Acabei de ler um artigo interessante sobre a relação entre idioma e reflexão.
O idioma que você fala vai condicionar sua forma de reflexão. Existe um elo de causalidade entre nossa língua e nossa maneira de pensar. Quando trocamos de idioma, mudamos também nossa percepção do mundo. Quando aprendemos uma outra língua, aprendemos também outra forma de ver. E quando os bilingues passam de uma lingua a outra, eles passam de uma forma de pensar a uma outra.
Eu teria duas formas de ver o mundo? Tenho certeza de um detalhe: a lingua francesa mudou minha orientação espacial.
Quando vivo em francês sei que Montmartre se encontra ao norte de Paris, que o aeroporto Orly está no sul, que o La Defense se encontra a oeste. Quando procuro um apartamento para comprar, sei que tenho que selecionar os endereços com janelas com orientação sul, garantia de apartamento ensolarado.
Quando um francês utiliza expressões como amont ou aval, sei que ele está dizendo antes ou depois. Palavras utilizadas inicialmente para descrever o curso de um rio. Em amont aponta a direção da nascente nas montanhas e em aval, a direção do vale e da foz do rio.
Quando peço aos amigos franceses explicações para chegar em determinado endereço, a resposta é invariavelmente relacionada com os pontos cardinais: “pegue direção oeste e em seguida saia pelo periférico sul”.
O meu idioma de origem, o português carregado de mineiridade, me ajudou a saber que nasci no sudeste e que Porto Alegre se encontra no sul. Ponto final. Mas a partir de um ponto preciso, onde se encontra a Savassi? Posso indicar um trajeto, mas não sei se estaria indo em direção norte ou tout à fait ao contrário.
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55 Comentários
Marilia Pierre
Lina,
acredito que também li esta matéria, saiu mês passado no caderno ilustríssima do jornal Folha de São Paulo, e a matéria não trata apenas de pontos cardeais, mas sim de como as linguas tratam os gêneros e como isso afeta o pensamento de uma nação.
Citam como exemplo o inglês que não faz distinção de femininos e masculinos para objetos e para pessoas.Os americanos não tem amigas ou amigos, lá são apenas the friend ou the teacher, the policeofficer.
Ao par de que no Brasil temos A Paris, enquanto na França, Paris será um nome masculino.
São diferenças sutis aos olhos, mas diferenças gigantescas diante da percepção humana.
conexaoparis
Marília
Vou procurar esta matéria da folha. Me interessa muito.
Marcela
Adoro idiomas e todas as suas complexidades culturais. Aumentamos o nosso horizonte e quando falamos outro idioma, nos transportamos a ele, e isso é genial !
Acho que só no BR e na Itália as referências não são dadas, sem os pontos cardeais (coisa de costumes latinos, talvez!). Nos EUA, França são todos na base do norte, sul, leste e oeste….
Beth
Letânia
Essa sua indicação tipo relógio era muito usada por pilotos de avião durante a 2a. Guerra Mundial…Já vi em filmes, risos.
Abs.
Letânia
Sei lá se a coisa é do idioma ou da cultura ou dos dois… O que eu sei é que sou de Porto Alegre, moro em BH há 7 anos e desde então me acostumei a indicar os lugares pras pessoas usando a Contorno como se fosse um relógio. Tipo: o bairro Santo Antônio fica ali por volta das 7 horas, morei no Prado, que é lá pelas 9 horas, e em Santa Tereza, que fica perto da 1 hora. É, de cara quase ninguém entende, mas me parece tão óbvio que eu uso mesmo assim.
Beth
LuciaC
Mas não é por aí?
Tem que “entrar” na língua de corpo e alma, risos.
Bjs.
Samuel
Interessantísismo esse posto.
Eu adquiri fluência em inglês bem cedo, pois já estudava desde os meus 8 anos. Engraçado que, em inglês, eu consigo falar rápido, bem mais rápido do que em português; e olha que eu fui “educado” no inglês britânico (meu pai trabalhar em uma multinacional inglesa e eu passei a conviver cedo com pessoas que tinha o inglês como primeiro idioma.
Já em francês, que eu comecei a estudar com 23 anos, como atividade complementar do curso de Direito, eu preciso sempre pensar mais antes de falar. Às vezes solto a pergunta em inglês – às vezes dá certo; mas sei que isso não soa educado; portanto, eu me esforço para falar em francês e perguntar pausadamente.
