É verdade, muito coisa mudou. Desde que cheguei em Paris, em 1983, acompanho com atenção as mudanças. Umas foram positivas; outras, negativas. A disparidade de renda aumentou, os preços subiram, as classes médias foram expulsas de Paris, a miséria se tornou visível e a violência urbana aumentou. Isso é fato.
Mas na área gastronômica tudo vai bem. Muito bem!
É verdade que os pequenos comerciantes e cafés encontram dificuldade para sobreviver nesse novo mundo: crise, concorrência desleal, China etc. Hoje, grandes redes de alimentação fazem parte da dieta parisiense. Starbucks chegou e ficou. Mas existem boas redes francesas que estão longe de serem charmosas como os cafés tradicionais, mas são de boa qualidade e tentam preservar a alma francesa. A Cojean, a Pomme de Pain e a Lina’s Sandwichs são exemplos. É tudo industrializado? Sim, mas não tem como Paris parar no tempo. O mundo é esse.
E os bistrôs, desapareceram? Ficaram ruins? Só servem comida congelada? De jeito nenhum. É claro que as coisas mudam, uns pioram, outros fecham. Mas uma infinidade de excelentes bistrôs sobreviveram e continuam ótimos. E, mais importante ainda: novos surgiram e surpreendem pela qualidade e criatividade.
Até os anos 80, a cozinha francesa era controlada por um grande guia, o Michelin, e seus grandes chefs estrelados. Hoje, vemos com alegria o aparecimento de novos críticos gastronômicos, jovens e dinâmicos, com outra visão e outra dinâmica para a seleção dos restaurantes e bistrôs. Estou pensando sobretudo no grupo que criou o Fooding. Sem falar nos blogs, alguns assinados por críticos competentes. Outros, por outsiders que apesar de não serem profissionais da área, pesquisam e divulgam as informações com muito seriedade. Tudo isso, trouxe dinamismo para a culinária francesa.
Hoje temos uma nova geração de chefs franceses que se expatriaram para absorver os segredos da cozinha asiática, italiana, sul americana etc. De volta à França, eles explodiram os limites da tradicional cozinha francesa. E isto foi ótimo. E foi assim que apareceu a bistronomia. São chefs admirados, copiados e seguidos. Alguns são ícones da gastronomia, como Pierre Hermé, que tem uma visão estética da culinária. A chave do seu sucesso planetário é pensar suas pâtisseries, bolos e macarons como a Alta Costura. Veja artigo publicado pelo Financial Times.
É verdade que Paris já não é mais o único centro da gastronomia internacional. Isso ninguém discute. Outras capitais gastonômicas surgiram tais como São Paulo, Barcelona, Tokyo, Nova York. Hoje temos excelentes chefs brasileiros, espanhóis, japoneses, americanos. E estamos mais felizes assim. Afinal, comer bem não pode ser privilégio dos franceses. Mas, em Paris, ainda temos o privilégio de poder comprar uma baguete com camembert na esquina e quase morrer de prazer.
Para finalizar, recomendo a leitura do artigo do Le Figaro, em que sete jornalistas gastronômicos de várias regiões do mundo revelam suas visões sobre a cidade, com suas delícias e defeitos.
Clique aqui e acesse nossa seção COMER & BEBER onde você irá encontrar inúmeras dicas de cafés, bistrôs, restaurantes e bares em Paris.
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69 Comentários
Eduarda
Estas fotos comparativas entre Paris de agora e há 100 anos são ótimas e falam por si:
http://www.lensculture.com/rauschenberg.html
Mauricio Christovão
Clara:
Acho que não posso ajudá-la. Quando estive em Barcelona, pensei uma coisa: “É uma cidade orgulhosa”. O encantamento de Barcelona tem a ver com o mar, com as montanhas ao fundo, com o arrojo de Gaudi, com as ramblas, com o orgukho catalão. Não é Paris, ou qualquer outra cidade. É outra coisa. Não procure o que não está lá(ou aí).
