando na próxima.
Dito isso, divido um aprendizado de quem já gastou vários passaportes. Não importa se você é viajante-bússola ou viajante-relógio. Por mais minucioso que seja o seu roteiro, abra a alma ao improviso. Você programou quinze dias corridos em Budapest e deu vontade de passar um dia em Bucarest? Vá, porque é a vida que está pedindo. E mesmo que você fique o tempo todo num lugar só, dê chances ao acaso.
Pegue o metrô numa estação antes e salte numa estação depois do que está acostumado. Descubra os mistérios que se escondem naquela ruazinha ao lado do seu hotel, por onde você sempre passa sem dar atenção. Pare para ouvir um realejo. Siga o perfume das frutas e perca-se entre as barracas da feira-livre. Sente-se num banco de praça e use bem alguns minutos, olhando para plantas que não conhece, ouvindo pássaros que não gorjeiam como cá, vendo crianças ocupadas em brincadeiras que não são as da sua infância.
Nada disso custa um centavo. E não tem preço.
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82 Comentários
Suely
Beth e Dodô
Já prometi pro meu marido que na próxima viagem não vou seguir roteiros…
jorge fortunato
Dodô
Eu estava em Paris na semana passada e vi o texto, mas já era tarde e precisava dormir. e também precisaria de um pouco de tempo para comentar. Nessa viagem que acabo de fazer vivi muitas experiências interessantes justamente pela falta de planejamento. E quando o plano A dava errado, o plano B saía muito melhor. é bom deixar um pouco o acaso nos conduzir, no mínimo teremos uma boa surpresa. Afinal, tudo o que acontece numa viagem é bom ou tem um porquê. E eu vivi isso.
Tania Baião
Dodo: como sempre: BRAVO!
Sophia: adorei a história…
MIRA TORQUATO
Querida Lina, permita-me reforçar a excelente sugestão da nossa Áurea.
Afinal, há muito, nós, pitaqueiros, já deixamos de ser um grupo de meros e eventuais espectadores.Já somos um CLÂ.Qual outro blog reúne seguidores tão fiéis, e que interagem entre si, de forma tão înteligente, respeitosa, e pq não dizer, carinhosa? E você despertou isso em nós, ainda q, estou certa, involuntariamente.Penso q já fazemos parte de uma magnífica e seleta sociedade “não” secreta.Quiçá tenhamos, em breve, até um BRASÂO.O brasão da sociedade CP.Chic, não?
conexaoparis
Mira
Adorei seu comentário. Vamos cuidar desta nossa sociedade “não” secreta. E para o futuro, vamos pensar em formas de interação.
Fabiana - BEE
Valeu Dodô!! Como sempre seus textos são uma delícia de ler…é..e bora pensar na próxima viagem que não pode tardar!!
Lina..sempre com os “parceiros” a altura!
Abs!
MIRA TORQUATO
DODÕ
Permita-me dizer.seu texto merece uma MOLDURA.É mais q uma lição de viagem.É, antes de tudo, uma LIÇÃO DE ,E PARA A VIDA.Claro é q planejar é PRECISO, e como nos disse, altamente prazeiroso tbém, mas entregarmo-nos ao “”ACASO”: isso é SUBLIME.A todo instante, desde q nascemos, enviamos ao Universo nossos pedidos, desejos e aflições.E ele nos responde , ao longo da vida, na forma de deliciosos “IMPREVISTOS”, Não nos contentemos em ser apenas relógio, ou apenas bússola.Sejamos os dois.Porquoi pas!!!
Tania Sciacco
Achei este post maravilhoso! Não só pra nossas viagens, mas pra vida mesmo. Olhar a rua com outros olhos, prestar atenção nas pessoas, nas cenas, nas lojas, nas vitrines, nas roupas, passarinhos, plantas…isto não rouba o tempo como pensamos, nos ensina a enxergar… Não deixar que o imprevisto acabe com nosso dia…
Isto é treino, treino pra quando viajamos, seja correndo, ou com tempo de sobra, tudo pode ser aproveitado, de um jeito ou de outro, a fórmula que funciona é adaptada pra cada um.
Parabéns Dodô, foi delícia passar aqui nesta manhã de sábado!
Beijos
Beth
Lina
Vc esqueceu da lua! rsrsrs
conexaoparis
Beth
Já mandei a lua! Risos.
