Como identificar o parisiense típico? Como reconhecer o parisiense entre os turistas que percorrem as ruas de Paris? Nas mesas dos cafés e bares, como ter a certeza que a pessoa ao lado é um verdadeiro nativo?
Passe a prestar atenção nos detalhes abaixo.
. Se a pessoa exprimir sua opinião com um bof desdenhoso, ela é parisiense. Com este som, a pessoa quer dizer simplesmente que a coisa não vale a pena. Exemplos: o que você acha deste restaurante? Bof! Seu colega de trabalho é bonito? Bof!
. Se a pessoa estiver bebendo uns drinks nas margens do Sena, ela não é parisiense e sim turista. Os parisienses se refugiam, com seus drinks, nas margens do Canal Saint Martin.
. Todas as pessoas que você encontrar nas ruas de Paris no mês de agosto não são parisienses. São todos turistas franceses ou estrangeiros. Os parisienses estarão, eles, na Côte d’Azur, na Bretagne, na Normandia, em New York ou no Brasil.
. Todas as pessoas sorridentes que você encontrar em Paris não são parisienses. Para este últimos, o sorriso foi abolido.
. Todas as pessoas que você encontrar fumando, em Paris, são parisienses. Como é proibido fumar em lugares fechados, encontramos grupos de fumantes diante dos cafés, restaurantes e prédios de escritório. Para evitar tocos de cigarros jogados nos passeios, grandes cinzeiros foram instalados nas grades ou fachadas dos prédios.
. Se a pessoa estiver usando um cachecol, ela é parisiense. Todos os parisienses usam cachecol, aqui chamado foulard. Eles possuem foulards para o verão, para o outono, para a primavera e para o inverno. Toda uma ciência. O do verão se transforma em canga na praia e, à noite, em xale. O do inverno é peça fundamental contra o frio rigoroso. Mas você tem que aprender a amarrá-lo no pescoço, senão, bof! Leia este artigo que te explicará como usar o cachecol.
. Se você presenciar duas ou mais pessoas discutindo de maneira mais os menos violenta, não se preocupe. São parisienses conversando sobre os últimos assuntos do momento.
. Se você encontrar pessoas andando pelas ruas de Paris vestidos com moleton, pode ter certeza, são turistas ou parisienses recentes. Os parisienses – verdadeiros – usam moleton somente para correr nos parques em dias frios e ventosos.
. Se você escutar a palavra putain (prostituta) preste atenção porque estará diante de um belo exemplo de parisiense. O uso desta palavra é de uma regularidade alarmante. Exemplos: putain, olha quem está chegando; putain, esqueci minha carteira em casa; putain, perdi o trem.
. Se você deparar com ruas bloqueadas e cobertas de panfletos e grupos de pessoas gritando ou falando em altos falantes, pare e tire fotos. Esta é a típica contestação social, você está diante de membros dos poderosos sindicatos. Mais parisiense impossível.
. Se você escutar alguém pedir uma taça de vinho tinto, pode ter certeza que esta pessoa é turista. Se, ao contrário, ouvir alguém pedir uma taça de Bordeaux, Saint Estèphe, aí sim, você estará diante de um parisiense.
. Se você topar com uma jovem muito maquiada, muito arrumada, muito bem vestida, muitas etiquetas aparentes, atenção, ela não é parisiense. Ela estará simplesmente querendo “passar por”. A verdadeira parisiense pode até passar horas diante do espelho. mas ela dará sempre a impressão de ter vestido uma camisa branca simples rapidinho, ter passado apenas um baton discreto, prendido uma barrette nos cabelos e pronto.
. Se você reparar que os carros que circulam ou que estão estacionados nas ruas em Paris são sujos, amassados e com toneladas de livros, jornais e garrafas de água esparramados no interior, calma. Nada de grave acontecendo. O parisiense não liga para o carro, ele o considera somente um meio de transporte. Os limpinhos e brilhantes pertecem às empresas, às embaixadas, às estatais e aos estrangeiros. Nada a ver com o carro do parisiense típico. A primeira vez que entrei no carro do meu marido, foi um choque. Não entendi como um médico podia ter um carro como o dele. Em trinta anos de casamento nada mudou, o atual continua tal qual.
. Se você topar com um rapaz pálido, cabelos cuidadosamente desarrumados, barbas descuidadas, vestido de preto com roupas amarrotadas e aspecto doentio, não se afaste correndo. Ao contrário, aproxime-se para conhecer um verdadeiro jovem parisiense que adora estar no papel do romântico do século XIX. Paris possui várias tribos masculinas e para entender quem é quem, leia este artigo agui.