Clara
MAURICIO CHRISTOVÃO
Moro em Barcelona atualmente e não a consigo ver com o mesmo encantamento com que vejo Paris. Vc por acaso tem uma indicação de blog ou site interessante sobre Barcelona (assim como os apaixonados por Paris tem o Conexão)? Quem sabe não me animo um pouco mais…
Andreia
Lina, parabéns pelo texto, lindíssimo mesmo, pontuando bem e reenquadrando tudo o que a gente tem ouvido ultimamente… A discussão sobre a “nova” arquitetura parisiense é maravilhosa, mas já me convenci que de a Paris antiga era um “grande burgo” e não gosto visualmente falando, da forma como era antes (essa é uma resposta ligeira, sem detalhes). Meu problema com a Paris atual é a Tour Montparnasse, que é horrorosa, o entorno é malfeito sem falar que é toda cancerígena, com amianto de cima à baixo. Como diz um amigo nosso a única serventia dela é servir de TOTEM para os turistas rsrsrs. Abs!
Anonimo
Excelente texto. Estive na Franca o ano passado apos 14 anos. A primeira coisa que me chamou atencao foi a quantidade de miseraveis nas ruas de Paris. Realmente a pobreza hoje em dia nao se resume so ao Brasil.
Suely
Claudia
Essa frase de Sacha Guitry conseguiu descrever o indescrevível,parabéns!
Bjs
Mauricio Christovão
Uma vez perguntaram ao pintor Caribé, que é argentino de nascimento, mas radicou-se em Salvador há muitos anos e dedicou-se a temas locais, muito coloridos: “O senhor é baiano, ‘Seu’ Caribé”? “Não mereci, minha senhora…”, foi a resposta do artista.
Cidades-ícones, como Paris, Rio, San Francisco, Salvador, NY, Barcelona, possuem um magnetismo próprio, que desperta a paixão das pessoas, a ponto de não nativos como a Lina tomarem-se de amores pela cidade e dela fazerem o seu lugar(sorte nossa!).
Cláudia Oiticica
Depois do ótimo texto e comentários idem vejo que a frase de Sacha Guitry se aplica mesmo aos frequentadores do Conexão. Cada um a sua maneira, com ou sem nostalgia.
« Être parisien, ce n’est pas être né à Paris, c’est y renaître. »
Mauricio Christovão
Joe: “Com os olhos da paixão”…Já disse tudo!!!
Suely
Joe
Je suis d’accord avec vous
LuciaC
Bravo!!!
Merci!!!
LuciaC
Joe,
obrigada a você!
LuciaC
Joe
Isto é que é paixão!
Bela declaração de amor à Paris.
“Paris sera toujours Paris, la plus belle ville du monde!”
Assim como tantos outros que já a cantaram, gosto de ouvir Mouloudji declarar seu encanto pela cidade em Le Mal a Paris.
“…durant les jours d’hiver c’est gris et c’est désert
Tant de mélancolie!
Oui, j’ai le mal d’amour et je l’aurais toujours.
C’est drôle mais c’est ainsi, j’ai le mal de Paris.”
Eduarda
Um outro nostálgico de peso:
http://youtu.be/gusUvTunm0c
Maria
E a Danuza que não se manifesta? Será que ela lê o Conexão Paris?
Joe
Lina, félicitations pelo post.
Se me permite vou tecer alguns comentários acerca desse texto.
-Paris sempre será Paris – Quando o escritor e intelectual Louis Chevalier, escreveu o pequeno texto chamado L´assassinat de Paris (“O assassinato de Paris”), no final da décado de 1970, ele insistia que Paris havia começado uma viagem sem volta, um rápido declínio no fim dos anos 60 e inicio dos 70, quando Charles de Gaulle e, depois, Pompidou, haviam endireitado estradas, arrumado os quartiers e retirado para fora da cidade as classes trabalhadoras. Achava que a cidade tinha entrando em uma agonia mortal e tornara-se irreconhecível mesmo para aqueles que haviam nascido fazia menos de uma geração. Pois bem, para aqueles que sonham em conhecer a Paris do Rei Sol, da Paris revolucionária, da Paris Napoleonica, da Paris dos trois glorieuses, da Paris do segundo Império, da Paris das grandes exposições, da Paris dos extraviados, da Paris da geração perdida, da Paris da Piaf, do Aznavour, da Dalida, do Jacques Brell… Não vos preocupéis, Paris ainda está lá, sempre a espera de nossas visitas, Paris sempre estenderá seu tapete pelos boulevards para simplesmente flanarmos. Quando alguém fala que Paris já não é a mesma, é porque não a viu com os olhos da paixão, com os olhos que só os amantes vêem suas amadas, com os olhos que só os fiéis guerreiros vêem suas vitórias. O que não podemos é querer viver em outra época, na Belle Époque, na Resnascença, ou quiça na idade média; temos que viver o hoje, o agora. Temos que aproveitar uma promenade (passeio) às margens do Sena, saborear desde a alta cozinha de Alain Ducasse, Joel Robuchon, Guy Savoi, como também provar as delícias dos pequenos e tão bom quanto, bistrôs parisienses. As boulangeries, as patissêries, os bon marchê, todos continuam por lá, não podemos perder o fascínio que tanto essa cidade que é única nos oferece, não, não podemos! Passaria horas a fio (prazerosamente) mostrando a Paris a qual sou apaixonado, mas não adiantaria de nada, se você não a ver além da Torre.