Marcia Lube
Beth
Esse seu cigarinho da Place St Sulpice já está ficando famoso !
Acho que também vou querer sentar lá com essa turma gostosa e boa companhia !
Beth
Ana Claudia
Eu e Dodô já viajamos para Paris com filha, genrinho e neta, rsrs
Nenhum problema com bússulas nem com horáriios..
Só nos reuníamos para jantar!
Vai em frente que a experiência é marvilhosa…
Um grande abraço
Beth
Lina
Tem coisa mais gostosa do que fumar um cigarrinho num banco de praça em St Sulpice? rsrsr
conexaoparis
Beth
Realmente, a temperatura estava agradável, o ponto perfeito, a Igreja ao lado e os amigos na janela nos esperando.
Ana Cláudia
Agora mesmo estava vendo alguns destinos da próxima viagem, primeira que faremos com os filhos adultos, toda a família, e faremos um roteiro metade bússola, metade relógio. Texto veio no momento certo!
Ludwig
Cof, Cof, Cof… 🙁
Jacqueline
Beth
Essa dimensão é a que não se mede em passos, quilômetros ou outra medida. É do encontro com o sonho, o sentir, mais do que ver, ouvir. É a grandeza da sua história, da visão que o mundo tem dessa cidade, da materialização de algo idealizado, ansiado, desejado. que de repente está ali diante dos olhos, ao alcance das mãos. Isso nada tem a ver com o tamanho de Paris, pois este é bem menor do que o google faz supor. Surpreendentemente pequena para o porte que tem. Talvez isso a faça mais encantadora ainda. Em todo o caso, o google me deixou apta para me orientar, escolher os caminhos, exatamente como um reencontro. Adoro o google. Excelente para sonhar. Viver Paris já é outra coisa.
Vera C M
Paris eh a cidade ideal para o turismo a deriva, que segue a teoria situacionista….Escolha u tipo qq, por exemplo uma senhora idosa , vestida com um casaco vermelho e um cachorro….se encontra-la ao acaso na rua, siga-a e descubra uma Paris que vc jamais iria conhecer pelos guias turisticos tradicionais…vc pode inventar qq outra referencia para seguir….estou hah 20 dias em Paris, com amigas, as vezes, buscando este tipo de turismo.
marcy
Desculpe – Sophia
Como estamos no”Conexão Paris” já troquei o nome.
marcy
Sophie
Seu comentário é mto interessante e até divertido; não é longo.
Abç
Áurea Costa
Gosto do street view para reviver os caminhos trilhados em Paris. E tambem para planejar os proximos, medir distancias, recordar, recordar….
Amélia
Há um ano, me perdia entre os artigos do CP, planejando a minha viagem, hoje me perco nas lembranças de uma viagem inesquecível …. sonhamdo com a proxima chance de ir e me perder em Paris!!!!!
Beth
Jacqueline
Não tem google nem street view que mostre a a verdadeira dimensão de Paris!
Abs.
Beth
Madá
Eu conheço um certo banco de praça em St Sulpice que tornou-se inesquecível!
Local para encontar amigos….
conexaoparis
Beth
E fumar um cigarrinho…
Jacqueline
Margareth Almeida
Sem medo. Eu viajei com uma amiga. Viajantes independentes. E foi tudo perfeito. O importante é planejar, reservar o que for possível, cumprir os horários. E viajar bastante no google, antecipando a chegada no destino. Quando pisar lá, já estará conhecendo os roteiros e sabendo o que escolher.
Jacqueline
Eu faço isso até na minha cidade. Observar detalhes que ainda não tinha observado. Tentar ver alguns recantos com olhos de turista. Perceber que ao meu redor também existe beleza e história. Coloquei de entrada no computador uma foto que tirei da praça por onde passo. Ao fundo, um belo prédio. Parece Paris.
Em outubro, minha primeira viagem a Paris, fiz a viagem perfeita. Tudo certinho em todos os detalhes: shows, passeios, tudo. Na volta, o cáos. Desvio para outro aeroporto, conexão perdida, falta de roupa para troca (Já ia para casa. Joguei tudo na mala), hotel por conta da TAP, retorno pingado e com várias horas de espera nas conexões. Tudo isso, entretanto, agregou-se à recordação da viagem com muita força e passado algum tempo, posso dizer que são lembranças bem mais interessantes do que seriam 14 horas seguidas de viagem sentada dentro de um avião.E ainda vale para saber o que não fazer da próxima e como encarar outra situação semelhante. Na verdade, não vejo a hora de repetir. Até os tropeços.