Artigo inspirado na listinha (enviada por querida amiga) do Thrillist.com.
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25 Comentários
GIANY MARIA
Adorei tudo isso, acredito que a diversidade há em todos os lugares.
A ideia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. E muitas vezes, também pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua. A diversidade cultural é complicada de quantificar, mas uma boa indicação é pensar em uma contagem do número de línguas faladas em uma região ou no mundo como um todo.
Viver em um lugar turístico como país gera uma grande expectativa nos “nativos”, pois os mesmos tem que se adaptar com uma gama imensa de diversidade vinda do mundo inteiro.
Bjuxxxx
Paulo Sindeaux
Me impressionei com o volume de cigarros e de como começam cedo. Estávamos hospedados em um apartamento em frente ao Collège André Malraux, e me chocou ver algumas vezes os estudantes fumando na calçada.
Má
Que beleza de artigo, concordo com tudo e confesso que aprendi mais sobre os parisienses. Com relação ao Bof já senti na pele várias vezes…rsrs – Lembro-me que a primeira vez que visitei Paris, fui a uma Farmácia em Montparnasse em busca de um remedinho para lábios ressecados por conta do frio, não sabia falar nada em francês na época e o dono da Farmácia um francês sério e carrancudo, vendo eu me gesticular e falando em inglês deu um belo BOF na minha cara. Nada de mais, é o jeito deles. Nas últimas vezes que visitei Paris, fui a mesma Farmácia e já com meu francês basicão traduzido no iPad rsrs, o dono me vê e eu abro logo um sorriso dizendo, olá lembra-se de mim? Sou do Brasil… E ele não bufa mais e me olha com um olhar tipo assim: Lá vem a moça que só compra pomada todo ano… 🙂
Adoro ler os artigos do Conexão, é sempre muito bom lembrar do que Paris tem a nos oferecer, (não sabia do lance do cachecol) seja um bof ou um francês carrancudo, Paris é única e vale à pena sempre!! Bjks…
Sofia
Lina, acho que descobri um jeito de receber sorrisos e abraços dos parisienses! Kkkkk… Basta ir ao Parc de Princes, em dia de um jogo importante do Paris Saint-Germain (fui no Barcelona X PSG, Champions League, 30/09), torcer bastante para o PSG e esperar o gol do time! Pronto! Eles te abraçam com o maior sorriso! Kkkkk…
Rodrigo Lavalle
Sofia, acho que dessa maneira dá até pra arrumar namorado.
Abraços.
Catia Sintinella
Olá, Conectados, bom dia.
Amei o texto, leve, divertido, “super” como todo o Conexao. Parabéns, Lina.
Essa me parece bem a descrição do Frances, porque aqui no sul não muda muito. Vou discordar do humor francês e do sorriso, em Paris não tive problemas e dei boas gargalhadas. Aqui no sul também rimos bastante, e qualquer um pode ser o assunto da vez …rs
Acho que o bof e o putain tem a ver com a agua que bebem, porque até os meus filhos bufam, qto ao putain ainda não falam, mas chegará o dia…
Vi uma pergunta sobre o sol, não sei sobre Paris, mas aqui na Cote d’Azur o povo toma muito sol, usam protetor solar mas nada exagerado, antes das 10 e depois da 17 não precisa. O bronze não vem só da praia, vem de todos os dias, valorizam bastante as atividades ao ar livre.
Só como curiosidade, esse ano registraram 30 milhões de turistas no verão, na Cote d’Azur. Paris continua perto dos 80 milhões ao ano, dá pra imaginar conviver com isso? Falo por mim, nosso conforto vai embora, até pra comprar pão fica complicado, fila, gente que joga lixo nas ruas, não respeitam muito a rotina local, transito tem desde carro inglês a traillers enormes por todo lado. Acho que isso pode interferir no humor de qualquer um…rs
beijos pra todos.
Maurício Christovão
Reparei que fumam muito e estão sempre com pressa… Além do foulard, é claro!!!
Elenir
Eu sempre observo como são belas as mulheres francesas.Quase sempre discretamente maquiadas e com a genética maravilhosa: altas,magras,olhos verdes ou azuis e rosto com belo desenho de rosto.
Uma coisa me intriga: o belo bronzeado que muitas ostentam e vi muita gente pegando sol nos jardins. As francesas não parecem ter a preocupação exagerada com proteção solar. Alguém sabe dizer se estou enganada? Também não há muitos produtos com protetor solar.
É mesmo verdade que pegam sol sem protetor solar?