Lina, obrigado por dividir essa paixão com todos nós, les amoureux de Paris!!! Au revoir
conexaoparis
Joe
Eu quero agradecer o comentário e a sua presença aqui. Quando criei esse espaço estava longe de imaginar que Paris fosse tão amada. Bela surpresa.
Jane Curiosa
Lucia C
Ibidem.
Pati Venturini
Lina
Que maravilha de post! Parabéns!
Você certamente é a pessoa mais indicada que eu conheço para dar o parecer sobre o assunto. Adoro o seu olhar sobre as transformações pelas quais Paris vem passando ao longo do tempo e concordo em gênero, número e grau com as suas colocações. Não podemos viver só de passado e precisamos prestar atenção ao novo também, que pode nos reservar gratas surpresas.
LuciaC
Se eu fosse a Danuza aceitava correndo o convite!
aparecida aragão marques tenorio
Esqueci de dizer, a obra se chama “Paris, Quartier Saint-Germain-des-Prés”, local em que ele tem apt. TIDA
aparecida aragão marques tenorio
Há um livro novo na praça, de autoria do ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal, agora aposentado, Eros Grau, que narra maravilhosamente como era a sua Paris. É uma verdadeira declaração de amor, de afeto, de carinho e de saudosismo para com a cidade. É leitura imperdível, não pelo cunho literário, mas para quem ama essa cidade, como nós todos aqui. Bjs. TIDA
Beth
Eduarda
Foi a famosa “toilette” de Paris.
Eu morava por lá naquela época e acompanhei ao vivo.
Paris na época era “cinza escuro”..
eduardo
lina..
acabei de chegar de paris…cidade que vou todos os anos..
li o artigo da danuza..achei muito bem colocadas tuas observaçoes e visao
de transformaçao nao só de paris como do mundo…excelente artigo..
parabens..
Eduarda
Beth
Louvores a ele, com diria minha vó. Não conhecia essa sua faceta. Fui conferir e vi que ele entre outras coisas introduziu a recuperação da cor original das pedras dos antigos prédios de Paris. Prática que outros países depois vieram a imitar…
Ps:
1-Francamente tb não gosto da intervenção da Tour Montparnasse no skyline de Paris.
2-Ah… E olhando para um outro lado, mas sempre dentro dessa perspectiva de equilíbrio entre tradição e inovação, penso com uma enorme admiração no Pierre Hermè…
Mauricio Christovão
Não vamos esquecer do nosso “Bota Abaixo” o Prefeito Pereira Passos, que desceu a marreta no Centro do Rio, emulando anos depois, o Barão Haussmann e criando avenidas amplas como a Rio Branco e a Beira Mar,e saneando a cidade. Custo social: altíssimo, com os desalojados indo para a periferia ou criando as favelas. Estou com o mano Caetano, em “Sampa”, quando fala da “grana que ergue e destrói coisas belas”.
Beth
Eduarda
Quem salvou a “vieux Paris” da demolição total foi o André Malraux…
Caso contrários todos os “ilots insalubres teriam sido demolidos, o Marais inclusive…
Fui para a rua para as ruas protestar contra a construção da Tour Montparnasse e não adiantou nada, rs.
Jane Curiosa
Tenho pouco a acrescentar,mas gostaria de deixar aqui minha opinião.
