Na França, a escolha do nome próprio foi durante séculos regulamentada pelos poderes púbicos. Os franceses escolhiam os nome dos seus filhos a partir de uma lista oficial onde a regra era o respeito à tradição.
Esta limitação foi abolidade e a escolha depende, hoje, da imaginação dos pais.
De acordo com artigos publicados na mídia, os pais franceses seguem códigos diferentes de acordo com a classe social.
De uma maneira geral, a escolha dos nomes próprios sofre a influência das mídias via séries americanas e cinema. Daí o aparecimento em certos meios sociais franceses de nomes de origem estrangeira como Brittany, Steve, Enzo, Matteo, Ornella.
Na elite francesa, a escolha segue as antigas regras e o respeito às tradições. Um nome com consonâncias estrangeiras é mal visto.
Para esse grupo social os vinte nomes femininos mais escolhidos são: Louise, Josèphine, Victoria, Alice, Héloise, Inès, Jeanne, Margaux, Chloé, Eléonore, Isaure, Victoire, Hortense, Valentine, Agathe, Alix, Camille, Capucine, Clémence e Lucie.
E os masculinos são: Paul, Arthur, Gaspard, Alexandre, Gabriel, Jules, Maxence, Charles, Grégoire, Jean, Louis, Maxime, Victor, Adrien, Antoine, Clément, Côme, Théophile, Alban e César.
Prova de que a escolha do nome próprio é uma operação altamente delicada, todos os anos o jornal Le Figaro publica um livro chamado “La bible des prénoms”.
Gostaria de fazer uma pesquisa sobre a “história dos nomes próprios no Brasil”. Onde iríamos buscar os nomes tradicionais? Em primeiro lugar os nomes indígenas, em seguida os de origem portuguesa, sem esquecer a contribuição específica dos povos judeus; depois os nomes de origem africana e por fim os nomes de todos os outros povos que um dia deram com os costados nas nossas praias.
Teríamos aí uma bela Biblia, bem brasileira, dos nomes próprios.
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34 Comentários
Vini
Prénom é nome em francês e não sobrenome.
Rodrigo Lavalle
Vini, a palavra “sobrenome” não é citada no artigo acima.
Abraços.
jhyguyktg
o melhor nome e grazielli
danila santos da silva
gostaria de colocar leticia
Adriana
Adorei esse post. O nome da minha filha e frances. Depois de 10 anos vivendo nos EUA nao suportaria colocar Jessica, Jenifer, Heather, Melisa, Maureen, Debbie, Elisabeth e por ai vai..
Beth Lima
Lina
Concordo com você. Acho que a liberdade de escolha dos nomes e sobrenomes é importante porém, há necessidade de coerência por parte dos pais para não expor seus descendentes a situações constrangedoras ou exposições ridículas. Cabe sempre usar o bom senso.
Quanto à legislação francesa, parece que fica meio enrolado. Tenho a impressão de serem pessoas pertencentes a famílias diferentes. Talvez porque no Brasil a criação do sobrenome seja mais simplificada.
Resumindo: prefiro mesmo a nossa maneira de escolher.
Renata Monteiro
Oi Cham!!
Obrigada pela resposta, mas realmente parece que ficou bem mais complicado as variações. Abs
cham o leitor françês
@ Mirelle
NUNCA diz que concordava com este sistema, só tentei compreender porque as novas regras não foram adotadas pelos pais. A nova lei é nada simples.
Também poderíamos renovar nossas regras gramáticas portuguesas e francesas para escrevermos:
” Mario e Maria são bonitAS”
” Marc et Marie sont belles”
Mirelle,entendi sua posição, gosto de jogar o advogado do diabo, espero que me perdoe.
Abraço.
Ludwig Wallerstein Neto
Maurício,
Pode até parecer, mas eu também não…
Isto foi apenas uma brincadeirinha, sem querer provocar tumulto, entende?
