Evandro Barreto
Pelo que contam os passaportes, somos todos brasileiros. Mas, à menor provocação das circunstâncias, logo nos revelamos riograndenses do norte ou do sul, mineiros ou pantaneiros, baianos ou acreanos, nativos do Jardim Paulista ou do Jardim de Alá. Com nossos valores e nossas frescuras, atravessamos o mundo sem perder de vista a esquina de casa.
No entanto, quando estamos em Paris esquecemos que sábado é dia de feijoada no “Bolinha” enquanto derrotamos um cassoulet na “Fontaine de Mars”. Do alto da torre, vemos o sol se por sem suspirarmos pelos crepúsculos do Guaíba ou de Iracema. Manhã de verão e não estou no Leblon? Pas grave. O verão de lá dura o ano inteiro e hoje tem Beethoven na Salle Pleyel. O casal de Bel’zonte, presença constante no Inhotim, chega a uma conclusão, enquanto percorre o Parc Monceau: “Esta é outra cidade sem mar que nos agrada muito”.
Nova Iorque nos sacode, Londres nos impõe respeito, Roma nos emociona, mas Paris nos completa a todos. Italianos como Yves Montand, holandeses como Van Gogh, espanhóis como Picasso, suíços como Godard, americanos como Hemingway, brasileiros como Santos Dumont só ficaram prontos quando chegaram aqui.
Você, não sei, mas quando volto ao Brasil revejo a última viagem como uma criança gira um caleidoscópio. Fragmentos coloridos das sucessivas temporadas vão-se justapondo e combinando de modo aleatório para formar imagens inéditas, em que o totalmente novo realimenta o conhecido, preenchendo espaços, abrindo rotas, prenunciando iluminações e desafios num quebra-cabeças sem fim. Paris tem sempre a resposta e nada me faltará.
Evandro Barreto é um apaixonado por Paris. E apaixonado também pelas boas mesas. Dessas duas paixões, nasceu o livro Na Mesa Cabe o Mundo que você compra clicando aqui.
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69 Comentários
Vinícius
Incrível, foi a mesma sensação que tive quando voltei para o BR. Não vejo a hora de ir de novo.
Angélica B. Lopes
Lindo texto, obrigada!
Tania Baiao
Dodô:
seus textos são como a nossa Paris: comovente, emocionante, apaixonante, vibrante, viciante…..
E assim com quando voltamos de lá, esperamos sempre a próxima viagem!
Beth Lima
Dodô
Reli seu texto e relembrei minha segunda viagem à França há três meses atrás. Apesar das saudades do Brasil, procurei me desligar e mergulhei nas sensações que esse país do coração pode me proporcionar. Indescritível! Ficou tudo gravado na alma.
Estava tão impregnada do dia-dia, sentindo-me parte tão integrante de tudo que ao retornar, passei mais de uma semana sonhando que ainda estava lá. Que delícia!Inesquecível!
Meu caleidoscópio está sendo ampliado! Já estou preparando a volta para breve.
Um grande abraço.
Nilza Freire
Dodo, obrigada por mais uma bela crônica como só você sabe fazer, magnifica! Você eh nosso porta-voz tácito, já foi eleito há muito tempo! Há muita verdade e sentimento nas suas palavras, e elas ecoam profundamente em nossos corações, obrigada!
soraia costa
Evandro, aimé, aimé, adoré, Paris ….. et je suis d’accord avec tout ce que vous avez dit, les baisers ….. 1000, …
Cláudia Oiticica
“Mas Paris nos completa a todos”. Disse tudo !! E com o talento característico de sempre. Abraços!!