A Europa está criando um novo sistema de cálculo e cada país deverá incluir no PIB setores que até agora não foram contabilizados. Entre eles o trabalho doméstico, a indústria da prostituição e o comércio da droga. O novo sistema deseja ser o reflexo da economia real e suas mutações.
Este ano os ingleses apresentaram, pela primeira vez, resultados econômicos reconhecendo a contribuição da prostituição e do consumo de drogas para o PIB inglês. A indústria do sexo tarifado contribuiu com 6.5 bilhões de euros e o comércio de drogas, que engloba a produção e venda de crack, cocaína, heroína, maconha, Ecstasy e anfetaminas, com 5.4 bilhões. Juntos estas duas atividades representam 0,5% da riqueza produzida no país.
Pigalle, uma das regiões de prostituição em Paris. Foto de Ben Shooks, no Flickr
A ONS analisou o trabalho das 60.879 prostitutas inglesas: cada uma delas recebeu em média 25 clientes por semana à uma tarifa média de 82 euros. A este valor foram acrescentadas as despesas de aluguel, de roupas de trabalho e preservativos.
Assim o Reino Unido entra para o grupo dos países que contabilizam a prostituição ao lado da Estônia, Áustria, Eslovênia, Finlândia, Suécia, Noruega.
A França não faz parte – ainda – deste grupo. Imagino que seja difícil para os franceses classificarem certas atividades como banais indústrias que contribuem para o Produto Interno Bruto. A ministra francesa dos direitos das mulheres disse recentemente que a prostituição não é uma atividade comercial livremente consentida. Acreditar que ela possa ser é uma posição ideológica ofende milhares de vítimas da exploração sexual. Sendo assim, a França não aceita as novas exigências européias.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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4 Comentários
Jacqueline
A França conservadora e tem imagem de libertina.
Mundo estranho.
Geraldo Jr.
acompanho o Conexão Paris há muito
tempo, é o melhor portal dessa categoria.
Parabéns!
Maurício Christovão
Pela tarifa apresentada, daria mais de 8.000 euros (brutos)por mês…