Por Evandro Barreto do Comensais
Toda viagem internacional de lazer começa com um sonho e se materializa a partir de escolhas subjetivas e circunstâncias objetivas. Se é a primeira vez, há que decidir, entre a bússola e o relógio: visitar o máximo de países e cidades ou ficar mais tempo em menos lugares para conhece-los melhor? Não existe resposta única, logo não existe certo ou errado. Portanto, o melhor é escutar o próprio coração e começar a gozar as delícias de planejar o passeio.
Hoje em dia, existem inúmeras fontes de informação sobre cada palmo do planeta. Blogs, sites, agências de turismo, programas de TV, publicações especializadas, redes sociais e amigos experientes estão aí para ajudá-lo a traçar o roteiro mais compatível com o tempo que você tem, com o dinheiro que está disposto a gastar e com seus principais interesses. Paisagens, eventos, costumes, compras, cultura, gastronomia, aventura, esporte, referências sentimentais… você é quem decide, de preferência sem angústias, porque turismo não é missão, é diversão.
Igualmente importante é ter plena consciência de que até aquilo que eventualmente der errado pode ter um lado bom. Seja para valorizar ainda mais o que vai dar certo, seja para saber o que evitar na viagem seguinte. Sim, porque uma das conquistas da primeira viagem é fazer você voltar para casa pensando na próxima.
Dito isso, divido um aprendizado de quem já gastou vários passaportes. Não importa se você é viajante-bússola ou viajante-relógio. Por mais minucioso que seja o seu roteiro, abra a alma ao improviso. Você programou quinze dias corridos em Budapest e deu vontade de passar um dia em Bucarest? Vá, porque é a vida que está pedindo. E mesmo que você fique o tempo todo num lugar só, dê chances ao acaso.
Pegue o metrô numa estação antes e salte numa estação depois do que está acostumado. Descubra os mistérios que se escondem naquela ruazinha ao lado do seu hotel, por onde você sempre passa sem dar atenção. Pare para ouvir um realejo. Siga o perfume das frutas e perca-se entre as barracas da feira-livre. Sente-se num banco de praça e use bem alguns minutos, olhando para plantas que não conhece, ouvindo pássaros que não gorjeiam como cá, vendo crianças ocupadas em brincadeiras que não são as da sua infância.
Nada disso custa um centavo. E não tem preço.
82 Comentários
Suely
Beth e Dodô
Já prometi pro meu marido que na próxima viagem não vou seguir roteiros…
jorge fortunato
Dodô
Eu estava em Paris na semana passada e vi o texto, mas já era tarde e precisava dormir. e também precisaria de um pouco de tempo para comentar. Nessa viagem que acabo de fazer vivi muitas experiências interessantes justamente pela falta de planejamento. E quando o plano A dava errado, o plano B saía muito melhor. é bom deixar um pouco o acaso nos conduzir, no mínimo teremos uma boa surpresa. Afinal, tudo o que acontece numa viagem é bom ou tem um porquê. E eu vivi isso.
Tania Baião
Dodo: como sempre: BRAVO!
Sophia: adorei a história…
MIRA TORQUATO
Querida Lina, permita-me reforçar a excelente sugestão da nossa Áurea.
Afinal, há muito, nós, pitaqueiros, já deixamos de ser um grupo de meros e eventuais espectadores.Já somos um CLÂ.Qual outro blog reúne seguidores tão fiéis, e que interagem entre si, de forma tão înteligente, respeitosa, e pq não dizer, carinhosa? E você despertou isso em nós, ainda q, estou certa, involuntariamente.Penso q já fazemos parte de uma magnífica e seleta sociedade “não” secreta.Quiçá tenhamos, em breve, até um BRASÂO.O brasão da sociedade CP.Chic, não?
conexaoparis
Mira
Adorei seu comentário. Vamos cuidar desta nossa sociedade “não” secreta. E para o futuro, vamos pensar em formas de interação.
Fabiana - BEE
Valeu Dodô!! Como sempre seus textos são uma delícia de ler…é..e bora pensar na próxima viagem que não pode tardar!!
Lina..sempre com os “parceiros” a altura!
Abs!
MIRA TORQUATO
DODÕ
Permita-me dizer.seu texto merece uma MOLDURA.É mais q uma lição de viagem.É, antes de tudo, uma LIÇÃO DE ,E PARA A VIDA.Claro é q planejar é PRECISO, e como nos disse, altamente prazeiroso tbém, mas entregarmo-nos ao “”ACASO”: isso é SUBLIME.A todo instante, desde q nascemos, enviamos ao Universo nossos pedidos, desejos e aflições.E ele nos responde , ao longo da vida, na forma de deliciosos “IMPREVISTOS”, Não nos contentemos em ser apenas relógio, ou apenas bússola.Sejamos os dois.Porquoi pas!!!