Renata
Nossa, como sempre, é uma delícia ler o CP!!! Muito cool esse post! Fui à Paris a primeira vez quando tinha 14 anos e me apaixonei!! Hoje, com 45, continuo apaixonada!!! E continuo amando Paris mais que nunca, mas depois de ir à Paris algumas vezes, tenho que discordar de que o parisiense não sorri ou é mal humorado…..talvez seja eu que só veja o lado bom!!!
Raissa
Oi! Adoro o Conexão Paris, vocês estão de parabéns! Como sou muito curiosa sobre a vida e cultura francesas, venho sempre aqui me deliciar com cada artigo publicado aqui. Tenho um grande sonho de visitar e morar na França, estudo francês há 2 anos e espero logo poder utilizar as dicas desse site no meu dia a dia ^^
Só tenho uma dúvida que não quer calar… já procurei em diversos sites sobre a França e tal e não achei… As Francesas costumam “tirar” (limpar) as sobrancelhas? Pois aqui no Brasil eu sou acostumada a fazer design de sobrancelhas e tal… e fico pensando em quando eu for para a França como irei fazer pois não sei “desenhar” as minhas sobrancelhas de modo que fiquem harmoniosas. Na França existem pessoas especializadas nisso? Eu sei que é uma pergunta bem “tosca”, mas é que estou muito curiosa em relação a isso. Obrigada desde já.
Silvia
Minha filha morou 1 ano em Paris.. realmente ela disse q eles fumam muito cedo… e não são sorridentes. .mas mesmo assim, cumprimentam as pessoas. .
Francisca
Concordo com algumas coisas,inclusive que eles são muitos simples no se vestir.E vi muitos jovens fumando na rua.Gostei muito quando se diz que eles ao pedir vinho,pedem o Bordeaux,afinal, são notáveis conhecedores dos bons vinhos.
Marcia Lube
Adorei a análise.
Delicioso esse humor da Lina.
A caracterização do parisiense típico me fez lembrar de um antigo professor de francês com o cabelo emplastrado, bem parisiense …
E o “putain” ? É muito bom sair do cinema dizendo : “un putain de film !”
Alana Joyce
Complementando, se os homens usam bolsas ao invés de bolso da calça para guardar carteira ou celular, ele é parisiense.
E sobre o carro.. mais pura verdade!
Stael Guimarães
Adorei. Sempre q estou em Paris, no verão, vou fazer pic-nic a margem do Sena e vejo muito parisiense por lá. Vou continuar pedindo meu vin rouge pq sou turista. No próximo verão vou fazer meu pic nic no canal Saint Martin.
Tânia Ziert Baião
Perfeito Lina. Nada como um olhar sociológico. Parabéns!
VaneZa NarciSo
Fumar é notoriamente parisiense. E andar rápido, quase correndo?
Renata
Concordei com muita coisa do artigo!!! Muito bom!!! Deve ser por isso que eu era muitas vezes abordada em Paris pelo meu jeito sempre sorridente, o que denunciava que eu não era uma parisiense!!!
Ana
O “bof” é perfeito! Como eles adoram resmungar um bof!
Susanne Pevec
Achei o artigo muito interessante. Eu ja havia percebido alguns destes itens mas o pedir um bordeaux foi otimo! Na minha proxima parada em Paris vou pedir assim! Valeu! Abraços
Mariana
Não sei se concordo com tudo. Vi muitos parisienses jovens bebendo a beira do sena e principalmente fumando.
Fabio
Paris é muito cosmopolita. Excelente post. Realmente achar os verdadeiros parisienses é bem difícil, principalmente em alta temporada.
Silvia
Acrescentaria o parisiense que está sozinho num bistrô lendo um livro. Vi vários, e pareciam franceses.
Ricardo
A parte dos carros sujos e amassados eu notei perfeitamente! E acrescentaria que eles são muito mal estacionados (uma roda sobre a guia, torto, ou encostado no carro da frente). Mas é legal essa atitude de pensar no carro apenas como um meio de transporte, pois é o que ele é mesmo.
Gustavo Gurgel
Muito bom. Ótimo artigo. Li e reli diversas vezes. Mas para que quiser complementar indico o livro “Stuff Parisians Like” do escritor francês Olivier Magny. Comprei em uma livraria do Aeroporto CDG e, pelo que eu saiba, não existe tradução em português (até o momento). Mas vale a pena. É um mergulho no mundo do “vrai parisien”. Além disso, vale também a pena uma olhada no site http://www.lachecklistduparisien.fr/
Abraços