Não perca a exposição L’Ange du Bizarre – Le Romantisme Noir de Goya à Max Ernst – no Museu Orsay.
O título – L’Ange du Bizarre – foi inspirado de um conto fantástico de Poe e com esta exposição o Museu Orsay propõe uma síntese das expressões do romantismo noir (negro) nas artes visuais do século XVIII ao século XX.
Se ainda hoje o cinema e a literatura se inspiram do “dark fantasy” com seus vampiros, castelos, feiticeiras e espectros, a exposição nos mostra que a origem desta corrente da arte ocidental se encontra no Século das Luzes.
O romantismo noir se alimentou das inquietudes dos tempos de crise: começou na revolução francesa, continuou com o simbolismo do final do século XIX e foi reativado durante a primeira guerra mundial. Em todos estes momentos o romantismo noir foi uma fuga em direção ao mundo sombrio e irracional. E ao mesmo tempo um espaço de liberdade, de medo e de prazer.
O romantismo noir se alimentou também da Divina Comédia de Dante. As cenas do inferno descritas por Dante foram uma mina para as obras picturais. Aí vemos o canibalismo, o infanticídio e o sofrimento.
Aliás, o canibalismo é o tema oculto do famoso quadro Radeau de La Méduse de Géricault.
E Delacroix se inspira na Divina Comédia para pintar a Barque de Dante.
Foto: Bouguereau – Dante e Virgile no Inferno
Goya e Géricault nos mostraram as atrocidades e absurdos da guerra e naufrágios. Füssli, Bouguereau e Delacroix pintaram os corpos e espectros de Dante, Shakespeare e Goethe.
Um dos quadros mais marcantes é o Le Cauchemar de Johann Heinrich Füssli emprestado pelo Le Detroit Institut of Arts. O museu americano, no início reticente, liberou a obra quando o Orsay propôs uma troca: La Chambre de Van Gogh contra o Le Cauchemar.
L’Ange du Bizarre -Le Romantismo Noir de Goya à Max Ernst: de 5 de março até 9 de junho 2013.
Museu Orsay, aberto das 9.30h até às 18h nas terças, quartas, sextas, sábados e domingos. Nas quintas aberto até 21.45h. Fechado todas as segundas e dias 1 de janeiro, 1 de maio e 25 de dezembro.
Ingressos e visita guiada
Para evitar filas compre com antecedência seu ingresso para o Museu Orsay, há uma entrada prioritária para quem já tem o ingresso (clique aqui).
Se você quiser fazer uma visita guiada ao Orsay com a guia-conferencista brasileira Zilda Figueiredo clique aqui para mais informações.
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13 Comentários
Regina Vasconcelos
Já agendada!
HUGO CARVALHO
Olá Lina,
Sabe até quando vai essa exposição no D’Orsay?
OBS: Concordo com todos os pitacos acima, menos o que achou o tema “bizarro”.
marcello brito
muito rapidamente, o que essas pinturas do romantismo tardio nos trazem é uma nova tipologia do sentimento estetico tão identificada com o nascimento da era moderna personalizada em figuras ímpares do fim do século, como Poe, Baudelaire e Wilde: o sublime.
jorge fortunato
Ah…quando leio esses posts, sofro. Como queria estar aí. Que exposição! Quem estiver passeando por Paris no período não deve perder. Até porque, como pontuou Eymard, é interessante ver um tema abordado por artistas de épocas diferentes. Enfim, imperdível.
eymard
Essas mostras são muito interessantes por colocarem no mesmo ambiente artistas as vezes de épocas diferentes, mas que tem uma mesma inspiração. Estou com Jane, a vitoriosa, digo, curiosa. Belas palavras.
Jane Curiosa
Não é bizarro.É simbólico.
Se observarmos bem,todas essas obras representam profundos e reprimidos desejos humanos.Vejam aí, os pesadelos;o desejo sexual reprimido;o medo do abandono e ainda o medo da própria fragilidade e força humana.Do corpo e da alma.Observe e pense.
O artista é como uma espécie de chave que abre portas de passagens secretas para o inconsciente do homem.
Jane Curiosa
Post extremamente inspirador!
Assunto para horas e horas de discussão.
Julio
Bizarro demais!
Nick
Essa exposição com um tema um tanto incomum, é sem dúvida uma ótima oportunidade para ir ao Museé d´Orsay. Aliás, acho esse museu um dois mais bacanas de Paris !!!