Valeu.
Madá
Dodô, que pena que não passei aqui antes, eu estava mesmo precisando de um de seus textos. Esse veio bem a calhar, cancelei uma viagem onde faria uma parte bússola e outra parte relógio, rsrs. Assim como vários leitores já mencionaram, também adorei a sua abordagem, que dá espaço para o momento de cada um, e decidir como viver a sua viagem. Eu acabei de viajar a Paris, com seu texto, me vi no tal banco de praça, em St Sulpice, com toda a poesia da sua descrição.
Leila Rechenberg
Perfeito, Lina!
Sou leitora assídua do Conexão! E já aproveitei muitas das tuas dicas nas passagens por Paris! Beijos
A.C.SANCHEZ
Fantástico!!! Dodô
Ser bússola é tudo de bom. Já estamos com saudade da última viagem que terminou duas semanas atrás. Bonieux, gordes, roussilon, lacoste, menèrbes, isle sur le sorgue, tudo sem relógio, curtindo cada momento e cada surpresa no caminho!! Para quem gosta, a feira de domingo em Isle sur le Sorgue é simplesmente imperdível, e a cidade um “presépio”.
Parabéns Dodô por mais um post inspirador.
Abcs a a todos
Maurício Christovão
Enquanto tanta gente fica se achando, Dodô, na sua sabedoria e simplicidade, mostra que o bom às vezes é se perder um pouco…
Mabel
As surpresas do inesperado…
Há exato 1 ano, no dia 02 de maio, flanando em nosso último dia em Paris resolvemos ir ao Jardim de Luxemburgo, ainda que uma garoa pudesse fazer pensar em outra programação. E então o presente do acaso: uma movimentação diferente no parque. Aquele era o dia em que árvores – muitas centenárias – eram reposicionadas pelas alamedas. Laranjeiras em flor, palmeiras,… Depois de uma temporada abrigadas do frio na Orangerie do Jardim, voltavam ao ar livre ! Uma lembrança para sempre … aquele perfume de flor … Quem estiver por Paris hoje, pode presenciar este ritual cumprido anualmente…
Isabel
Muito bom o post e os comentários tb, especialmente o da Sophia. “Sacar o chicote” foi ótima…rs….
Flávia Carioca
Dodô, também gostei muito do seu texto, já passei por isso quando morei em Paris, saltando em estações de metrô diferentes e andando a pé descobrindo os segredinhos escondidos nas ruas longe de roteiros turísticos. Uma delícia.
Mas o que mais gostei no seu texto foi a declaração de que entre a bússola e o relógio quem decide é o coração. Adorei! Sem ditaduras! Tanta gente condenando a viagem pelo “relógio” e você chega dizendo que quem decide é o coração. Poético e verdadeiro. Concordo com você!
beijos.
Eymard
Dodo: a redenção! Belo estímulo.
Sophie: adorei seu relato
Deixemos tempo para o acaso.
Caio
Lina, parabens!!! Simplesmente amei o este post!
Era exatamente o que eu precisava ler… Risos.
Estou me programando (e muito) para minha viagem a Paris, porém, estou deixando de lado alguns detalhes – justamente para dar lugar as surpresas que espero e poder encontrar, rs! Pelo que ouvi e que ja pesquisei Paris é uma das cidades mais indicadas para se perder entre as ruas, e descobrir a verdadeira Paris… É a minha primeira viagem(internacional), estou muito ansioso!
conexaoparis
Caio
Este post foi escrito pelo meu amigo Evandro Barreto.
Tatyana Mabel
Caros,
Minha última viagem foi Viena-Praga-Berlim-Paris em 21dias. Em Paris, foi nossa 3a vez. Quando cheguei em Paris, para passar 7dias, senti um conforto e um alívio imensos, por não precisar passar pelos rituais turísticos, como aconteceu nas demais cidades que visitava pela 1a vez. Fiquei muito feliz com a viagem. Valeu a pena demais cada cidade e, apesar de lindas e com muito a se ver, não desejava passar mais do que 4 dias em cada uma, a não ser em Paris e interior da França,… que ainda pretendo voltar para mais uma temporada com o tempo mais alongado…
Mauricio Christovão
Sou do tempo da astrolábio(vide o sobrenome), mas me adaptei bem ao GPS, faço planos, traço roteiros, mas o mais legal é a gente se perder, conversar com as pessoas, comer um negócio meio suspeito num lugar mais suspeito ainda…Para variar, mais um texto antológico do Dodô!!!
