O apartamento é um daqueles que aqui chamamos haussmanianno típico. Um bonito prédio do final do século XIX, grandes janelas se abrindo para um pequeno balcão.
A clássica lareira, o clássico espelho e apliques de cristal.
Lustres de cristal e sancas douradas nos tetos. Os proprietários são médicos e, visto a agenda apertada, podem receber somente nos finais de semana. O convite era para um jantar simples, dois casais, entre vizinhos. No aperitivo, champagne e um pouco de discussão sobre a reforma das caves do subsolo.
Uma vez instalados pelo dono da casa na sala de jantar, passamos a assuntos mais sérios como estas coquilles Saint Jacques como molho de laranja.
Um vinho alsaciano, vendanges tardives, de 2003 para acompanhar.
Durante a troca dos pratos da entrada, percebi que a toalha era da marca catalã, Toiles du Soleil, cuja loja se encontra na rue du Bac e que o motivo dos pratos era o logotipo dos departamentos das regiões bascas francesas. Depois me lembrei que os anfitriões possuem casa de praia em Biarritz.
O sal e a pimenta do reino estavam, claro, em recipientes da marca Peugeot.
O prato principal, trazido até a mesa a pedidos da blogueira, foi costeletas de cordeiro com beringelas gratinadas.
O vinho servido foi um Saint Émilion de 1998.
E anotei o pequeno detalhe para evitar as manchas de vinho nas toalhas.
O tradicional plateau de fromages, com o Mont d’Or obrigatório durante o inverno.
Para acompanhar os queijos, o vinho foi um Côtes du Rhône.
E para finalizar, um bolo de chocolate assado no forno somente 8 minutos, sorvete de baunilha e crème anglaise.
Diante da vizinha brasileira, blogueira e fotógrafa amadora, os anfitriões se divertiam. Sabendo que as fotos acabariam no blog, de tempos em tempos perguntavam se o desenrolar do “jantar francês” estava sem falhas.
No dia seguinte fizemos outra reunião, a seco, para tratarmos, de novo, dos problemas das caves do subsolo. Não nos lembrávamos mais das decisões tomadas.
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41 Comentários
Cláudia Oiticica
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