Gostei do post, muitíssimo! Ele poderia ter uma continuação, desdobramentos, desenvolvimentos.
Nilda
Se voar pela TAP todos fazem pouso em Orly e conexão primeiro em Lisboa.
Beth
Amélia
Voos diretos do Brasil geralmente vão para o CDG. Já voos com conexão para Orly. De qualquer forma Orly é mais próximo do centro de Paris. E o percurso é mais bonito…
Amélia
Lina, sei que a pergunta não está relacionada com o post, que, aliás,achei muito interessante, mas preciso saber, qual é o melhor aeroporto para chegar, Orly ou Charles de Gaulle? Agradeço sua sempre atenciosa resposta. Abraços.
conexaoparis
Amélia
Orly é mais perto de Paris. O táxi fica mais barato.
Rogerio
Excelente matéria.
Comigo passo o mesmo. Muito bem escrito!!!
Otima materia
Parabens Lina!!
LuciaC
Minha reflexão (em ingles) legendada, sobre o texto.
Existe a natureza humana e existe a condição humana, mas fa orma universal mais fácil de aprendisado é o exemplo.
É imitando que se aprende é repetindo que se aperfeiçoa.
Para o bem ou para o mal.
Não há como assimilando o idioma de um povo de um país, ficar impune a sua cultura. Fui alfabetizada em ingles (UK) e portugues, ao mesmo tempo. Fiz o mesmo com meu filho (US english). Para o bem e para o mal, com a intenção de lhe proporcionar novas visões do mundo. EA na época era mais eclética.
Por muitas vêzes sinto-me estrageira na pátria que me pariu, mas quando penso em ingles sou mais pragmática.
Concordo com você, LINA.
As vêzes fico desNORTEada!
Adorei BETH!
Muito saudável, sábia e prática sua reflexão sobre o assunto.
Somos multiplos, somos únicos.
Lemba do Zelig de Woody Allen?
conexaoparis
LuciaC
Seu desNORTEada vale um grande abraço.
Renata
Oi Lina,
Assim como o Fabiano, eu também sou casada com um fonoaudiólogo, e ele sempre disse que eu mudo quando falo frances, mudo o tom, a forma o gestual etc, como eu não percebo a mudança, achava que era implicância! Agora depois deste post tenho de concordar com ele! rsrsrsrs. Quanto ao italiano, definitivamente é impossível falar esta língua sem usar as mãos e me parece que além disso acabamos subindo um pouco o tom da voz.
Elci Júnior
Oi, Lina… Adorei o post e concordo plenamente contigo… Quando estava em Paris e falava com o pessoal do hotel ou com as pessoas na rua, eu me via falando mais baixo, com pouca gesticulação… Sem contar que eu iria para o norte quando deveria ir para o sul… Conheci Paris inteira só me perdendo pelas ruas!!! E isso foi o melhor da viagem!!!!!!
Un gros bisou,
Elci Júnior.
Amélia
Lina, quando vou procurar passagem para PARIS sempre acho a opção do aeroporto de Orly´. É interessante chegar nele? É próximo do centro?
AGradeço mais uma vez sua ajuda.
conexaoparis
Amélia
É ótimo chegar por Orly porque ele está mais próximo de Paris.
Sueli OVB
Não acho que seja o idioma que determine a nossa forma de reflexão, e sim o contexto em que estamos inseridos.
Só para acompanhar o exemplo que foi citado: moro em Brasília, uma cidade onde toda e qualquer referência é baseada nos pontos cardeais. Aqui qualquer um sabe onde fica o norte, o sul, o leste, o oeste e seus derivados. E falamos português, como os mineiros, os baianos, os cariocas…
Já perguntei em São Paulo, bem no centro da cidade, a um vendedor de loja, onde ficava a rua tal, ele disse que não sabia. Andei menos de 100 metros e vi a placa com o nome da rua. Era a própria, e o vendedor não sabia… Quase voltei para dar a ele a informação.
Cultura, só cultura! E um pouquinho de interesse também.
Sueli OVB
MARCELO,
Muito apropriada a sua leitura, concordo plenamente.
Fatima
Gente, e o gestual? ´Já tentaram falar itailiano sem as mãos? O sotaque fica horrível, mas se vc. acrescentar ao “va bene cosi” os dedinhos juntos indicando o alto… qualquer italiano (seja do norte ou do sul) fica maravilhado.