Tenho pendores fortes ao desenvolvimento.Defendo Haussman,Pombal,e mais:gostaria imensamente de alguém com aptidão semelhante no Brasil.
O que são nossos rios?
O que são hoje,os centros de São Paulo e do Rio de Janeiro? As zonas portuárias de nossas cidades?
E nem adianta me dizer que horrores de dinheiro foram desviados,e a população pobre foi desalojada,nhenhém,nhenhém…
Apenas para ser emblemática,pergunto:quanto já gastamos com o Tietê,motivo de tantos discursos políticos a cada eleição?
Pensar uma cidade e efetivá-la rumo ao futuro,eis a questão.
…………………………………………………………………………………………………….
E os pobres,e os pobres, tão coitadinhos? Quais pobres?,devolvo eu.
Que comam brioches,ora.
……………………………………………………………………………………………………….
Em minha defesa e antes do chacinamento,defendo-me argumentando que país algum cresce por simplesmente alijar a pobreza, pois estará assim apenas promovendo seu crescimento de forma insustentável.
E agora vou-me embora para Pasárgada.
Silvana
Eduarda,
Estou com vc no apreço à memória, e a Paris de hoje é sim equilibrada nesse quesito. Eu perco o amigo, mas não abro mão do direito à memória 😉
Só discordei quanto ao Haussmann…
jorge fortunato
Eu penso que Paris não mudou, mas os hábitos, os costumes, as pessoas. Algumas pessoas mantêm a tradição outras adquirem novos hábitos e a vida segue. E isso acontece no mundo todo. Porém, o charme e a atração Paris manterá para sempre.
Eduarda
Aos arquitetos de plantão, já adianto que meus amigos do ramo já me deram muitas e boas lavadas por meu apreço à memória, mas sou incorrigível, é mais forte que qualquer racionalização.Talvez sejam as mesmas raízes lusitanas a que o Marcello se referiu.
Eduarda
Arnaldo,
Mais que um jogo de palavras essa minha brincadeira é fruto de um sentimento real que tenho por essa cidade.
Abç tb!
Eduarda
Silvana,
Como já disse, minha análise foi, muito provavelmente, superficial…Mas o
“noves-fora” de um olhar sobre Paris de hoje, com essa mescla de memória bem preservada e a co presença de uma modernidade inteligente também pode ser um referencial interessante para se pensar que houve um equilíbrio, não?
Eduarda
É…Haussmann em Paris e Pombal em Lisboa são mesmo controversos.
Silvana
Eduarda,
A reforma do Haussmann foi violenta, excludente e marcou o início do chamado ’embelezamento estratégico’ mundo afora. Ok, nos legou a Paris que conhecemos e amamos, mas é um episódio muito complicado para elogiarmos assim. Ele não estava nem aí para o patrimônio, apenas elegeu alguns monumentos para situar no fial das ruas, dando asim uma linda vista. O escritor Victor Hugo, já no final da vida, cansou de chamar os parisienses “às falas” por conta do tanto que a cidade estava sendo destruída.
Ficou uma beleza, sem dúvida, mas mudou tudo na cidade, inclusive as relações sociais.
Só que daí pra frente, pouco se destruiu. Ou as modificações foram mais lentas, quase imperceptíveis. E aí está, a Paris que nós amamos.
arnaldo camargo
Eduarda,
genial, você me “derrubou” com sua resposta do dia 06/2. Viva o conexão Paris, “as pessoas inteligentes nos iluminam”!
Bs.
Eduarda
Jacqueline,
Obrigada, anotadíssimo! Ainda mais comas peniches no meio…
Jacqueline
Eduarda
A resposta acima é para voce.
Jacqueline
“A Vida Secreta do Sena” é do jornalista americano Mort Rosenblum. Ele comprou um peniche e, apaixonado por Paris e pelo Sena, vai em busca da história e das mudanças ocorridas na vida dos habitantes do rio. Já anotei “AVida Secreta de Paris” para ler assim que o encontrar. Leio de quebra a biografia de Sarkozy. Interessante.
Eduarda
Jacqueline
“A Vida Secreta do Sena” ainda não li, mas “A Vida Secreta de Paris” do Andrew Hussey comecei a ler justamente essa semana.Começa na Pré História e chega aos 2005.