Tania Sciacco
Achei este post maravilhoso! Não só pra nossas viagens, mas pra vida mesmo. Olhar a rua com outros olhos, prestar atenção nas pessoas, nas cenas, nas lojas, nas vitrines, nas roupas, passarinhos, plantas…isto não rouba o tempo como pensamos, nos ensina a enxergar… Não deixar que o imprevisto acabe com nosso dia…
Isto é treino, treino pra quando viajamos, seja correndo, ou com tempo de sobra, tudo pode ser aproveitado, de um jeito ou de outro, a fórmula que funciona é adaptada pra cada um.
Parabéns Dodô, foi delícia passar aqui nesta manhã de sábado!
Beijos
Beth
Lina
Vc esqueceu da lua! rsrsrs
conexaoparis
Beth
Já mandei a lua! Risos.
Marcia Lube
Beth
Esse seu cigarinho da Place St Sulpice já está ficando famoso !
Acho que também vou querer sentar lá com essa turma gostosa e boa companhia !
Beth
Ana Claudia
Eu e Dodô já viajamos para Paris com filha, genrinho e neta, rsrs
Nenhum problema com bússulas nem com horáriios..
Só nos reuníamos para jantar!
Vai em frente que a experiência é marvilhosa…
Um grande abraço
Beth
Lina
Tem coisa mais gostosa do que fumar um cigarrinho num banco de praça em St Sulpice? rsrsr
conexaoparis
Beth
Realmente, a temperatura estava agradável, o ponto perfeito, a Igreja ao lado e os amigos na janela nos esperando.
Ana Cláudia
Agora mesmo estava vendo alguns destinos da próxima viagem, primeira que faremos com os filhos adultos, toda a família, e faremos um roteiro metade bússola, metade relógio. Texto veio no momento certo!
Ludwig
Cof, Cof, Cof… 🙁
Jacqueline
Beth
Essa dimensão é a que não se mede em passos, quilômetros ou outra medida. É do encontro com o sonho, o sentir, mais do que ver, ouvir. É a grandeza da sua história, da visão que o mundo tem dessa cidade, da materialização de algo idealizado, ansiado, desejado. que de repente está ali diante dos olhos, ao alcance das mãos. Isso nada tem a ver com o tamanho de Paris, pois este é bem menor do que o google faz supor. Surpreendentemente pequena para o porte que tem. Talvez isso a faça mais encantadora ainda. Em todo o caso, o google me deixou apta para me orientar, escolher os caminhos, exatamente como um reencontro. Adoro o google. Excelente para sonhar. Viver Paris já é outra coisa.
Vera C M
Paris eh a cidade ideal para o turismo a deriva, que segue a teoria situacionista….Escolha u tipo qq, por exemplo uma senhora idosa , vestida com um casaco vermelho e um cachorro….se encontra-la ao acaso na rua, siga-a e descubra uma Paris que vc jamais iria conhecer pelos guias turisticos tradicionais…vc pode inventar qq outra referencia para seguir….estou hah 20 dias em Paris, com amigas, as vezes, buscando este tipo de turismo.
marcy
Desculpe – Sophia
Como estamos no”Conexão Paris” já troquei o nome.
marcy
Sophie
Seu comentário é mto interessante e até divertido; não é longo.
Abç
Áurea Costa
Gosto do street view para reviver os caminhos trilhados em Paris. E tambem para planejar os proximos, medir distancias, recordar, recordar….
Amélia
Há um ano, me perdia entre os artigos do CP, planejando a minha viagem, hoje me perco nas lembranças de uma viagem inesquecível …. sonhamdo com a proxima chance de ir e me perder em Paris!!!!!
Beth
Jacqueline
Não tem google nem street view que mostre a a verdadeira dimensão de Paris!
Abs.
Beth
Madá
Eu conheço um certo banco de praça em St Sulpice que tornou-se inesquecível!
Local para encontar amigos….
conexaoparis
Beth
E fumar um cigarrinho…
Jacqueline
Margareth Almeida
Sem medo. Eu viajei com uma amiga. Viajantes independentes. E foi tudo perfeito. O importante é planejar, reservar o que for possível, cumprir os horários. E viajar bastante no google, antecipando a chegada no destino. Quando pisar lá, já estará conhecendo os roteiros e sabendo o que escolher.
Jacqueline
Eu faço isso até na minha cidade. Observar detalhes que ainda não tinha observado. Tentar ver alguns recantos com olhos de turista. Perceber que ao meu redor também existe beleza e história. Coloquei de entrada no computador uma foto que tirei da praça por onde passo. Ao fundo, um belo prédio. Parece Paris.
Em outubro, minha primeira viagem a Paris, fiz a viagem perfeita. Tudo certinho em todos os detalhes: shows, passeios, tudo. Na volta, o cáos. Desvio para outro aeroporto, conexão perdida, falta de roupa para troca (Já ia para casa. Joguei tudo na mala), hotel por conta da TAP, retorno pingado e com várias horas de espera nas conexões. Tudo isso, entretanto, agregou-se à recordação da viagem com muita força e passado algum tempo, posso dizer que são lembranças bem mais interessantes do que seriam 14 horas seguidas de viagem sentada dentro de um avião.E ainda vale para saber o que não fazer da próxima e como encarar outra situação semelhante. Na verdade, não vejo a hora de repetir. Até os tropeços.
Valeu.