Françoise Hardy
A Loulou me enviou dois artigos publicados em site brasileiro sobre as diferenças culturais do envelhecimento.
Vou desenvolver algumas considerações à partir do que vejo.
Os dois artigos citados comparam as brasileiras e as francesas, as francesas e as americanas. As americanas não conheco, mas sou brasileira e moro desde 1983 em Paris.
Em torno de mim, na França, apenas algumas mulheres demonstram a mesma preocupação das brasileiras em apagar ou atenuar os sinais do tempo que passa. No Brasil, apenas algumas brasileiras são tranquilas como as francesas diante de rugas e tudo mais.
Sem nenhuma dúvida é mais fácil acumular rugas em um país onde a maioria aceita o envelhecimento. Mulheres e homens após os 50, 60, 70 anos continuam vivos e inteiros. Nenhuma abdicação, muito pelo contrário. Com os filhos grandes, reapropriam uma liberdade que não tinham mais e reorganizam a vida com prazer.
Eles se preocupam com o controle do peso, conhecem academias de pilates, escolas de natação e as 100 abdominias diárias. Mas poucos são os que ultrapassam estes limites.
E os cabelos brancos são vistos como uma postura elegante e chic.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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78 Comentários
Madá
Bacana essa discussão, Lina e Loulou.
Tambem sou contra a ditadura da eterna juventude. Porém, concordo com a Helena que algumas suavizações amenizam a força da gravidade, e qdo dá certo, fica bem natural. Eu acho que não farei uso desses recursos, mas gostei do efeito em várias amigas e tias. Tento usar doses de Paris para o rejuvenecimento geral.
Eymard, talvez a nossa maturidade nos leve a essa tranquilidade, mas como bem disse o Marcello, a nossa luminosidade constante e os braços e pernas à mostra (sem meia escura!) nos lembram com mais frequencia do peso da idade. Na França, em geral, até as casas são menos iluminadas que no Brasil.
Acho que em Paris as mulheres usam muito esse efeito da franja que cobre a testa e os pés de galinha dos olhos, como na foto da Françoise. Soube que esse cabelo todo branco também requer uma coloração, pois em geral os cabelos ficam grisalhos e não tem o mesmo charme. Enfim, costumo ver salões em Paris cheios de mulheres de 40, 50 e 60 pintando os cabelos. Acho que, mesmo em Paris, o branco ainda é uma exceção para aquelas que já têm, naturalmente, os cabelos muito bonitos.
Uma vez li uma matéria que dizia que na nobresa inglesa as mulheres não pintam o cabelo e que essa prática é (era?) considerada vulgar pela família real…
Nilda
Beth
Obrigada pelo incentivo…..apesar de ainda não ter perdido as esperanças em encontrar um “veinho”prá terminar os dias. Agora com os filhos já crescidos e encaminhados na vida, preciso pensar mais em mim. Depois do último censo fiquei preocupada com o percentual de mulheres bem maior que de homens, não estou a procura, mas se aparecer um cobertor de orelha….rsrs
Beth
Nilda
Dá para casar depois dos 40 anos sim!
Conheço quatro casos de “moças” de mais de 50 anos que casaram muito bem e com homens da mesma idade…
E nenhuma delas estava plastificada como bonecas, risos.
São mulheres normais, inteligentes e bem cuidadas…
Abs.
ILMA
Nao tenho nada a acrescentar depois de comentários tão sábios. Talvez seja por causa disto, também, que me identifico com a Europa – a França me encantou. Cada idade tem seu encanto (como já foi dito) mas tem muita gente “neurótica” com o espelho. Que horror!!!!! E ficam todos muito parecidos – quase irmãos/irmãs – rsrsrsr
Beth
Saber envelhecer é uma arte que deve ser praticada ao longo da vida.
Fisica e intelectualmente!
É só olhar a foto da Francoise Hardy que ilustra esse post para entender.
Ela já passou dos 65 e continua uma belíssima mulher…
A natureza é sábia, cabelos brancos “iluminam” o rosto.
LuciaC
Lina,
…tous les garçons et les filles de mon age savent bien ce que c’est d’être heureux….
Linda a foto de Françoise Hardy!
Haja resiliência!
Viver é realmente muito perigoso, se você não envelhecer, morreu!
Sueli OVB
Acho que estamos deixando de considerar, além do clima (como o Marcello Brito citou), do tipo de alimentação, dos hábitos e costumes, a genética. Não são só as mulheres francesas que são diferentes de nós, os homens também são.
O francês, homem ou mulher, tem uma pele invejável, sem rugas e de um brilho sem igual.
A boa forma deles também é algo meio inexplicável, tomando-se em conta a quantidade de manteiga e outras gorduras animais que eles consomem. Sem contar o pão, consumido a não mais poder.
Essa não é uma questão superficial e simples de se entender, há muita coisa envolvida.
Em nosso país as mulheres são extremamente julgadas pelo seu invólucro e muitas exageram na busca da juventude.
Concordo que beleza se faz de dentro para fora e que nem sempre ela é visível aos olhos.
Eliana Barbosa
Nilda,
Faria a mesma pergunta ao Luciano…rs!!!
Lenna
Sinceramente, prefiro a maneira de pensar dos europeus. Françoise Hardy está linda. Nossa preocupação maior deveria ser a de cultivar a mente com boas amizades, boas leituras,boa música, boas viagens, etc…. E o corpo, com dietas saudáveis e exercícios físicos adequados (só não gosto dos cabelos brancos). Aqui no Brasil há mulheres tão exageradas na necessidade de rejuvenescer, que ficam ridículas. Há uma apresentadora de tv que já está completamente modificada, já não é mais a original. Outras citadas nas reportagens, na ânsia da juventude, estão sem mexer um músculo do rostoou com a boca do Pato Donald de tanto preechimento. E mais, com namorados, que quando não tem idade para ser seus filhos, parecem seus netos. Acho que mais naturalidade e aceitação dos anos faz parte da sabedoria do ser humano!!! Mas, parece que a futilidade é a tônica…
Paulo Chaves
– Algum tempo atras, quando perguntado sobre isso, Carlos Drummond de Andrade disse o seguinte:
Eu acho que ninguém está preparado para envelhecer. É uma coisa que a vida se encarrega de nos trazer, sem que nós tenhamos pedido, nós não influímos nesse assunto, a mocidade não espera a velhice, não receia a velhice, e ninguém está preparado para envelhecer, ela vem como uma fatalidade biológica