Por Roberto Halfin
O filme de Woody Allen mostra uma nova Paris. Ou melhor, uma velha Paris. Tanto faz.
A principal colaboração do filme foi revelar que Paris tem que ser uma experiência egoísta. Ela deve ser tratada de forma íntima, estejamos sozinhos ou não. Sempre que amigos me perguntam dicas da cidade tenho uma resposta pronta e genuinamente sincera: encontre a SUA Paris.
Dar dicas sobre esta cidade é um risco. Porque, de certa forma, nos expomos. Mostramos quem somos e contamos nossos segredos. Conhecer Paris equivale a ter a consciência que jamais iremos conhecê-la de verdade. Mas, com certeza, iremos nos conhecer melhor.
Ou seja, curiosidades turísticas a parte, Paris é uma cidade que deve ter a função de nos fazer perder, para podermos encontrar nossos sonhos mais escondidos. E alimentar nossas fantasias.
E fontes não faltam: Hemingway, Woody Allen, Sergio Augusto, Reali Jr, Milton Blay, Rodin, Códigos da Vinci e todas as referências sobre a cidade que já recebeu de amigos e palpiteiros. Lembre-se de todas as dicas, mas na hora da viagem, esqueça todas. As lembranças virão quando forem necessárias. Ouse. E lembre que sua viagem já começa na ansiedade que sentirá no período que a antecede.
Tive muita sorte. Fui a Paris, pela primeira vez, com apenas sete anos. Confesso que curti mais a viagem de avião que a cidade propriamente dita. Mas aprendi a valorizar memórias. O primeiro lugar que almocei foi muito simples: chamava-se Berri Bar e ficava em frente ao Hotel California, na Rue de Berri. Não me lembro do paladar, mas lembro com muita saudade da experiência. Íamos sempre, também, comer crepes na Rue Washington, no L’Ecuries.
Até hoje vou lá, eventualmente. A crepe é uma delícia e o serviço continua péssimo. E, até por isso mesmo, excelente. Porque o que está em jogo não é só o serviço, mas a nossa memória afetiva de que ele foi péssimo. Voltamos no tempo e sorrimos.
Depois, visitei Paris diversas vezes, como profissional de comércio exterior. Foram visitas mais formais e, ainda assim, também extremamente pessoais.
Ao chegar em Paris percebo que já estou na cidade só pelo astral, pelo clima e pelo cheiro. Ou seja, pela imagem que criei. Esta integração total demanda tempo e disponibilidade. Como todas as paixões.
Paris nos ensina a conquistar e nos ensina a amar. É uma cidade simples que sabe ser sofisticada.
Mas demanda coragem de montar o seu roteiro e, depois, dividir no Conexão Paris não apenas os endereços mas suas emoções…
Contar viagens é chato. Dividir emoções, cativa. Busque uma história para cada uma de suas fotos e seus amigos viajarão com você, mesmo muitos anos depois.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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39 Comentários
Barbara Oliveira
Mais um texto brilhante querido amigo. De fato Paris é um lugar muito especial e que com certeza ficará para sempre guardada na minha memória. Principalmente pelo fato de ter tido o privilégio de conhecê-la ao seu lado!!!!
Marta Saes
Ótimo texto!! Identificação total!! O melhor lugar para se estar!!
Paris, sempre Paris<3
Nádia Cruz
Querido Roberto,
Amo Paris, onde estive algumas vezes…
É minha cidade símbolo, onde me sinto livre, com vigor extra e adoro me perder em sua geografia…
Acho que sempre teremos PARIS, e um sonho para realizar: viver uma temporada por lá…
Ótimo texto, como sempre !
Beijos
Nádia
nair
Quem tem o privilegio de passear por Paris, pelo menos uma vez ao ano, concorda plenamente com o texto, viver cada canto, conhecer cada detalhe e rever sempre, comparando, redescobrindo, o prazer é indescritivel, por isso quando nos perguntam: De novo Paris? Respondo: SEMPRE PARIS
Célia Silva Miguel
Amo a França e adoro Paris. Fiz parte desse comércio com a França, morei em Paris e trabalhei, interinamente na ONUDI, foi maravilhosa a experiência e assim fiquei adorando Paris. Parabéns pelo texto!!
jorge fortunato
Tenho ido à Paris uma vez por ano, desde a primeira vez que fui em 2002. Lá pela terceira ou quarta vez, um amigo disse: “de novo, Paris! Você não cansa?” E a resposta foi “sempre há algo novo para descobrir”. E tenho feito muitas descobertas…
Marilda Costa
Uma vida apenas não é suficiente para conhecer Paris. Mas eu me esforço! Mais do que os grandes boulevares, as ruas pequenas e estreitas, os jardins escondidos, as lojinhas e bistrôs de bairro, os museus menos badalados… Cada viagem é uma nova descoberta dessa cidade encantadora!
Clarice
Vou à Paris, pela primeira vez em Outubro com marido e tres filhas, viver um projeto de muitos anos atras , quando queria juntar a familia numa viagem…pensava simplesmente em ir para uma pousada, num fim de semana, numa praia aqui mesmo no litoral paulista, mas as idéias foram surgindo e várias possibilidades me foram colocadas : Orlando, Miami, Cancun, Nova York…mas quando falaram em Europa, foi Paris a primeira cidade que me encantou de fato e desde então tenho lido tudo o que a CP tem postado,mas a reportagem de hoje retratou o que está nas minhas expectativas…serà ???então , voilá, vamos descobrir e vivenciar…acho que é isso que valerá a pena …
Reco
Adoro seus textos! que bom te ver por aqui. bjs
Elisa
Adorei seu texto, Roberto Halfin, pois coincide com o meu sentimento. PARIS são muitas; cada um tem a sua. O que é (quase) unanimidade é a fissura do retorno à cidade-caleidoscópio, onde as surpresas e as descobertas ocorrem a cada volta, a cada olhar.