Jacqueline
Lendo ainda “A Vida Secreta do Sena”. Dá para constatar que houve mudanças drásticas numa Paris que nem se deu conta disso. Não é só gastronomia e os manjares sofisticados, mas as crescentes dificuldades para alguns de simplesmente continuarem a ter o direito a comer.
Em todo o caso, para quem chega a cidade continuará a ter seu fascínio. É linda, polvilhada de referências históricas, de mistério de um passado de sangue e glória. Paris é Paris.
Jane Curiosa
Beth
Tenho um amor imenso pelo Rio de Janeiro.E sim, o passado do Rio o condena a sempre evocar Paris.
Jane Curiosa
Dodô
Eu ouso acrescentar que existe, ainda, uma maneira de comer.Boa ou má.
Aliás…eu adoro ir me alimentar no seu Comensais!
Beth
Madá
Essa hora da sudade juntando Rio e Paris está ficando até divertida!
Como disse a Eduarda, quase Meia Noite em Paris…
E no meu caso, pior ainda, pois sou da época de Paris em Preto e Branco…
Rs e abs.
Jane Curiosa
Chegando agora.
Marcello Brito!Marcello Brito!Marcello Brito!
ès um arquiteto poético.
Eduarda
Arnaldo,
Vc assistiu 1/2 noite em Paris? Se sim, meu caso é parecido. rsrsrs
abs
Eduarda
Marcos,
Talvez minhas referências para estabelecer esta análise sejam mesmo equivocadas, ou até mesmo precárias! Apenas comparei Paris com as principais capitais brasileiras durante o mesmo período de tempo. E o que vemos é que elas foram totalmente engolidas pelas transformações sem respeito ao passado e, portanto, alijadas de sua memória arquitetônica e cultural. Convenhamos que não vemos isso em Paris. O Louvre com as pirâmides à sua frente é para mim um exemplo simples dessa conversa elegante entre passado e presente a que me referi no coment acima.
Há poucos dias entrei num site de fotos do Rio antigo e o que vi foi uma Paris tropical…Contudo nada disso, ou muito pouco, ainda nos resta! Tenho uma coleção de fotos de SP antiga que foram tiradas por mim há alguns anos (coisa de 20 anos) e quando fui checar os prédios (alguns lindos) durante um passeio que fizemos no ano passado, a maioria já não existia e foi substituída apenas por balcões comerciais…lixo.
Mas…nos conte mais sobre seu ponto de vista.Fiquei curiosa, ele me pareceu interessante.
Madá
Lina, também gostei do seu texto, assim como os comentários de Sandra, Marcello e Solange.
Todos conhecem o clichê “no meu tempo era bem melhor'”, quando na verdade é muito bom ter 20, 30 anos de idade. Porém, é preciso usufruir da experiencia de pós 50 e redescobrir as novidades, tendo um espírito mais Jane Fonda e menos a Danuza de hoje. Assim como a Sandra, também curti os 70 no Rio e as dunas da Gal, vi Tom Jobim tocando na casa dele … Ao ver o filme do Tom, fica impossível não ter saudades das músicas, mas também amo o Rio de hoje e a Paris de hoje. Tem uma lista de lugares que frequentei na decada de 70-80 (tipo Flore, Lipp, Au pied de Cochon, La Coupole, Julien, Opera Garnier e por ai vai), que não volto desde a década de 90. Não significa que estejam ruins. Quero apenas preservar aqueles momentos de décadas atrás e descobrir os novos restaurantes que a Lina nos aponta com perfeição. De vez em quando, bate uma tristeza ao ver uma fachada mudar pra pior, o cardápio idem, os garçons então …, mas as novas experiências gastronômicas me conduzem às mesmas sensações de quando entrei pela primeira vez nos “clássicos”, por isso, concordo com a Lina “Paris continua sendo Paris” e cada um sempre terá a sua Paris. Eu gosto de ler a Danuza e concordo que ela merece uma Lina em sua Paris.
Cristiane Pereira/BH
Paris, toujours!!!
Dodô
Lina,,
Depois do que você escreveu e das fontes de opinião que você citou, do Giles ao Simon, do Financial Times ao Le Figaro, pouco resta a dizer sobre a cozinha parisiense de hoje. Acrescento apenas que, na desarmada opinião do meu paladar, em Paris ou em qualquer outro lugar do mundoi, só existem dois tipos de comida: a boa e a ruim.