Tanto é verdade, que escreví o nome errado…
Abraço,
Ludwig
mirelle
@Cham
No Brasil todos temos sobrenomes do pai e da mãe e nenhuma vovozinha com 20 netos erra os sobrenomes, até pq, na nossa cultura somos chamados pelo nome, então os sobrenomes não são tão importantes assim. Agora, dizer que o fato de so ha poucos anos a França ter permitido legalmente que fosse colocado o sobrenome das mães na criança não é o retrato de uma sociedade patriarcal ( e consequentemente machista, na minha humilde opinião), é forçar um pouco a barra, não? Se é pra ter so um sobrenome, pq nao o da mãe e sempre o do pai? Que tradição mais unilateral é essa? Pensemos.
ps: meu marido ja foi casado uma vez e a esposa dele era Mme. Gonçalves. Eu jamais adotaria o sobrenome dele pra ser a segunda Mme. Gonçalves. Parece coisa de linha de produção, sem nenhuma personalidade. Acho injusto com as mulheres, que se anulam e assumem a personalidade do marido.
ps2: como explicar que a sociedade francesa não é patriarcal se todos os documentos oficiais das mulheres devem conter o “esposa de” ou “filha de (nome do pai)”? não basta que eu seja Mirelle Matias Siqueira e pronto? Ou, sei la, que eu seja então a filha da Dona Mirlene? tsc tsc…
Ana Gomes
Oi Lina
Fantástico esse negócio de nome. Milha filha se chama Desiree porque qdo eu era adolescente li um livro que contava a história da Desirèe Clary namorada de Napoleão Bonaparte que seria posteriormente rainha da Suécia e primarca na dinastia Bernadotte atual naquele país. Eu adorei a história e o nome tbém.
Ela adora o nome e com certeza adora a França tbém.
Luciac, meus pais são da região de Mossoró e conheceram pessoalmente esta familia, nós achamos muito engraçado estes nomes, originais, sem dúvida.
Maurício Christovão
Lucia C: Três coisas os pais deveriam dar aos filhos, além de amor, é claro: Uma boa genética(nas mãos de Deus ou do acaso), uma boa educação e um nome simples, tomando cuidado com a combinação de sobrenomes. Por ex.:Eu tenho primos com o sobrenome Castro Pinto….Péssima idéia!!!
LuciaC
Elementery my Dear Cham, O Leitor Francês!
Entendi tudinho! Nome do pai e amen! Ufa!
No Pernambuco ou Rio Grande do Norte, não sei ao certo o local de origem da família, o casal Jeronimo Rosado Maia batizou todos os filhos com o nome do pai, Jeronimo, em seguida os numerou em francês. Que tal?
Então o nome do primogênito ficou assim: Jeronimo Premier Rosado Maia. Dix-Huit Rosado Maia, acho que foi senador, ficou mais conhecido e por seu amor a cultura deu o seu nome a um importante teatro em Mossoró. Foram até Vingt-Un.
Na Zona da Mata mineira uma outra família, quis mostrar amor as letras então resolveu chamar os filhos por Prefácio, Epílogo, Cedilha e outros. Eram muitos! A primeira professora de meu pai atendia por Dona Vígula. Faz muito e este negócio antipático de “tia” não existia ainda.
Maurício Christovão
Ludwig:
Nem “Genuíno” é. É “Genoíno”, o que explica muita coisa…
Fico por aqui, pois não discuto futebol, política e religião…
Ludwig Wallerstein Neto
E pelos interiores da vida, que os pais batizam seus rebentos com os nomes de “Lula”, “Dirceu”, “Dilma”, “Genuíno”, hã? Genuíno???
Seria uma profecia???
Risossssssssssssssssss
yara xavier
Minha cunhada, professora em Paraty, tem uma lista de nomes impagáveis. Mas o melhor, na minha opinião, é Dião Leno. Só repetindo em voz alta dá para perceber o significado.
conexaoparis
Yara
Gostei.
cham o leitor françês
@ Mirelle
Imagine uma bisavozinha que tem 4 filhos casados, todos têm 4 filhos, seja 16 meninos/as que se casarão e cada um terá 4 filhos. A coitadinha terá 84 filhos, netos e bisnetos com sobrenomes escolhidos nas 14 possibilidades acima citadas. Espero que a vovoa tenha uma memória de elefante para saber quem é quem
Acho que é porque 95 % dos franceses continuam preferindo escolher o sobrenome do pai. Nada de machisto na medida é só bom senso.
Maurício Christovão
Prezado Cham, o leitor francês:
Você continua imbatível!!! Realmente é tudo muito simples…
Adelia Dias
A alguns anos atrás era voluntária num abrigo para crianças carentes em SP e lá haviam três irmãos à época com 4, 6 e 7 anos – “George Michael”, Michael Douglas” e “Keni Rogers” eles se orgulhavam de ter nomes de artistas e nós brincávamos que se tivessem uma irmã provavelmente ela se chamaria “Madonna” rs..
cham o leitor françês
@ Renata Monteiro
Eis uma tradução das novas regras referentes à escolha do sobrenome na França. Quem falou que não é uma coisa democrática? héhéhé
Quando naceu a minha primeira filha em 1988, concordamos com a minha mulher (ainda não estavamos casados) que a menina tomaria o meu sobrenome pois a sua mae já tinha-lhe dado o presente da vida e o meu presente foi dar-lhe meu sobrenome. Não existia a possibilidade de colocar ambos sobrenomes.