Jane Curiosa
Sophia
Sacando novamente o chicote da bolsa?
Ainda bem que você tomou a decisão de contar. Adorei.
Jane Curiosa
Dodô,ou:vulgo Evandro
???
Sophia
Prezados, desculpem-me… Percebo agora que meu comentário ficou longo demais.
M.Cristina
À algum tempo leio o CP , breve estarei em Paris….anoto as dicas e curto os comentários, mas este post veio à calhar ….muito bom ….sou de planejar…porém fugir um pouco do planejado é sempre bom…incluvise para se deparar com as novidades da vida….. .legal…..gostei….
Francy
Texto como sempre maravilhoso Dodô !Cada um viaja do seu jeito, e a verdade ,é que a medida que o tempo passa e a idade avança vamos descobrindo maneiras diferentes de viajar.Os grandes shows ficaram prá trás , as noitadas também, mas em troca quanta descoberta prazeirosa, no viajar sem pressa , sem destino ,sem imposições! As viagens vão além da distância , e um simples jantar com amigos, num encontro casual em Paris, se transformaram num concerto de um pianista fantástico com direito a repertório exuberante e conversa até quase amanhecer.Viajar é isto :se programar , seguir de repente o inesperado e renovar nossa maneira de viver.Me rendo a este post do início ao fim ,parabéns!
anderson oliveira de freita
viajo amanha pela primeira vez para europa, passarei seis dias na alemanha e quatro em paris, na alemanha tem até uma certa programação mas paris será com a cara e a coragem e sem falar frances, vou sem medo do improviso e que seja o que deus quiser.
Sophia
Com nome “planejamento” e sobrenome “antecipado”, programo até os dias em que não se fará nada.
Em janeiro último, cheguei 40 minutos antes do início do concerto no Théâtre des Champs Elysées tickets para retirar os tickets que foram comprados pela internet antecipadamente. O atendente me informa então que não havia entradas para mim: minha compra havia sido cancelada. Cancelada por quem, se eu mesma os comprei? “Não sei, madame. Olhe aqui, viu? Cancelados”. Ainda há tickets para hoje? “Sim, poucos, madame. Vá rapidamente à bilheteria”.
Chego à bilheteria esbaforida e irritada, pensando na logorréia que eu dirigiria à empresa do cartão de crédito, porque só ela mesma para ter cancelado minha compra. Meu marido tenta me seguir, sem entender direito o que acontece. Um senhor idoso me aborda: “Madame, procura lugares para o concerto de hoje? Minha mulher está muito doente, não poderemos assistir. Gostaria de vender meus ingressos”. Olho para os ingressos, são para hoje, o valor pedido pelos dois ingressos está até arredondado para baixo. Parecem originais. Mostro o ingresso para o bilheteiro que está do lado de dentro da janelinha. São bons? “Sim, madame, parecem bons”. Ajudo o senhor e me ajudo também. Saco o dinheiro do bolso e coloco na mão do senhor. Tempo total da transação: vinte segundos. “Será que dá para me contar o que está acontecendo?”, pergunta meu marido. Explico rapidamente e ele nem reage. Nunca me viu tomar uma decisão precipitada em 10 anos juntos.
“Vamos entrar?”. Resolvo olhar novamente os ingressos para ver por qual porta entrar: Salle Pleyel. SALLE PLEYEL?????? Estávamos no Théâtre des Champs Elysées! Será que caí no golpe do velhinho?
Saquei o chicote da bolsa e comecei o auto-açoitamento. Por que fiz isso? Nunca tomo decisões assim! Cadê o velhote? Ainda por cima está chovendo! Como vou achar um táxi às 7 e meia da noite de quinta-feira com chuva?
Vou me xingando, meu marido atrás de mim, tentando me acalmar. Vamos tomar decisões práticas? Vamos. Conseguimos chegar a tempo na Pleyel? Sim, se formos muito espertos para achar um táxi. Para qual lado vamos? Para lá. Então vamos esperar um táxi do outro lado da avenida.