Eymard
Esse iPad que muda textos: observações conjuntas E solitárias!
Eymard
Lina, seria chover no molhado dizer que seu texto esta na medida certa de quem acompanhou e experimentou mudanças. Ele vai além. Na contramão de quem acha insuportável que uma cidade como Paris esteja aberta para novas mãos e olhares. E continua havendo um tempo de delicadezas, como diz o Poeta. Agora, se Danusa aceitar o seu convite, vou ficar esperando o texto entremeado das observações conjuntamente solitárias. Porque podemos discordar dessa visão nostálgica, um pouco parada no tempo. Mas temos que concordar que o texto dela, como o seu, arrasta olhares e provoca sentimentos.
solange
Lina, muito interessante seu texto, e tão rico em possiveis desdobramentos. Paris mudou mesmo, mas o mundo mudou, nós mudamos.Muito do que é bom, e exclusivamente parisiense, ficou, porém.
Não ficaram nossos vinte anos, Danuza, e isto faz toda a diferença.
Concordo com você, Lina, houve muitas melhorias, algumas pioras, sob nossa perspectiva de brasileiros, é claro.
Já morei aí há décadas, e os parisienses hoje são muitíssimo mais abordáveis, amáveis e abertos que seus pais/avós. A mais notável e evidente mudança: eles aceitam falar outra língua que não o francês, e até gostam de praticar seu inglês. Em outros tempos, oh horror!
A nova geração é globalizada, e tem uma abertura para o mundo que não se percebia em seus conterrâneos de outros tempos.
Os dentes da nova geração estão comme il faut, o que não acontecia; usa-se jeans, tenis, em toda cidade, em qulquer idade, a qualquer hora, numa boa; da-se boas risadas nas ruas. Acabou aquele jeitinho “coincé`´- e aquele pisado duro nas calçadas, que nos espantava, a nós, tão decontractés- como ouvi este adjetivo, com uma pontinha quase de encantamento, por parte de amigos franceses.
E a cidade é bela como sempre.
Marcos
Eduarda,
se destruir ruas, igrejas, monumentos considerados menores e repelir coercivamente a população mais pobre rumo à periferia – tudo isto há coisa de 160 anos – é “se equilibrar com muita elegância no meio fio entre o preservar (…)”, necessito, prementemente!, rever meu conceito de truculência.
Arnaldo Camargo
Eduarda,
puxa, faz tempo que você vai a Paris hein!
Bs.
Marcos
Marcello,
nestas questões do moderno em oposição ao tradicional e do mito do progresso, a recordação do caso Haussmann é sempre oportuna.
Vale lembrar que o “artista demolidor”, embora de ascendência alemã, era parisiense da gema tanto quanto a torre e o champignon.
Eduarda
Paris nos últimos 200 anos soube se equilibrar com muita elegância no meio fio entre o preservar as tradições e o se transformar com as marés de inovações (nem sempre positivas). Penso que foi a presença de uma cultura forte que garantiu que assim fosse.
Marcos
Pelo amor de Zeus, quem leva Danuza a sério?!!!
Silvana
Boa, Lina. A Danuza está se revelando uma saudosita e tanto. O que ela choraminga vale pra muita cidade, e todas as cidades bacanas tem suas épocas, ou décadas mitológicas. Quando isso se confunde com nosso melhor momento, então…
Se eu conhecesse a Danuza diria pra ela ler um lindo livro inglês, “The go-between,” que começa com uma frase perfeita: “The past is a foreign country. They do things differently there.”
E no passado, mesmo recente, devia haver sua cota de problemas e imperfeições. Paris não é um museu, não pode ser refém de nenhuma época. É uma cidade. Para mim, “a” cidade. E viva os novos chefs, e a bistronomia!
Ilma Madureira
Lina, texto maravilhoso. Concordo com voce tudo muda, as vezes umas coisas melhoram outras nem tanto.
Estarei em Paris em setembro agora (2012) . Para flanar e admirar mais uma vez.
E como já disseram, tudo muda, nada do que foi será.
marcello brito
Lina,
Seu texto é impecavel e maravilhoso!