Minhas filhas se chamam Manon e Lisa.
Hoje as coisas parecem mais simples, será ????
Confiram:
A reforma do sobrenome na França
Esta lei altera as regras pois integra a possibilidade de transmissão do sobrenome da mãe. O princípio: As crianças poderão levar o sobrenome do seu pai ou da sua mãe ou uma combinação dos sobrenomes dos dois pais e transmiti-o às suas próprias crianças. As regras de aplicação variam de acordo com a idade da pessoa referida por este sobrenome. Não é possível transmitir os dois duplos sobrenomes. Qualquer menção ao sobrenome patronímico é suprimida na lei, pois “patro” vem do latino “pater”, o pai. Aquilo fazia por conseguinte referência ao sobrenome do pai. O sobrenome patronímico é substituído por sobrenome de família.( nom de famille)
Caso prático de transmissão do sobrenome de família…
1a geração: Marc MARTIN esposa Marie DUPONT.
2.a geração: 4 possibilidades…
Quatro possibilidades para o sobrenome da primeira criança de um casal nascido após do 01/01/2005: O duplo sobrenome por conseguinte é criado: o sopbrenome juntado de cada um do parente é identificável pelo separador – . Este separador (-) deve ser mencionado sobre os atos do État Civil (registros).
O duplo hífen evita a confusão com os sobrenomes compostos que preexistem ao entrar em vigor da lei. Os irmãos e irmãs levam obrigatoriamente o mesmo sobrenome que os mais velhos. No caso de desacordo, é o sobrenome do pai que é retido. Para as crianças nascidas antes da lei e idade menor de 13 anos, os pais podem, até Junho de 2006, pedir que ser acrescentado o sobrenome que não tinha sido transmitido.
3.a geração: 14 possibilidades! Sr. DUPONT MARTIN encontra a moça DUCHAMPS DUBOIS de LACIME des NOES. Têm uma criança.
A) Fazem uma declaração de escolha de sobrenome em conformidade com o artigo 311-21. A criança poderá chamar-se:
1.DUPONT
2.DUCHAMPS
3.MARTIN
4.DUBOIS DE LACIME DES NOES
5.DUPONT MARTIN
6.DUCHAMPS DUBOIS DE LACIME DES NOES
7.DUPONT DUBOIS DE LACIME DES NOES
8.DUBOIS DE LACIME DES NOES DUPONT
9.MARTIN DUBOIS DE LACIME DES NOES
10.DUBOIS DE LACIME DES NOES MARTIN
11.DUPONT DUCHAMPS
12.DUCHAMPS DUPONT
13.MARTIN DUCHAMPS
14.DUCHAMPS MARTIN
A aposição de dois duplos sobrenomes é impossível bem como a inversão dos vocábulos que constituem o duplo sobrenome dos pais.
B) Os pais não fazem nenhuma declaração de escolha de sobrenome •A criança toma o sobrenome de seu pai quando a sua filiação é estabelecida simultaneamente a respeito de um e de outro dos seus pais: DUPONT MARTIN •
A criança toma o sobrenome do parente que o reconheceu em primeiro: DUPONT MARTIN ou DUCHAMPS DUBOIS de LACIME des NOES
A faculdade de escolha de sobrenome aberta ao pai e à mãe pode ser feita só uma vez.
Beth Lima
Olá Lina,
Essa questão dos nomes é bem interessante.
Lembro dos nomes dos meus colegas de escola que eram bem diversificados. Não era comum encontrarmos várias pessoas com o mesmo nome. Já na época das minhas filhas (década de 80), era comum a escola acrescentar o primeiro sobrenome pra identificar cada um(a) e evitar confusão. Era comum encontrar três ou quatro Marianas na mesma turma.
Parece que há uma onda de nomes que depois passa e logo aparece outra tendência.
Prefiro a liberdade de escolhermos os nomes que quisermos, sem interferencias.
conexaoparis
Beth
Também gosto da liberdade e da possibilidade de nomear a família da mãe e do pai.
Mas acho que o estado deve defendeu crianças de nomes ingratos, como por exemplo Merdamésia. Fato real acontecido no interior de Minas Gerais.