Marina
Muito obrigada!
Marcelo
Muito bom o artigo apontado no link e não discordo da idéia de que a língua condiciona nosso pensamento.
Mas discordo dos exemplos usados, que têm muito mais a ver com hábitos culturais e com a falta de informação geral do brasileiro do que com condicionamentos causados por características da língua.
Explico: a tribo citada no artigo original não possui os conceitos de direita e esquerda. Portanto a língua os condiciona a buscar outra solução para descrever certas situações que nós resolvemos facilmente com estes dois conceitos.
Já no seu exemplo, isso não se aplica. Nós temos os conceitos de norte, sul, leste e oeste. Só não os utilizamos por uma questão de falta de estrutura do nosso país e falta de estudo de nossos compatriotas. Me diga qual foi a vez em que vc circulou pelas ruas de Belo Horizonte segurando um mapa? Qual foi a vez q vc viu um mapa com o trajeto de uma linha de ônibus colado no ponto? Então é natural q vc não tenha o mapa da cidade em sua cabeça, como tenho certeza que é o caso com relação a Paris.
Prova de que isso não tem nada a ver com a língua é que se vc chegar em Lisboa e perguntar para alguém na rua em que direção está o Norte, a probabilidade é a de que eles te apontarão a direção correta… E eles falam a mesma língua que nós.
O mesmo vale para o exemplo en amont/aval. Ou vai falar q vc nunca ouviu falar em montante/jusante?
Cláudia Oiticica
Acho que até o mesmo idioma pode condicionar a nossa forma de reflexão. A lógica brasileira não é diferente da lógica portuguesa? Não é questão de certo ou errado, apenas somos distintos nas nossas percepções.
Pattybiscuit,
alguns filmes… A Rainha Margot, Danton, Vatel,Joana d’Arc, A Marselhesa, A Rainha e o Cardeal. Na TV5 passa muitos outros menos conhecidos, fora os seriados sobre o tema.
Tem um programa também que é ótimo para quem gosta de história:Secrets d’ Histoire.
Beth
Claudia Matoso
No Rio, sala voltada para o Sul é a mais fresca…
Jacqueline
Não sei como me sairia com tal orientação pelos pontos cardeais. Visito uma amiga na cidade vizinha e digo: como é que o Sol se põe do lado contrário aqui? Completamente desorientada!!! Quanto ao comentário de que quem fala uma segunda língua ocupa um terceiro lugar, é mais ou menos isso. Falo inglês e francês, e acho que já estou mesmo num quarto lugar, tão desorientada quanto em relação aos pontos cardeais.
Claudia Matoso
É muito interessante isso. Realmente não nos orientamos pelos pontos cardeais.
Mas, quanto á pergunta… partindo do Centro, por exemplo, a Savassi está para o Sul. Tá… tudo bem… de carro vai dar umas viradinhas para sudeste, sudoeste… mas vai pro sul que você chega lá.
Quanto à orientação das janelas, em BH, se não me engano, as voltadas para o sul não recebem sol direto.
Renato S. Rios
Que coisa mais inteligente , Lina .
Mas Paris é muito pequena e dá pra pensar em pontos cardeais . Qdo. a gente visita os palácios e museus , existem as alas Sul , Norte …
Por aqui , a gente se perde se usar esses conceitos ….
eidia
Muito bom.Boa dica pra pesquisa. Comprei o Paris Menuel de Survie. To gostando. Bom e divertido.
Jane
Na sua postagem “Geografia da miséria” fiz um comentário e pedí uma informação sobre hotéis. Quero te agradecer pela brevidade de sua gentil resposta e tb me desc ulpar pela falta de atenção pois enganei com o nome do hotel. O Hotel Victória Châtelet- 17, Av Victoria, o que vc acha? O dono desse hotel é mesmo brasileiro?
conexaoparis
Jane
dizem que o dono é brasileiro. Não o conheço e não conheço o hotel. Mas o ponto é ótimo. Exatamente no centro geográfico da cidade e perto de tudo.
