Por Penélope do blog Sob o Céu de Paris
Especialmente nas décadas de 60 e 70, quando estava mais na moda no nosso país, a música francesa influenciou muito as trilhas da publicidade brasileira. Tenho notado, no entanto, que nos últimos três anos, esta influência voltou com força total e as músicas com um toque francês tem aparecido com mais frequência nas nossas propagandas. Posto abaixo alguns exemplos deste fenômeno.
Propaganda do Nokia Lumia (dica da leitora Larissa Pompeu).
Tintas Coral.
Universidade Fumec.
Picadilly: a marca parece adorar músicas francesas, porque lançou também esta outra propaganda no ano seguinte.
Azaléia.
Além destas propagandas que encomendam o que eu chamo de “músicas francesas do Paraguai” (compostas por produtoras de áudio brasileiras) para ilustrar seus comerciais, tem também as grandes marcas internacionais que tem dinheiro para bancar os direitos autorais de músicas reais e pagar por trilhas de grandes artistas franceses, como os exemplos abaixo:
Oi TV (com For me, Formidable, de Charles Aznavour e interpretada por cantor não identificado).
Stella Artois (com a música Ne Me Laisse Pas L’aimer, cantada por Brigitte Bardot).
Macbook Air (propaganda de lançamento mundial, com a canção New Soul, da franco-isrealense Yael Naim).
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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27 Comentários
Marcos
Dodô,
genial o comercial com o David Niven! Particularmente o seguinte trecho:
– Do you know me?
– Oh, never mind…
– I’ll show you my “Passport”!
Tania Baiao
Dodô: preciso urgente encontrar o meu outro eu. Aquele que ganha!!! Anda sumido e não quer mais me financiar…
Adorei a explicação!!!!
Elci Júnior
Que lindos todos, todos… Mas o que mais gostei foi o do vestibular da FUMEC… Que música linda!!!! Sabem quem canta??? Un gros bisou à tous…
eymard
Achei divertido. Mais ainda o “disfarce” que somente agora voce descobriu. Sim. Dodo é Evandro. E morri de rir com a explicaçao do proprio (um ganha, outro gasta).
Penélope
Vaninha, não se ofenda. Como eu já disse para o Dodô, eu trabalho com publicidade, e uma das características de publicitários é justamente fazer piada com a própria classe.
Eu sei muito bem como é trabalhar com verbas menores que não podem pagar por direitos autorais de músicas.
E concordo que os franceses também imitam a gente!
Penélope
Dodô, e eu achando que você tinha sumido das minhas postagens, quando na verdade você só estava disfarçado com outro nome!
Vaninha
Achei deselegante falar assim:”“músicas francesas do Paraguai” (compostas por produtoras de áudio brasileiras) para ilustrar seus comerciais,”.Muitas vezes as verbas são menores e não há como bancar os direitos autorais.E se hoje utilizamos desses artifícios,os franceses já usam bastante o nosso estilo bossa nova em tudo que é musiquinha!Sorry o desabafo,mas sou justa.
Evandro Barreto
Penélope,
A ESPM tem um grande acervo de peças publicitárias brasileiras, acumulado ao longo de muitos anos. Sugiro você visitar o site.
Com relação a criações minhas, nunca pesquisei no
Youtube, mas Betty, La Blonde, outro dia descobriu lá um comercial histórico (ou será jurássico?) que escrevi e dirigi na Inglaterra. Se você tiver interesse, digite “comercial whisky Passport com David Niven”.
Sah-wood-dee!
PS – Evandro Barreto e Dodô são a mesma pessoa com atribuições diferentes: um ganha, o outro gasta.
Lina
Evandro Dodô
E nós do Conexão Paris gostamos dos dois.
Penélope
Dodô, que bom ver um comentário seu! Também sou publicitária, por isto estou sempre ligada nas músicas de propaganda.
Nos meus trabalhos, no entanto (que certamente tem orçamentos muito menores do que os Philip Morris já tiveram nos tempos áureos), o que observo mais é a tendência a enviar a tal da referência para os estúdios de áudio fazerem coisas na mesma linha.
Você tem mais exemplos pra mandar? Talvez links de Youtube? Adoro ver propaganda antiga!
P.S.: Dodô e Evandro Barreto são duas pessoas diferentes, certo?
Evandro Barreto
Penélope,
Como publicitário, usei por diversas vezes músicas francesas em comerciais de TV e cinema, sempre com direitos devidamente pagos. A negociação que me deu mais trabalho foi “Comme d’habitude'”, que no Brasil se popularizou na versão em inglês, sob o título de “My way”, em magnífica intepretação de Frank Sinatra. Comprei de Eddie Barclay, na França, os direitos de uso da partitura e da gravadora americana os direitos de reprodução fonomecânica. O comercial era dos cigarros Shelton, da Philip Morris.
Abs,
Dodô