Tatyana Mabel
Olá,
Lina… saudades do CP… ando sem tempo…
Essa conversa sobre nomes é interessante. Na minha geração de escola, sumiram as “Marias”, “Anas” e quaisquer aproximações com santos. Minhas colegas de escola (década de 80) eram Larissas, Kalinas, Glendas, Thaisa, Raíssa, Andrei, Maxwell, George, Hudson… não sei bem a matriz dessa influência (Russa e Americana????). Havia uma moda de colocar o nome dos irmãos como quase idênticos, como “derivados”, ou com a mesma letra. Terrível (mas é o meu caso e da minha única irmã… rs).
Desde início dos anos 2000 percebo uma onda de nomes bíblicos retornando, especialmente, nas clásses média e alta. Passou a ser chic ser Maria, Miguel, Joaquim. Nas camadas mais populares, que já foram Marias durante mil gerações, cansaram. Agora, abusam de nomes estrangeiros ou de pronúncia menos comum ao nosso idioma. Curiosa a relação nomes x classe social. Para uns, o nome do jogador de futebol ou da personagem da novela é a referência; para outros, um escritor ou personagem de livro; para outros uma tendência claramente definida de pertencimento a um grupo.
abraços.
conexaoparis
Tatyana
Isso mesmo. Por isso poderíamos escrever a história dos nomes próprios. Um dia ainda faço esta pesquisa.
Montenegro
…trabalhando no funcionalismo público, vemos também hordas de cidadãos batizados com os nomes dos jogadores de futebol do passado.
Já conheci uns 3 “Rondinellis’ e até um Di Stefano.
Em pouco tempo, ingressarão na vida adulta os Ronaldos e Romários.
Ludwig Wallerstein Neto
Verdade, Eymard…
eymard
…e durante alguns anos, os nomes dos protagonistas das novelas das 8…
Ludwig Wallerstein Neto
“Necessariamente” não existe regras. Acho que deve existir bom senso!
Os tempos mudaram…
Quando eu era pequeno, tinha vergonha do meu nome.
Hoje em dia me orgulho tanto dele (meu nome) como por ser filho legítimo de alemão legítimo. Daqui a pouco sai a minha dupla nacionalidade, o que muito me dará satisfação, pois serei cidadão do mundo.
Renata Monteiro
Agora fiquei curiosa, quais são as regras para a escolha do nome?
claudia burigo
Já tinha lido isso em algum lugar e concordo com a Mirelle. Como pode isso em uma democracia?
mirelle
Lembrando, Lina, que a França tb se mantem tradicional no quesito “sobrenome”. So em 2002 foi aprovada uma lei que permite que as crianças tb recebam o sobrenome da mãe, até então so o sobrenome do pai podia ser repassado para os filhos. Apesar de ser permitido, uma pesquisa diz que menos de 5% dos franceses colocam dois sobrenomes nos filhos, prevalesce ainda a tradição machista de que eles continuem perpetuando apenas o sobrenome dos pais. Isso gera uma certa confusão na minha cabeça, não entendo como as mulheres francesas, pioneiras na luta pela igualdade entre os sexos, o berço do feminismo, se conformam em abrir mão dos seus sobrenomes para adotar os dos maridos na maior boa. Quando me casei eu mantive o meu sobrenome e toda vez que precisamos de papéis oficiais ou de ir ao banco resolver algum problema, eles fazem a maior confusão por eu e o meu marido termos sobrenomes diferentes. Embora dê uma enorme dor de cabeça, eu nunca conseguiria deixar de ser Mirelle Matias Siqueira para me tornar Mme Gonçalves.
🙂
Rebeca
Que post interessante e importante ! Amo tudo que se relaciona a Genealogia.
Sobre a contribuição especifica dos novos judeus ( Vemos isso em grande escala na região Nordeste do Brasil, onde inclusive foi construída a 1ª sinagoga das Américas, em Recife – PE ), temos os seguintes nomes : Eli, Daniel, Joel ( Yoel , no hebraico ), Davi, Israel , Samuel, etc…
Os nomes femininos : Dinah, Deborah, Elza, Leila, Ester, Lia, Dalice, Marta, Rachel, Rebeka, Samara, entre outros…
Ana Fernandes
Olá Lina, muito interessante essa questão da história dos nossos nomes. No Brasil, também temos uma influência muito grande da Igreja Católica, uma herança portuguesa. O nome é dado conforme o santo daquele dia que nasceu a criança.