Ufa! Conseguimos. Monsieur, conseguimos chegar à Salle Pleyel em 15 minutos? “Bof, depende do trânsito, talvez sim”. Leio o ingresso. Há o nome e sobrenome de uma senhora. É parte de uma assinatura de toda a saison. Saco o chicote novamente. Vão me parar na porta da sala, tenho certeza. Pedirão um documento. Perdi o dinheiro dos ingressos e do táxi. Tenho certeza. Por que tomei essa decisão? Por que esse trânsito não anda?
Chegamos. Faltam 5 minutos para o início. Guarde o casaco, rápido. Estendo trêmula o ingresso para a funcionária da sala. “Bom espetáculo, madame!”. Alívio. Alegria. Não acredito que deu certo.
Encontro os lugares. São excelentes. Os dois casais ao lado nos olham com estranheza. Entendo, devem ser amigos do senhor que me vendeu os ingressos. Vocês estão procurando seus amigos?, pergunto. A amiga concorda. Explico que a senhora ficou doente e que o senhor então gentilmente me vendeu os ingressos. “Amigos, amigos: este jovem casal então serão nossos companheiros nesse concerto”. Uma simpatia.
O concerto? Espetacular. Um jovem virtuose, Sergey Khachatryan, nos devolve a fé nas próximas gerações de músicos.
Ainda bem que eu tomei uma decisão tão precipitada.
Vivian Mara Côrtes Camargo
Dodô, como sempre, “viajei” com o seu texto! parabéns!
Zé Clio
Zé Clio
Quando a previsão de tempo programa chuva em um domingo qual o melhor programa para Paris ? Deve ser chuva de 15 mm.
Algo especial aonde ir ?
conexaoparis
Zé Clio
Um museu, um brunch no Café Le Fumoir http://lefumoir.com/wordpress/…
Sueli OVB
Belo texto, sobretudo na conclusão.
A agulha da búsula norteia. A do relógio, muitas vezes, desnorteia.
Cristiane Pereira/ BH
Lindo texto, Dodô! Como sempre, tão acertado e preciso nas palavras que dá pena quando a gente acaba de ler!
Volto a dizer: vc tem de publicar um livro!
Me lembrou a primeira vez em que fui a Paris, há 11 anos, chegando lá num 1º de maio, como hoje. Foi tudo lindo, gostoso, divertido, fascinantes. Grupo de amigos queridos, alguns programas pré-agendados, no último dos 5 dias, passeio a Versalhes… e eu disse “não”, não vou não, quero não… E não fui, porque queria mesmo era “me perder” nas ruas em Paris. E assim fiz, passei o dia andando calmamente, indo e vindo, com algum rumo mas sem obrigações e sempre atenta às novidades, sem receio de me deparar com o imprevisto.
Entre a bússola e o relógio, sei que os dois são impostantes, mas o fundamental é sempre o coração.
Dodô
Atenção, senhores passageiros,
O autor do post agradece a receptividade, declara-se feliz por ajudar no combate ao stress e deseja a todos muitas e boas viagens.
Abraços.
Dodô, vulgo Evandro.
PS – Jane Curiosa, o Alan Shephard não era astronauta, era aqualouco.
Monica Amadeo
surpresas, improviso…nada mais delicioso…meses de programação e uma tempestade de neve muda tudo….sem mala por 10 dias num frio de -20°, trem errado…informação desencontrada…reserva de hotel perdida…saldo de tudo isso: conhecer a Alemanha que não estava na programação, e muita historia divertida pra contar…não mudaria nada…
Cláudia Oiticica
Totalmente de acordo, Dodô!!!
Como tudo na vida, o bom é fazer o que se gosta e da maneira que lhe convém. As percepções sobre a mesma situação são diversas, não é mesmo? Gosto do improviso e das descobertas que vem daí, mas nem sempre tudo são flores, rs. Se bem que, hoje em dia, com a internet e com toda essa informação que se tem, até o improviso, não é mais tão improvisado assim…
.
Lenna (Maria Helena Ranghetti)
Dodô e amigos do CP,
já fui afoita e quis conhecer tudo em três semanas. Fiquei frustrada porque saí dos lugares sem ver muitas coisas importantes. Sou curiosa por natureza:gosto de bisbilhotar, flanar, descobrir… Vi que não vale a pena chegar e sair no anseio de ver mais. Hoje, minhas viagens são estudadas, traçadas e curtidas antes de alçar vôo.Menos lugares e mais detalhes é o que me importa.
