A atribuição do prêmio Nobel ao francês Patrick Modiano é uma boa notícia para aqueles que gostam da literatura francesa.
Pela décima quinta vez um francês recebe o Nobel de literatura tornando a França a nação mais representada. Se a língua francesa é a mais representada, ela não a dominante pois este título cabe à língua inglesa com as obras de autores britânicos, americanos, canadenses, australianos, irlandeses.
Mas quem é Modiano, este autor desconhecido do mundo intelectual anglo-saxônico. Este escritor que teve somente três livros traduzidos em inglês, por uma pequena editora universitária americana. Este escritor escolhido pela maneira como ele transformou sua memória em literatura.
Este grande escritor francês nasceu em 1945. Seu pai era judeu de origem italiana e sua mãe uma atriz belga. Ele cresceu com os avós. A mãe o abandonou para seguir sua carreira e o pai nunca ligou para o filho. Este último era uma figura estranha, um marginal vivendo de tráficos diversos. Modiano o via raramente, somente em encontros rápidos, um pai apressado, distraído. Aos 17 anos ele decide nunca mais vê-lo.
Modiano, criança e jovem, andava solto pelas ruas de Paris e toda sua obra reflete esta experiência. Mais tarde, ele viveu em internatos e em pensões e sua adolescência foi tumultuada. Ele escapou à comportamentos semelhantes ao do pai graças à Raymont Queneau e à literatura. Os dois, o colocaram na caminho da escritura, da sublimação e do sucesso.
Seus livros descrevem as cidades por onde andou, os cafés de Paris, seus encontros e desencontros. Relata pequenos traficantes – inspirados no pai – fala de crianças abandonadas, de adolescentes perdidas e descreve as consequências da guerra. Seus personagens possuem sempre uma correspondência com fatos vividos. Eles são todos ao mesmo tempo fictícios e reais.
Modiano é um grande escritor que soube transformar sua vida em obra imaginária.
Não li todos os seus livros, pelo contrário. Conheço a sua obra mais famosa, Rue Des Boutiques Obscures, publicada em 1978. Trata-se da história de Guy Roland, detetive amnésio e à quem uma falsa identidade foi atribuída. O livro relata a procura de Roland da sua própria identidade.
Li Dora Bruder, publicado em 1997. A partir de um anúncio publicado no jornal em 1941 sobre a fuga de uma adolescente, anos mais tarde, o narrador tenta encontrar esta jovem judia.
Seu estilo é sóbrio, simples. Modiano é um escritor acessível e apreciado tanto pelo público como pelos meios literários. Fato raro.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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9 Comentários
maryse schouella
Mr. Patrick Modiano: Mes félicitations pour votre livre et surtout d´avoir reçu le Prix Nobel bien merité, J´ai été très émue et j´aimerai me communiquer avec vous étant moi aussi de nationalité française et juive.
Mon histoire pourrait`peut-être vous intéresser, car je suis née au Moyen-Orient à Alexandrie.
J´ai vécue à Paris pendant qq. années et je vis au Brésil depuis plus de 53 ans. Je suis divorçée, veuve et mère d´une fille qui est handicapée mentale et qui vit dans une institution.
Merci pour votre réponse et mes félicitations de nouveau:
Maryse Schouella, 15-12-2014 16h07 pm [email protected]
ricardo s
É um ótimo autor. Gosto muito também de Georges Bernanos.
soraia costa
Bonjour,..bastante interessante e felicitations para monsieur Modiano e Paris-França,..rsrsrsrsrs,..bjs 1000,…
Adriana
Adorei o texto sobre o Modiano. Fiquei com muita vontade de ler suas obras. Como eu gostaria ue o Brasil ganhasse um Nobel de Literatura. O pernambucano Joao Cabral de Melo Neto chegou perto.
Leonília
Bom dia , Lina e Rodrigo .
Desculpe , nada a ver com o assunto , mas tenho uma pergunta para vocês.
Meu marido tem o hábito de tomar cafezinho várias x por dia e sempre reclama do de Paris.
Sabem indicar algum local que tenha café parecido com o brasileiro ( de coador ,não o expresso ) ?
Obrigada
Rodrigo Lavalle
Leonília, não conheço nenhum local que tenha café coado. Peça o “allongé” que é um expresso com mais água.
Abraços.
jorge fortunato
Só li um livro de Patrick Modiano, “Villa Triste” e iniciei “La place de l’étoile”…jamais terminei.
Meu contato com a obra do autor foi no período que cursava o Nancy na Aliança Francesa. Foi lendo “Villa Triste” que nasceu o desejo de conhecer Annecy. Na semana passada quando ouvi que Modiano havia ganho o prêmio tive várias recordações e fiquei feliz pelo autor.
Luciana Rodrigues - Turismo em Roma
Uma vida interessante. Anotarei para ler no futuro.
Waldilia Neiva de M S Cordeiro
Parabéns,Patrick Modiano!Sucesso!Aguardo novas obras par aumentar o meu encantamento!Adoro Leitura,Literatura,Paris e viajar.Imagine tudo junto numa obra!