Édouard Manet, Déjeuner sur l'Herbe

Édouard Manet, Déjeuner sur l’Herbe

A parisiense ja foi, e é ainda, tema de livros, filmes, canções, desenhos; ela já foi representada por pessoas reais como Inês de la Fressange ou Loulou de la Falaise; ela já existiu em forma de comics publicados na mídia francesa. Mas ninguém nunca a viu. Quem é na realidade a parisiense? Ela existe ou não?

Talvez possamos encontrar este personagem mítico em dados sobre a população francesa. Às vezes, os números revelam surpresas interessantes.

O texto abaixo se refere à francesa de um modo geral. E para mim, a parisiense é a parte visível do iceberg.

O industrial ligado à área da confecção precisa adaptar seus produtos à morfologia de homens, mulheres e crianças. Como nós sabemos, o corpo humano está em constante mutação. Uma das funções do Institut Français du Textile et de l’Habillement e publicar dados estatísticos recentes sobre as novas medidas da população francesa.

Os resultados da última pesquisa informam que, nos últimos quarenta anos, a mulher francesa ganhou dois centímetros de altura e dois quilinhos a mais. Hoje, a altura média da francesa é de 1.62m e o peso médio 62.4kg.

Resultado longe do ideal e da famosa regra que estipula um peso de 52 kg para 1.62 de altura. O que aconteceu com os famosos 10 pontos de separação entre peso e altura? Onde está a mulher alta, magra, fina, pernas longas, manequim ideal para qualquer tipo de vestimenta?

Os dados mostram que somente 13.5% das francesas são consideradas magras, quer dizer, vestem 38 no máximo; que 47.42 % das francesas se situam na nova medida – 1.62/62 kg –  e que 39.43% vão além, com peso mais elevado ainda. Quer dizer, quase todas as francesas não se enquadram no personagem da “parisiense”. A realidade está longe da imagem idealizada.

Gostei de saber que as mulheres francesas se autorizam quilos a mais, apesar da norma qualificá-los de “defeito”. Que elas estão inventando uma nova individualização menos centrada nos corpos das capas de revista e mais voltada para si, para o próprio desejo e aspirações.

E, para não abrir mão do mito da parisiense, quem sabe ela se esconde nos 13.5% de magras?

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