Beth
Eduarda
Bem lembrado!
Vc nem imagina o quanto eu e Dodô jogamos conversa fora em viagens…
Um abraço!
Lucas Fialho
Prezada Lina, minha esreia na Europa foi em Paris, em 2009. Sonho de minha mãe e da minha noiva. Sou uma pessoa muito meticulosa, e por isso li centenas de comentários do seu blog, li várias reportagens, comprei vários guias (incluindo o seu primeiro), comprei passagens de tgv antecipadas, enfim, montei um verdadeiro diário de viagem que deveria ser cumprido minuciosamente.
Mas, tenho que confessar: os melhores momentos das viagens surgem do acaso. Seja aquela paisagem que você não esperava ver, seja a surpresa ao sentir o carinho, a educação e o acolhimento dos franceses…tudo que é inesperado é muito gostoso.
Por tudo isso, me arrisco a dar uma dica aos viajantes neonatos: PROGRAME TODA A SUA VIAGEM, DE MODO MINUCIOSO, POIS TALVEZ SEJA UMA DAS ETAPAS MAIS DELICIOSAS DA AVENTURA, PARA QUE VOCÊ TENHA TEMPO PARA CURTIR E SE DELICIAR COM OS SUSPOSTOS IMPREVISTOS.
clau spitz
Amei! Descobri que sou bússola,o que fez todos aqui em casa rirem pois sou daquelas que perde carro em estacionamento.Mas quando o assunto é viagem..aahhh..curto tanto os preparativos quanto a viagem em si.Pesquisar lugares,descobrir “buracos”, me deixar perder. Lembrei da viagem que fizemos em 2011,eu e meu marido apenas,o tema eram os ‘Marchès”(organizo as minhas viagens a partir de um tema gerador.rs),um dia saindo de Lourmarin resolvemos apenas escolher uma direção e seguir…grandes surpresas Apt,L’Isle sur la Sorgue,Gordes,Avignon….sempre reservamos tempo para o inesperado!! Amo!! Estamos agora em novos preparativos,nos organizando para nos perdermos por uns 3 meses pela França,sempre ,é claro, com o CP.
Cássia
Muito bom o post. Sinto saudades de todas as viagens, e sempre volto fazendo planos para próxima! Estou hoje fazendo “escolhas” para minha primeira viagem a Paris no início de junho. Tenho 7 dias em Paris e 6 para conhecer os arredores. Somos um grupo de 06 pessoas. Acho o improviso e as surpresas o tempero da viagem.
Nesta época do ano qual melhor roteiro para os arredores?
Beijos
Jeane
Parabéns pelo post! Acho que o segredo é esse mesmo: ouvir o coração, ouvir o que a vida pede. Fazer o que faz sentido para nós, seja conhecer vários lugares mais superficialmente ou conhecer um pouco mais um lugar só.
Jose filho
Perfeito! As pessoas se cobram e sao cobradas numa viagem. Vá a tal lugar, visite outro tal… Siga sua vontade! Um dia em Londres, ótimo ! Voltar antes de Istambul para pegar um sábado em Paris! Perfeito. Ir a Paris e só conhecer o Louvre na 3a. Vez? Maravilha. Já fiz tudo isso e mais e não me arrependo!
Clara
Que post legal….logo hoje que, estando em Paris, havíamos planejado Giverny por conta do feriado….nos atrapalhamos na compra da passagem de trem, perdemos o das 10:36 e o outro só 12 há, içaria tarde….cheguei a chorar de decepção….mas daí me recompus e disse, então vamos a Momartre….se abre domingo, dve abrir no feriado….dito e feito: dia lindo, sol brilhando, muitas fotos e um almoço maravilhoso !!! Ou seja, náo perdemos o dia, o ganhamos!!!! Ebaaaaaa!!
Beijos
Silvana
Em outras palavras, nada como viajar à deriva.