Não sou saudosista, embora a nostalgia seja um pilar irremovivel da ponte portugal/brasil. Minha formação de arquiteto contribuiu para que eu compreendesse que não existe o passado melhor. Isso é uma construção falsa , uma fantasia conservadora da modernidade.
O devir é eterno, constante e nao poupa nada. nem Paris. Foi sempre assim e sempre será. Desde sempre, desde o nada e para todo o sempre.
As cidades se erguem e se destroem a cada segundo da vida.
A modernidade trouxe o mito falso da cidade acabada e perfeita. Inexiste tal fato e se assim o fosse seria um desastre. Todo agrupamento de intenções que se deixou congelar, sumiu na poeira do vento. Qualquer povo ou cidade que nao se abra ao novo está condenada ao desapareciemento.
A Paris que todos amam de traçado e memorias de uma barão alemao urbanista se ergueu sob os escombros de uma outra Paris que se fez terra arrasada e da qual só sobrevivem poucas lembranças.
Tudo muda o tempo todo no mundo.
Suely
Tem uma frase de Rui Barbosa que cai bem aqui: Tudo muda sobre uma base que não muda nunca.
Paris acompanha o tempo, não tem como parar, mas seu charme, sua beleza, sua arquitetura, suas obras…isso tudo não vai mudar nunca, é sua base. Por isso tudo que nós amamos Paris. Paris é Paris
Sandra
lina, sou do rio e curtir muito os anos 70. Tudo era melhor, as pessoas eram todas bonitas e éramos felizes em horário integral. Hoje o rio continua lindo mas as pessoas de diferentes culturas(grande maioria sem educação mesmo) invadiram zona sul. E isso me faz ver o rio torto?
Não! E as mudanças de Paris me deixam desistir de ter férias em Paris? Também não.
A arte de envelhecer requer jogo de cintura ou ficarei rabugenta. No auge dos meus 57 aninhos eu quero Paris e Rio para o que der e vier. Parabens pelo texto brilhante.
Abçs
Sandra
Tatyana mabel
Adorei! Acho que Paris vive seus paradoxos hj, como qualquer grande cidade., entre a tradição e os ares da modernidade. Vejo um certo esforço em nao se render… Na ultima viagem de ferias, vinha de varias cidades, sai de Berlim e cheguei a Paris… Qnta diferença… Parece nAo haver esforço do parisiense em “acompanhar” certos modismos… Mas e claro que em meio a td isso novos modos de vida se impõem com certa forca e violência, as vezes, e algumas rendições sao “necessárias”. Paris nao tem, nem terá como fugir ao tempo do mundo, aos turistas, a onda de imigrantes, a invasão de fast foods, as novas requisições dos jovens,… Paris e um cidade e nao um quadro na parede…
Heloisa
Lina,
Também fiquei perplexa com a crônica da Danusa, principalmente em relação à comida congelada.
Gostei de saber que não é bem assim.
Francy
Concordo com você Lina , o mundo mudou ,não sómente Paris.Quem teve o previlégio de conhecê-la nos aureos tempos guarde bem na memória, essa Paris não volta mais.Ao mesmo tempo penso , quanta gente tem hoje chance de viajar, conhecer outras culturas, não é isto um aspecto positivo?.O mundo não para, nem poderia, e Paris atraente aos olhos de todo mundo ,com seu berço cultural ,sua cozinha teria que acompanhar este movimento.Quem quiser ter uma viagem mais tranquila, viaje na baixa temporada, escolha programas alternativos,mas quem ama Paris , sempre encontrará motivos de sobra para revê-la.abs.
Sabrina
Muito bom o Post. Apesar de ser triste que Paris esteja cada vez mais cara e mais violenta.
=)
Jane Curiosa(eu adoro transformação)
A cada F5 um post?
È isso aí.
Danuza,venha para a luz!…
A culinária é uma arte ou ciência?
(De qualquer forma,ambas devem se desenvolver).
Adriana Pessoa
Isso Lina!
Gostei…vivemos em um mundo em constante movimento. E Paris acompanhou essas mudanças, sem perder seu charme.
Texto maravilhoso, parabens!!
Arnaldo Camargo
Prezada Lina,
que beleza! Estava na hora de alguém colocar as coisas em seu devido lugar.
Saudações!