PattyBiscuit
Bonsoir Lina,
Bom, adorei o post e hj queria te fazer uma consulta. Estou lendo um livro muito bom sobre Paris e foi indicação daqui, do pessoal pitaqueiro! O livro é: Paris …biografia de uma cidade. (Colin Jones) Estou adorando e gostaria de saber de existe filmes sobre a época dos Reis da França, sobre a Revolução Francesa…todo aquele período rico e tb trágico da historia desta cidade magnifique! Como tb estudo Francês, estou lendo e tendo muita ajuda na WIKI-Fr …muito bom Lina estudar a historia e comprovar o que ainda existe hj, com todas as ferramentas que temos na net, fica muito facil conhecer a historia de um país e de seu povo.
Cada dia tenho mais interesse sobre a historia da França e principalmente sobre Paris! Bonne journée et bisous.
HELIO JR
LINA,
Nunca havia pensado no assunto relacionando-o ao aprendizado de linguas, porém acredito que a profissão que nos empenhamos em aprender modifica nossa visão de mundo. Imagino que o médico passa a ter uma visão particular depois que adquire certo conhecimento e o concretiza no dia-a-dia. E assim seria com os advogados, os carteiros, etc. Talvez isso também aconteça com uma nova língua. Não acho que sejam duas visões de mundo, mas visões que se somam e que nos modificam.
Marina
Oi Lina
Sempre acompanho seu blog,te mandei um email há tempos atrás perguntando sobre faculdade de Direito em Paris,mas nunca tive coragem de comentar nos seus posts.É a cidade que habita meus sonhos,e ainda não tive o prazer de conhecer,mas sempre passo aqui pra me sentir um pouco mais próxima.
Eu gosto muito dos posts que falam sobre comportamento,então quando li sua reflexão sobre a maneira como uma nova língua muda a forma de pensar,pensei humildemente no meu caso e vi que comigo acontece a mesma coisa. De fato, o inglês e o francês me deram novas visões de mundo,não só pelo conhecimento de novas culturas e hábitos,mas também pela forma diferente pela qual palavras e pensamentos são estruturados.Acho que ter esse contato com novos mecanismos de expressão do pensamento ajudaram a expandir minha visão de mundo.
conexaoparis
Marina
Seja bem vinda.
Beth
Gente
Esse negócio de falar várias linguas pode ficar complicado!
Sou carioca em português, faceira em francês, fleumática em inglês e precisa em alemão…
Caso de personalidade múltipla?
Risosss
Claudia Amado
As transformações são claras cada um a seu modo se percebe diferente. Quando falo outra lingua meu pensamento muda mesmo, ora mais objetivo em ingles ora mais detalhista em espanhol. Agora essa coisa do terceiro lugar é muito interessante vc acaba formando um olhar
global.
Lenna
Ótima comparação, José Mauricio!!!
Jose Mauricio
Gostei do texto. Acho que a língua materna é uma roupa que usamos sempre, então estamos mais acostumados e naturais. Outro idioma é igual a uma roupa nova, a qual estamos nos adaptando e nos mexemos dentro dela com rigidez.
Fabiano
Bastante interessante o tópico. Adquiri fluência em inglês cedo e só depois que me casei com uma fonoaudióloga descobri que meu tom de voz muda quando falo outra língua, talvez por incorporar sons que não existem na língua pátria. E concordo com Mirelle, me comporto de forma bem mais racional quando estou inserido em um país em que domino o idioma, até na forma de dirigir! Outra coisa é a linguagem corporal, totalmente diferente, de cada idioma, esse não se muda fácil quando nos tornamos fluentes, talvez apenas ao morarmos fora do nosso país por muito tempo.
mirelle
Acho que em outra lingua muda tudo, até a personalidade! Quando cheguei (sem falar nada de francês) percebia que o meu marido era uma pessoa quando falava frances na rua e outra falando português comigo ou com amigos. Ele não percebia a diferença. Hj, quando falo francês, ele tb vê que eu mudo, adquiro outra personalidade (coisa que eu mesma não percebo). Ambos achamos que em francês ficamos mais sérios, um pouco grossos até, e em português somos mais simpaticos. Sera?
beijos Lina (adorei saber que vc tb é mineirinha!)
bjo!
Lenna
Cada sociedade estruturada tem seus padrões de pensamento. E, a língua tem muito a ver com isto, aliado a outros fatores já muito mencionados como a história, a cultura local, o espaço ocupado, etc… Interessante e até complexo, se formos nos aprofundar.
Ricardo Rezende
Olá, Lina.
Realmente, aqui no Brasil falta essa cultura dos pontos cardeais.
No máximo, em algumas cidades, há divisão em zona sul e zona norte, embora nem sempre essa denominação seja precisa.