Áurea Costa
Que maravilha de texto! O bom de uma viagem para mim, comeca no planejamento… Olho tanto o mapa na internet! Refaco os caminhos por onde passei com o bonequinho do street view! Marido nao gosta de viajar e aqui fico eu, viajando no Conexao Paris! Ja viajei so, mas agora, apesar de muita disposicao para caminhar, so com companhia. Lina! Crie um espaco para quem quiser formar um pequeno grupo!
conexaoparis
Áurea
Vamos pensar na sua sugestão.
Ludwig
Ótimo post; certamente ajudará muitas pessoas que estão em dúvida sobre que tipo de viagem fazer, priorizando quantidade ou qualidade (calma, sei que o que é bom/importante para uma pessoa não é necessariamente bom/importante para a outra!!!). Apenas uma questão de escolha. O remédio para afastar a tristeza/angústia que sinto quando estou voltando de uma viagem é planejar logo a próxima. É impressionante como funciona! Um aspecto que se deve levar em consideração é a escolha, quando podemos fazer, é claro, do(s) companheiro(s) de viagem. Escolha pessoas que gostam do que você gosta, pois senão, certamente, entrarão em conflito. Isto já aconteceu comigo e a experiência não foi das melhores, principalmente fora do país. Se você gosta de sair, desbravar coisas novas, dentre outras, procure quem também gosta. No mais, é só curtir a viagem, quer seja “usando” a bússola, quer seja “usando” o relógio, a escolha é sua!!!
Ariane Caminha
Adorei o post Lina, esse ano fomos pela segunda vez e com muito mais improvisos do que da primeira, e conhecemos uma Europa muito mais encantadora do que ano passado, acho que os duas coisas tem seu valor, e depende de cada fase da nossa vida…
Bom feriado…
Jane Curiosa
…ao fim do mundo,ao Himalaia,à casa da avó,à terra natal.
Fazemos escolhas.Ao menos devemos tentar!
Jane Curiosa
Eu,a Raposa e as Uvas
Gagarin deu uma volta completa,no automático,ao redor da Terra.Uma espiadinha de nada,digamos assim.
Depois,Shepard foi tão rápido quanto uma bala,e desfrutou de seus quinze minutos no espaço.
John Glenn,até por conta da experiência alheia,já pode circular TRES VÊZES ao redor do planeta azul.
Nenhum deles ficou por lá “curtindo a cor local”,todos estavam a trabalho e em condições particularíssimas,lembram-se?
Ícones da chamada Corrida Espacial,especiais em suas profissões,homens e mulheres já foram ao espaço sideral em busca de experiências,fazendo jus ao ao espírito aventureiro latente em cada ser humano.Recalcado em alguns,medrosos;exuberantemente mórbidos em outros,mas enfim,um impulso que move a humanidade em busca de sensações e conhecimento.
Somos assim.Gostamos de ir e vir.
Ver.Entender.
Ir e voltar,ou:Voltar,voltar e voltar,e um dia,quem sabe,ir e nunca mais voltar…
conexaoparis
Jane Curiosa
Estamos todos programados para um dia nunca mais voltar…
Eduarda
Dodô,
Eu só acrescentaria muita conversa jogada fora com os nativos. Mas isso faz parte do meu interesse visceral por pessoas…
Belo texto!
ALANA
Uau, Lina!!!!
Amei o texto…. é realmente inspirador. Para mim caiu como bálsamo no coração porque irei para Paris em outubro fazer um curso de francês e meu coração (rs) me diz para conhecer a França e só…. ir a vilarejos, cidadezinhas, enfim, me envolver com um país somente. Mas todos ao meu redor insistem para que eu vá em vários outros países!
Obrigada, Lina, pelo post, ele confirmou o conselho que me dá meu coração!!!
Bjs
carmen mouzer
Vi no seu belo texto muito do que penso (e faço) das minhas viagens.E muitas vezes prefiro até mesmo viajar só para,egoisticamente, viver com mais plenitude os bons momentos e aprender e refletir com os erros.
A propósito,a escritora Martha Medeiros publicou um texto na revista de Domingo de 22 de abril -A capacidade de se encantar-onde ela fala muito bem sobre o mesmo tema.E afinal é isso mesmo.Nossa capacidade de nos encantarmos pode dar um sentido em nossa vidas.Um abraço.
Shirley Rocha
Pra quem gosta de viajar como eu esse post só estimula mais e mais…
Minha última viagem a Europa, 1 mês atrás, a ansiedade e emoção foi tanta, antes, durante e depois, que como atleta q sou não imaginava q iria adquirir uma inflamação no nervo ciático logo dentro do avião devido ao desconforto do Boing, também, não fui de 1ª classe né? isso q dá, kkk.