No Rio, por exemplo, creio que a Barra da Tijuca fique ao sul de Ipanema, que já é zona sul.
Em Belo Horizonte, onde moro, seguir os pontos cardeais, geralmente, não funciona. É muito comum as ruas, de repente, tornarem-se contramão. Aí vc é obrigado a dar voltas para achar um meio de continuar seguindo na direção desejada. É o tal do vire à direita e à esquerda que vc mencionou….
Um abraço.
Viviane Santana
Uma vez estava numa farmacia em Londres escolhendo perfumes e quando finalmente me decidi a vendedora fez um comentario tipo:ótima escolha!.
Como meu ingles estava enferrujado e eu estava preocupada com o horário disse somente:- I know.
Nossa o sorriso que ela tinha se desfez acho que pareceu grosseiro da minha parte até hoje lembro disso.Ela era de origem indiana e tão simpática, fiquei chateada de não poder ter respondido na mesma alegria dela.
Karla Avanço
Há uma outra ideia também interessante que é a do lugar. Quando falamos uma língua ocupamos um determinado lugar (que tem a ver com essa forma de ver o mundo, não com status). Quando aprendemos uma outra liíngua, vamos para um outro lugar, mas na verdade a pessoa bilíngue ocupa é um terceiro lugar, isto é, minha língua materna é o português, mas também falo francês, isso quer dizer que não vejo mais o mundo como os brasileiros que só falam portuguÈs como também não vejo o mundo como os franceses. Eu ocupo um terceiro lugar.
Elaine
Verdade verdadeira isso.
Muito interessante a reflexão, nunca tinha parado pra pensar algo assim.
Ah! Nem sabia q vc era de BH. Moro por aqui há 20 anos.
Sobre janelas… não tenho a menor ideia em que lado o sol delas estará.
Sylvia Lemos
Perfeito ! É exatamente isso 🙂
Mas deixa eu fazer uma observação : aqui no sul do Brasil , a orientação sul é garantia de MOFO! Nunca jamais escolha um imóvel com janelas para o sul .
Maria Cristina
Valeu, Lina, que bela reflexão sobre língua\cultura\pensamento. Me sinto diferente quando falo francês ou inglês. Tem um pragmatismo maior nessa última e uma formalidade maior na primeira. Tudo passa pela língua, pois é por ela que nos constituímos enquanto sujeitos com nossa ideologia e nossos costumes.
solange
Lina, Interessantissima sua observação. Tive um colega arabe ai em paris, na Alliance Française, que largou o professorat, onde aliás se distinguia, porque estava em crise seria de identidade, e disse que, literalmente, estava pensando diferente e se tornando outra pessoa. Outra coisa curiosa: a “embocadura” para falar um terceiro idioma também muda: ao tentar falar ingles, após uns anos de França, fala-se com sotaque frances como os franceses, se não se presta atenção…..é preciso um certo esforço para votlar á embocadura brasileira…..
Mari Campos
òtimo, Lina! Eu penso exatamente isso: o quanto sofremos pequenas, às vezes imperceptíveis, alterações (até no humor!) quando nos expressamos em outra lingua.
Isabel a.
Lina
Tão interessante a sua reflexão quanto o artigo que indica. Como o idioma altera a forma de pensamento e, no caso, de expressão da localização, imaginemos em outras questões. Interessante pensar, além dos aborígenes, como exemplifica o artigo, a diversidade dos povos orientais e as muitas línguas que eles empregam. O pensamento diverge mesmo.
Quanto ao seu exemplo, lembro que aqui no Brasil, temos o hábito de indicar quase tudo: a venda da esquina, o posto, a casa do seu fulano, é um tal de vira a esquerda e à direita… Os pontos cardeais funcionam numa primeira indicação.
Adorei
Grazy
Lina,
É mesmo assim, aqui no Brasil ao indicar um determinado local nós indicamos com pontos referenciais e nunca com os Pontos Cardeais.
Achei lindo esse texto!
Rogéria
Adorei o texto, Lina.
Sou de Belo Horizonte e me sinti da mesma forma quando morei em Paris.
Bj
Mariana
Meu marido insiste na diferença entre o significado dos números em francês e em português… para ele é como se quando eu falasse português as quantidades sofressem uma inflaçao repentina!
O que eu acho que é mais sutil é a “politesse”… é tao diferente ser educado em uma língua e em outra!