Quando me vi dentro daqueles museus em Londres, morrendo de dor na perna, eu pensava: não atravessei o oceano pra sentir dores não, e seguia em frente tomando meus remedinhos.
Uma coisa eu farei nas proximas viagens e deixo aqui minha dica, incluir pelo menos 1 dia de descanso no roteiro, coisa q nunca fiz e agora penso que é extremamente necessário… bjs e amo as dicas de viagem!
Luciana Delfino Buranello
Parabéns pelo inspirado e inspirador texto!
Adoro planejar os roteiros de minhas viagens, confesso que sempre querendo ver tudo de uma vez, mas o final do post me fez pensar no que aproveitar de meu próximo destino agora em maio. Obrigada!
Elaine Jardin
Estudo cada viagem com afinco, tenho mil guias, pesquiso na Internet, vou fundo! Realmente a gente deve ceder ao coração. Numa dessas, fui parar em Riga, na Letônia, longe de tudo, apenas para ver a maravilha da arquitetura Art Nouveau abundante por lá ou ainda mudar a data da viagem e dar uma esticadinha de Paris a Provence, apenas para ver as lavandas em flor. Esses prazeres não tem preço!
Ilma Madureira
Lendo este texto maravilhoso fiquei muito feliz em ver que meu “hábito” de nao seguir tudo “tao a risca” tem seu valor também para outros.
Adorei! Vou estar em Paris em setembro agora e mais um motivo para dar ênfase aos meus “passeios e visoes” do que esta tao próximo e mesmo assim nos é despercebido.
Merveille!
Obrigada e bom feriado à todos.
Tatyana Mabel
Eita danado… esses pequenos prazeres descritos só nos são possíveis quando saltamos um pouco do asfalto da realidade e assistimos a tudo como quem sonha. Bom demais quando conseguimos relativizar o relógio, pois o tempo, por vezes, pode nos ser uma prisão.
margarethalmeida
legal,mas sendo a 1ª vez …um medo do desconhecido percorre a espinha e atinge o cerebro…me recomendaram arranjar os endereços das embaixadas brasileiras em PARIS,LISBOA E MADRID ,lugares aos quais iremos em setembro proximo,eu e uma amiga,presente de aposentadoria…que acham?bjss,bom feriado,respondam por email,por favor…ficaremos 6dias em cada local…sos , eu e ela , sem grupo ….
conexaoparis
Margareth
Não tenha medo. Países de língua latina. Tudo vai dar certo.
Se ficar mais segura com endereços, pegue o do consulado do Brasil nestes países. É o Consulado que resolve problemas para os cidadãos.
Beth Lima
Olá Dodô!
Bom dia!
Lendo seu texto fiquei revivendo a preparação de nossa viagem. Deu trabalho mas está na medida do nosso relógio e aberta às novidades.
À partir das dicas do CP (eu sou a leitora, o marido acata!), apronfundei a pesquisa e assim, fizemos uma programação, deixando espaço (tempo) para as novidades, como conhecer várias cidadezinhas bem próximas das principais.
Com um mapa detalhado da região, traçamos um raio de visitação e, dessa forma, fizemos um roteiro paralelo que vai seguir o tempo que for possível sem correrias nem ansiedade por ver tudo.
Espero que desta vez as novidades e surpresas sejam tão felizes quanto na viagem anterior à França.
Tudo pronto, inclusive a mala!
Agora é só esperar até sexta-feira e aqui vamos nós.
Vocês não imaginam como nos ajudaram…Obrigada!
Um grande abraço a você, Beth, Lina e a todos!
Mariana
Neste momento leio esse post em um hotel em Vougeot, na Borgonha. Viemos sem relógio e pela primeira vez me dei o desfrute de não saber que dia é hoje e não anotar nada por 13 dias. Nos perdemos algumas vezes, vacilamos outras, dirigindo por Beaune, mas tudo tem sido motivo pra risos, ate os erros mais idiotas.
Já fiz os dois tipos, acho mesmo que é escolha. Correr ou conhecer, eis a questão.
Mas acho que os dois têm seu valor. E o improviso é mesmo fundamental. Adorei o post.